quinta-feira, junho 17, 2021

É a 4ª onda? É a variante Delta?

 

Seja a quarta, a delta ou o que for, de nada nos servirá essa informação se daí não conseguirmos extrair conclusões úteis.


Informação extraida hoje, dia 16.06.2021, do site da DGS

Os números voltam a subir e eu volto a pensar que a comunicação continua a falhar. A informação de pouco serve se for um mero despejar de números. Para ser útil, temos que interpretar os números e não apenas servi-los, a cru. Por exemplo:

  • Os novos casos, como se distribuem por escalões etários? Não quero saber valores acumulados, quero saber os do dia a dia para perceber a evolução.
  • Dos novos casos, quantos tinham ou não tinham a vacina tomada? Uma ou duas doses?
  • Dos novos casos, quantos usavam a máscara no provável local onde foram contagiados?
  • Qual o contexto em que ocorreu o contágio? Casa? Escola? Restaurante? Local de Trabalho? Transporte Público? Espaço fechado?

Só com informação deste tipo, exacta, concreta, se poderão tirar ilações que permitam tomar medidas para contrariar a tendência.

Se, por exemplo, não ocorrerem contágios em espaços abertos (praia, parque, etc) não haverá grande sentido em forçar medidas que serão forçosamente sentidas como artificiais e desnecessárias.

Em contrapartida, se a maioria dos contágios ocorrer em meios de transporte, então haverá que reforçar a ventilação e meios de higienização. Ou se ocorrer em contexto familiar, onde não se usa máscara e onde confluem pessoas que vêm dos locais de trabalho ou das escolas, então haverá que reforçar cuidados a montante. Ou se ocorrem em contexto profissional, por exemplo em escritórios sem ventilação natural, então haverá que repensar se é mesmo de levantar a obrigatoriedade de teletrabalho obrigatório.

Estou a dar exemplos apenas para concretizar a ideia de que informação deve ser completa, estruturada e clara. De outra forma, as medidas são mais gerais do que precisariam de ser e, em concreto, pouco se sabe sobre como nos precavermos.

E, quando falo em tomar medidas, não falo apenas em entidades 'superiores' que decidam em nome de todos: falo também em cada um de nós que, sabendo onde e como estão a ocorrer os contágios, poderemos adaptar as nossas atitudes para reduzir o risco.

E muito gostaria que a DGS percebesse isso e nos facultasse a informação de que todos estamos necessitados. Sinceramente, acho que já vai sendo tempo de irmos voltando a uma vida tão 'normal' quanto possível mas isso só poderá acontecer quando estivermos mais e melhor esclarecidos.


E é isto: o coroninha a fazer do mundo um seu joguete

1 comentário:

Anónimo disse...

Nada de "nervosísmos". Eu estou muito muito muito tranquilo. Sua excelência o Presidente do "conselho" aos portugueses nas suas conversa em família de meia em meia hora nas tvs já disse que com ele não voltamos ao confinamento!