Não andando numa de me prender com coisas sérias, abro uma excepção apenas para aqui deixar referência a mais uma voltinha mais uma viagem lá por terras de Sua Majestade. É certo que, em certa medida, é a política e a democracia a funcionarem. Mas é um mau exemplo. Uma população nas mãos de gente tão desnorteada e não haver alguém que dê um murro na mesa é de susto. A única voz que se ergue é a de John Bercow mas pouco mais do que gritar Order! Order! ele pode fazer.
O que esta terça-feira se passou no Parlamento foi de antologia: Boris, em plena sessão viu-se sem tapete debaixo dos pés. Alguns dos seus correlegionários passaram-lhe uma valente rasteira e empurraram-no para a frente.
Eleições antecipadas? O pior é que Corbyn é um titubeante, daqueles políticos que caminham sobre ovos, que gostam de se sentar sobre o muro, sempre a ver para que lado cair.
Eleições antecipadas? O pior é que Corbyn é um titubeante, daqueles políticos que caminham sobre ovos, que gostam de se sentar sobre o muro, sempre a ver para que lado cair.
Não se sabe no que isto vai dar porque entre o jogo de uns, as irresponsabilidades de outros e os calculismos de alguns, os meses vão passando e o futuro do Reino Unido continua em banho-maria.
2 comentários:
A UJM é muito dura com o Corbyn. O homem está numa posição muito complicada. Apesar desta palhaçada toda, a opinião pública genericamente contínua demasiado dividida (a vantagem do remain é muito ténue). Portanto a opção novo referendo continua a ter um risco grande para o lado do remain. https://whatukthinks.org/eu/questions/if-a-second-eu-referendum-were-held-today-how-would-you-vote/
Por outro lado, eleições também podem ser um risco grande para Corbyn, pois também aí o eleitorado contínua muito dividido e o sistema eleitoral do UK favorece especialmente os conservadores (Basicamente favorece os partidos capazes de concentrar votos em certos círculos eleitorais, onde o mecanismo de quem ganha leva os deputados todos torna-se muito perigoso... Aliás, foi assim que os tipos da extrema direita do ukit têm conseguido representantes..).
Além do mais, a questão brexit continua a não ser pacífica dentro do próprio labour.
E ainda há o problema adicional das diferenças de opinião entre os estados que compõem o reino unido e que baralham as leituras de um suposto referendo: se não estou em erro, na Inglaterra especificamente o leave é que tem ligeira vantagem.
Enfim, um problema muito complicado (aliás, só por isso é que o partido permitiu que o Corbyn subisse à liderança... A Malta do partido percebeu que qualquer líder nesta fase só tem hipótese de ser queimado).
Pessoalmente, eu acho que a raiz de tudo isto está até mais no populismo do passado, quer de Tony Blair quer de David Cameron. Andaram a contar a história do vigário às pessoas, sobre as virtudes da desregulação laboral para a melhor adaptação da "economia" ao mundo globalizado, a necessidade de financiazar a economia, com produtos cada vez mais complexos para uma suposta diluição dos "riscos" e ainda enaltecendo o papel do país como parceiro principal (dos EUA) no "policiamento" do mundo, levando a lei e a ordem a qualquer lugar - aplicando os sacrossantos valores e excepcionalidade ocidental como virtudes a exportar ou mesmo a impor pela força das armas a outros povos...
Enfim.
Na segunda-feira passada a rtp2 exibiu o i Daniel Blake. É ficção. Mas muitos referem-no como um documentário ficcionado. Este filme e o Francês "a lei do mercado", sendo ficção, julgo que permitem vislumbrar um pouco as raízes objetivas destes problemas nas nossas democracias.
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