domingo, dezembro 08, 2019

Um Natal não encarnado mas verde




Ainda não foi hoje que dei início ao calvário das compras de Natal. Em vez disso, e entre vários outros afazeres, estive a ler alguns artigos sobre uma forma eco de viver o Natal.

Fiquei contente de ver que das primeiras coisas que dizem é uma que faço desde há algum tempo para arrelia da minha família: não embrulhar presentes. Tento embrulhar alguns, para as pessoas que não fazem parte do inner circle pois poderiam achar falta de educação, mas a maioria não embrulho. Os meus filhos dizem que a mãe não dá valor à mística de Natal que passa pela expectativa enquanto se desembrulham os presentes ou pela beleza colorida dos papéis bonitos e das fitas reluzentes. Eu explico sempre que me parece um desperdício. E agora vejo que faz parte das eco trends.

A sugestão para não dar as coisas assim de qualquer maneira é embrulhá-los num pano que tenha utilidade ou simplesmente pôr-lhes uma bonita fita com um laçarote.

Para transportar presentes, já que muitas vezes vamos passar o Natal a outras casas, em vez de sacos de plástico, podemos usar sacos de pano que sejam, eles próprios, para oferecer.


A outra é evitar a abundância que leva frequentemente também à não valorização e ao desperdício. Um presente por pessoa, de preferência qualquer coisa útil e, de preferência sem plásticos, sem tintas ou produtos potencialmente tóxicos.

Uma ideia para quem já tem tudo é oferecer-lhe experiências, cursos, bilhetes para espectáculos, etc.

Alternativamente, podemos oferecer objectos feitos por nós. Em tempos eu fazia toalhas de chá, individuais e coisas assim, em crochet ou bordadas, para oferecer. Fui uma eco avant la lettre. As pessoas ficavam a olhar para mim meio espantadas, ah sempre prendada, e acho que deviam ficar a pensar que coisa mais disparatada, mais antiquada, individuais de pano ou crochet na era dos belos objectos de plástico. Portanto, com o tempo, deixei-me disso. Com tanta tralha, as pessoas, às tantas, nem têm onde guardar coisas assim. Pois bem, a ideia aparece agora na lista das recomendações para um natal verde e eu acho muito bem.

Uma outra sugestão -- que a mim, por acaso, me faz alguma impressão -- é oferecer objectos usados, ou adquiridos em mercados ou lojas de segunda mão ou, mesmo, objectos nossos que saibamos que os outros irão apreciar. Tudo a bem da redução da tendência consumista. A forma de os dispor pode, em si, constituir uma decoração de Natal, conforme se pode ver na segunda fotografia.


Outra é não gastar dinheiro a comprar árvores de Natal, em especial, artificiais e em bugigangas plásticas e cheias de tintas. Se já tem árvore artificial, tudo bem. Se não tem, use um pinheirinho daqueles que resultam da limpeza das florestas ou qualquer outro suporte e pendure pequenos ramos de alecrim ou qualquer outra rama, desenhos feitos pelas crianças, pendure os próprios presentes se forem pequenos e leves, coisinhas engraçadas. Se usar luzinhas, que sejam pontinhos de baixo consumo. 

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E agora um vídeo de uma série que o YouTube, moço inteligente, me recomendou.


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Sugiro a leitura de
Dreaming of a green Christmas: make your own sustainable tree 
ou
Sapin, déco, cadeaux… Nos conseils pour un Noël sobre et écolo
de onde provêm algumas das ideias e das imagens

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PS: Pensava escrever outro post quando chegasse a casa (este escrevi-o enquanto os meninos, em sua casa, viam os Simpsons) mas, embora já cá esteja, já são quase duas e meia e agora não dá até porque daqui a nada começa nova jornada. Portanto, por ora, é mesmo só isto.

E a todos desejo um feliz dia de domingo 

15 comentários:

Anónimo disse...

"Um Natal ...encarnado...". Um palavra do léxico lisboeta. No Porto ninguém tem receio de dizer "vermelho". A côr "encarnada" não existe por lá. Diferenças entre o Porto e Lisboa. Tal como "carica" e "sameira" e muitas outras.

Maria disse...

Tem bom remédio para as prendas: não dá nenhuma
:)
http://accesoriosninabonita.blogspot.com/2015/02/diy-packaging-con-papel-de-periodico.html?m=1

https://www.youtube.com/watch?v=6fhPumcPla0

Um beijo
GG

Um Jeito Manso disse...

Olá,

E até já me pôs a ir ao dicionário ver se sameira é mesmo aquilo que conheço por carica uma vez que nunca tinha ouvido ou lido a palavra sameira.

E não sei se isso de encarnado ou vermelho tem a ver com norte e sul. Há quem faça a distinção entre ser bcbg ('bon chic, bon genre') ou não ser em função de dizer encarnado ou vermelho. Mas eu tenho para mim que o vermelho é uma cor mais gaiteira, mais exuberante, e o encarnado uma coisa mais para o carmim, o rubro.

E, dizendo isto, talvez face ao consumismo vigente eu devesse mesmo ter dito vermelho e não encarnado, não é?

Uma boa semana!

Anónimo disse...

O medo de dizer vermelho é atitude vetusta de pavor aos comunistas. Têm-me dito que, sendo essa a única e exclusiva razão pela qual se evitava o vermelho em prol de encarnado, ambas significam exatamente a mesma coisa, ou melhor, a mesmíssima cor. Porém, tal como a UJM, tenho para mim que vermelho é cor mais viva e encarnado é cor mais pesada, mais rubra, a pender oara o carmim cor de carne de vaca da boa. Mas, lá está, isto pode ser só impressão minha. Ou não: duas palavras, embora sinónimos, raramente significam exatamente o mesmo e seu uma chama mais pela "carne" a outra há-de puxar mais a outra coisa qualquer...
Um abraço,
JV

Anónimo disse...

Vocês, a malta de Lisboa, vivem noutra concha, de facto. Pois cá no Porto sabe-se muito bem que por Lisboa se designa a sameira por carica. Desconhecer determinada terminologia portuense é no mínimo estranho.
Quanto às explicações sobre o que distingue o “encarnado” do “vermelho”, só mesmo um alfacinha se lembraria de tal!
Bom, já agora, deixo uma dica, de como reconhecer, de imediato, se alguém é do Norte, ou da capital (ou Algarve, Alentejo, em suma, a Sul): perguntar as horas!
Por exemplo, um lisboeta (ou do Sul) à pergunta que horas são, responde, sempre: “são um quarto para as 11:00H”. Já um tipo do Norte responde: “são 11:00H menos um quarto”. E, deste modo, identifica-se logo a origem de quem responde, se é do Norte, ou do Sul.
Ah, já agora, no Norte (e no Porto) o hábito de um único beijo não vingou, genericamente falando. Espetamos, por norma, 2. Assim como tratarem-se (snobmente) por “você”, entre amigas e amigos e, pior ainda, tratar os filhos por você, só mesmo por Lisboa - e a tal faixa de Lisboa-Estoril-Cascais-, “olhe lá, oh Carolina, veja lá se come a papinha, querida!”. No Norte, esse tratamento não faz parte do léxico (“Carolina, vá, vamos lá comer a sopa, sim?”).
Outras palavras já são mais conhecidas a Sul, como “fino”, em vez de “imperial”. Já a “bica” é trocada por “cimbalino” (que vem a tal máquina de café, nas cafetarias).


Anónimo disse...

Quanto às horas, cá por Lisboa, sempre ouvi e usei das duas maneiras: um quarto para as 11h ou 11h menos um quarto. Genericamente falando, o hábito do único beijo também não vingou. Talvez só mesmo entre as tias da Linha. Boas novas nos dá de que no Norte ninguém trata os filhos por "você", embora eu prefira reservar as minhas dúvidas, pois não quero acreditar que não têm no Porto as vossas Cinhas e respetivas Wannabes... Onde já se viu uma concha das boas sem umas quantas Cinhas lá dentro??
Abraço,
JV

Anónimo disse...

A Cinha e as filhas queques vivem em Lisboa/Cascais.
Lá, mandamo-las trabalhar! Por exemplo, bater brita! Far-lhes-ia muito bem!
E Tia é criatura de Lisboa(Estoril/Cascais). No Porto não passam de umas "foleiras a armar aos cágados", falando mal e depressa, à moda do Porto.
"Você" tem piada!
Retribuo abraço!

Um Jeito Manso disse...

Olá GG,

As suas sugestões são sempre bonitas e interessantes. Lá está: o pano usado para embrulhar é ele mesmo um presente. E que engraçada forma de fazer os nós e os laços.

Mas, respondendo directamente ao seu repto (não oferecer nada): ainda não estou nesse patamar. E as crianças ficariam desiludidas. Portanto, ainda haverá presentes, vou tentar é conter-me.

Many thanks!

Um Jeito Manso disse...

Olá JV,

Completamente de acordo. E gostei que tivesse reagido quase como uma mulher do Norte. Mas foi muito brandinha... :)

Abraço!

Um Jeito Manso disse...

Olá Homem do Norte,

Aqui da minha conchinha lhe digo que para mim 'sameira' devia ser a mulher de sameiro, sendo que sameiro, sameiro, só conhecia mesmo o do Bom Jesus e, portanto, nem sabia que ele tinha mulher. Portanto, já vê, não é o eu ser de Lisboa, é mesmo o ser inguinorante: quem me haveria de dizer a mim que a mulher do sameiro não passava, afinal, de uma vulgar carica...? Puxa, que balde de água fria.

Quanto às horas também não sabia desse pormenor mas, de facto, se faltam dez para as onze, não vou estar a dizer que são onze menos dez. Obviamente. Pela cabeça de quem é que passa dizer as horas de trás para a frente...? Ia dizer que só se for pela dos cimbalinos mas é capaz de não fazer muito sentido, pois não...?

Mas conte lá, para se ser tia bastará que se tratem as pessoas por você? Julgava que tínhamos que ter sobrinhos. Mas, ok, na volta sou mesmo uma supé-tia: trato montes de gente por você e tenho sobrinhos. Quanto aos beijinhos é uma maçada, sabe lá. Tenho que validar: um ou dois?

A vida da gente do Norte, sem ter que lidar com estes graves e complexos dilemas, é muito mais fácil.

E um dia feliz para si!

Paulo B disse...

Oh amigo anónimo do Norte. Vá lá dar uma voltinha à foz de ouvido bem aberto e vai ver como há tantas tiazonas no Porto carago. Tanto ou mais pedantes que as de Lisboa.
Bem sei que apesar de eu estar a poucos km, a Sul, estando para lá da ponte D Luís já não pertenço à nação, mas o olhar aqui dos arrabaldes é de surpresa como raio se continua com este bairrismo exacerbado, mesmo depois do falhanço completo da expo 97. https://youtu.be/ChopZkLPlkQ

Um abraço!

Anónimo disse...

Tiazonas não vi por lá, Paulo, até porque só estive um fim de semana no Porto em toda a minha vida, experiência recente. Mas deixo duas notas que retiro dessa minha - personalíssima - experiência. E adianto desde já que gostei muito da cidade. Esperava uma cidade quiçá taciturna e encontrei-a cheia de vida, cheia de malta jovem e simpática. Além disso, estavam uns dias lindos de céu azul e eu comi sempre muito bem e fui muito bem tratada em todo o lado.

1) Sempre que dizia que era de Lisboa toda a gente sem exceção punha-se com comparações. Todos tiveram a delicadeza de não dizerem mal da menina e moça, que reconheciam que Lisboa era bonita, sim senhor, mas "que isto aqui é outra coisa, que é outro charme, que as pessoas são mais simpáticas, que ainda não nos vendemos ao turismo de massas, etc." É claro que eu com o bom humor com que estava, concordava: que sim, que Lisboa tinha mais gente, a maçada, que no Porto era tudo mais acolhedor. Pois bem: um complexo de inferioridade que não deveria existir, pois cada cidade tem o seu charme característico e há quem até diga que nenhuma tem mais que Coimbra. ;)

2) Relativamente ao aspeto de as pessoas serem mais simpáticas, passo à segunda nota para confirmar que, de facto, nunca fui tratada tão bem e com tanto cavalheirismo, por onde quer que andasse, como nesses dias no Porto. Dizia eu que passei um belíssimo fim de semana no Porto, a minha primeira vez por lá, estava portanto feliz da vida, toda eu peace and love. Andei em muitos ubers, fiz conversa com os condutores todos, com os empregados de mesa sempre muito simpáticos, com o pessoal do hotel, com os barmen da Foz e da zona das discotecas, com toda a gente com quem me ia cruzando, todos tão simpáticos que comentei isso mesmo com um desses simpáticos cavalheiros. Respondeu-me ele que no Porto não havia homem capaz de ser antipático com uma menina tão bonita e ainda por cima tão simpática. (Isto não é gabarolice; não tenho culpa nem do piropo do senhor, nem de eu própria ter estado particularmente simpática durante aquele fim de semana). O certo é que, de facto, ao meter conversa com éspecimes do sexo feminino, não tive o mesmo tratamento tão atencioso. Já os jovens portuenses: uma atenção, uma simpatia... Se este cavalheirismo é sinal de uma civilização onde ainda possa existir uma separação dos papéis de homem e mulher que traga à boleia uma outra face da moeda, de pendor desagradavelmente machista, isso não sei nem sobre tal me pronunciarei. O que posso dizer é que, durante aqueles dois dias, soube-me muito que me tratassem com a deferência que uma menina bonita e simpática merece.

Um abraço,
JV

Anónimo disse...

Eu que também sou do Porto, embora viva a Sul, em Cascais, li com alguma diversão esta troca de diálogos. Faço só uma observação quanto ao tal tratamento por “você” que foi invocado pelo anónimo: primeiro, não tem necessariamente a ver com o ser-se de Lisboa/Cascais, mas sim com um determinado tipo de burguesia, pateta e pedante, que também existe na Invicta. Não entendo, a não ser por peneirice saloia, que pais tratem filhos por você, ou entre amigas de longa data se tratem por você. É armar ao pingarelho! Tenho casos desses em sobrinhos e gente conhecida e sinceramente acho que é daquelas parvoeiras que só ficam mal a quem quer parecer benzoca. Não há pachorra! Quanto aos vocábulos, caramba, já me ia esquecendo da sameira. Infelizmente, com o tempo que tenho passado a Sul, não só perdi o extraordinário sotaque nortenho que tinha (uma pena), como já não menciono alguns desses vocábulos icónicos (outra pena). Vá lá, ainda digo as horas à Porto. Não sei porquê, nunca deixei de o fazer.
Mas, se vamos por aí, ou seja, a criticar atitudes como os tratamentos por “você”, ainda vou mais longe e aqui ainda me vai cair o Carmo e a Trindade em cima: é que não simpatizo com outro tipo de atitudes, que considero dispensáveis, a bem de alguma coerência, que é, por exemplo, alguém (normalmente são elas que puxam por isso) casar pela Igreja, “só porque é mais bonito, etc”, sem todavia nunca se pôr os pés numa igreja, ou até sem se ser baptizado”. Aqui há uns tempos tive de gramar um casamento em que a noiva, não sendo baptizada, fez questão de casar pela Igreja. Mas, segundo nos explicou depois, acabou “por, da parte dela, estar de corpo presente (não comungou) e, portanto, só o marido, ao que parece (?!)terá casado pela Igreja, tendo-o ela acompanhado!”. Mais coisa, menos coisa, foi a explicação da nubente para nós. E assim actua uma certa burguesia, de que eu prefiro distanciar-me, embora também seja burguês, assumidamente. Sou é coerente com aquilo que penso e depois pratico. Já os meus filhos sabem que jamais eu lhes pagaria um casamento pela Igreja. Felizmente não há esse perigo!
Uma nota final ao anónimo do Porto: nestas tricas convém algum cuidado, caso contrário os alfacinhas ainda dizem que nós os do Norte/Porto temos complexos de inferioridade deles. Não temos. Se houve, é coisa do passado e ainda bem.
P.Rufino

Paulo B. disse...

Olá JV,

Olhe, é mesmo isso que diz: "cada cidade tem o seu charme característico". E ponto final.
Como conhecedor da espécime, esses que dizem (ou cantam) o encanto excepcional de Coimbra, digo-lhe: provavelmente pouco devem conhecer da própria cidade. Além do mais eles têm a sua espécime de "betinhos" - os "coimbrinhas" - que, em pedantismo e arrogância, em nada ficam atrás dos seus congéneres de Lisboa e Porto (já agora: a minha referência à Foz e zonas circundantes é porque é a zona da cidade onde residem as classes sociais mais favorecidads da cidade).

Mas, sabe, visito Lisboa e Porto com regularidade - não que conheça as cidades melhor, ainda que me esforce por isso - e a minha experiência sensorial aponta para uma diferença, bem perceptível, nesse contacto interpessoal. Agora, se o Porto é melhor que Lisboa ou vice-versa isso não me faz sentido nenhum. Aborrece-me!
Concedo que se possa sentir maior afinidade ou conforto numa ou noutra cidade - mas essa é uma relação estritamente pessoal, do indivíduo com esse espaço que o rodeia (por exemplo, eu tenho tendência a ser muito introvertido e a extroversão que muitos portuenses ou nortenhos irradiam pode, em certos dias, chegar a roçar, para mim, quase a agressão).
A verdade é que é demasiado frequente encontrar, no Porto (e Norte), esse discurso que irradia um sentimento inferioridade. Mas o que me causa urticária, é que não é raro que ele surja como uma certa agressividade. Ainda assim, correndo o risco de ser injusto, arrisco uma apreciação pessoal: essa agressividade parece provir de algo bem mais profundo que o bairrismo exarcerbado; parece, isso sim, o resultado de uma cultura que enfatiza uma sociedade de comportamentos altamente binários, de domínio másculo vincado (uma formulação toda armada ao pingarelho, porque acho que é mais complexo que apelidar de puro machismo).

No fim de contas o que afirmo não é mais que uma visão pessoalíssima com a qual, inevitavelmente, se misturam estereótipos; ora, nesse campo, sobre o Homem do Norte carago - pelo menos um certo Homem do Norte já em vias de desaparecimento - talvez o grande Joaquim Caixeiro, com o seu olhar clínico, tenha apanhado a essência do estereótipo deste espécime: https://www.youtube.com/watch?v=AC3EyhWpTTI

Um abraço! E venha mais vezes ao Norte, carago!

Paulo B disse...

Eu estou para aqui a escrever sobre uma maior agressividade dos gestos nortenhos... Mas agora que penso um bocado... O meu linguajar não é nada meigo e dir-se-a muito nortenho (não pela pronúncia, mas pelo uso abusivo do calão, convencionalmente considerado brejeiro). Ou talvez seja só mal criado (mas é muito raro usar tais palavras no seu sentido depreciativo).

Abraço,