domingo, setembro 08, 2019

Os meus queridos pimentinhas no seu melhor





Estou um bocado sem energia porque hoje os cinco estavam com as pilhas todas. Só visto.

Estão crescidos. Na praia, éramos três adultos para os cinco mas não é fácil. Não têm qualquer medo da água, metem-se no meio das ondas, avançam, mergulham. Mas todos, rapazes e rapariga.  Se é na piscina, nadam sem pé, mergulham, fazem trinta por uma linha. Até o bebé`-- apesar de sempre com bóias, claro -- se atira sem qualquer medo, apanha com água em cima, sem qualquer atrapalhação. Na praia é a mesma coisa, destemidos, truculentos, só que com muitas ondas, muita gente. Um desassossego. 

Depois, quando jogam à bola, os quatro rapazes (bebé incluido) mais o avô, é outro desatino, vão para longe, correm atrás da bola e vão todos. Pelo menos, um desatino para mim que estou permanentemente a fazer a contabilidade a ver se estão todos. Saio da praia com a cabeça em água de andar a ver onde está cada um, para ter a certeza que estão os cinco. Hoje, se bem percebi, o futebol, depois do jogo normal, remates e defesas, evoluíu para a rabia. Há anos que ouço falar nisto, jogar à rabia, e nunca percebi de que se trata. Todos eles parecem perceber. Eu não.


E, no meio, um contratempo. Tínhamos levado o lanche, iogurtes, sandes de queijo e água e, depois da primeira leva de lanche, iogurte, quando foram para a leva das sandes, o avô descobriu que se tinha enganado ao guardar o saco e que, em vez de guardar o saco das sandes, guardou o saco das carcaças sem nada. Foi o escândalo. Não quiseram comer pão seco. E eu também fiquei um bocado arreliada, para dizer a verdade. Ficaram mal 'lanchados' desnecessariamente.

Posso também reportar que, na vinda, quando liguei à minha mãe, os três que vieram no nosso carro quiseram que fosse em alta voz, via bluetooth, para poderem participar. E estávamos na conversa quando me cheirou muito mal. Perguntei logo ao bebé: 'Tens vontade de fazer cocó? Tu vê lá, olha que não tens fralda, não faças cocó no carro, ouviste?'. E ele, muito admirado: 'Não, não fui eu' e logo o mano: 'É esgoto...! Achas mesmo que um cheiro tão intenso podia ser do meu mano? Ai tu...'. A minha mãe, que ouviu, fartou-se de rir.


Quando chegámos, foram os banhos. Toda a gente tomou o seu, o que é também obra pois é muito barulho, muita toalha, o bebé a querer também tomar banho sozinho, a água do chuveiro a ir em todas as direcções, o mais crescido que já não quer que ninguém entre quando ele está a tomar banho, ela que quer uma escova e não um pente, etc, etc.

Claro que as sandes de queijo, que tinham ficado esquecidas em cima da mesa da copa, acabaram por marchar nesse in between.

E depois jogava a selecção e foi outro chinfrim. E, entretanto, o jantar (empadão que deixei feito, senão seria impossível ainda me ir pôr a fazê-lo quando chegássemos). 

E a seguir foi o bom e o bonito. Pareciam que estavam destravados. A porcaria do wrestling, que vêem à socapa e sem autorização dos respectivos pais, e que, depois, gostam de praticar, provoca um reboliço difícil de controlar. Mas as as maluqueiras do bebé, que é o pior, acabam por ser as que mais desestabilizam pois é pequeno demais para a gente falar com ele como fala com os outros e quando se quer pôr os outros de castigo (castigo, como quem diz), cada um em seu canto, quietos, aparece ele a gritar e a correr para cima deles, tipo ninja, a provocar. E eles riem-se, e desviam-se ou vão atrás dele e tudo recomeça. Às tantas o avô tentou pôr ordem no pedaço, zangou-se a sério, ameaçou-os. Pararam durante vinte segundos pois logo apareceu o bebé a atacar os outros e eles desataram a rir e tudo recomeçou. No meio desta rebaldaria, a menininha mais linda, deitou-se no sofá, já perdida de sono, e pôs-se a ver o canal Panda para desespero dos rapazes. E isto depois de terem acordado às sete da manhã. O bebé ainda dormiu a sesta, agora os crescidos nem pó.


Bem.

Agora já dormem e espero que, depois da praia e das macacadas depois da praia, durmam que nem pedras até mais tarde. Que energia extraordinária têm.

Para eles isto é uma festa. Quando sabem que 'os primos também vêm' ficam na maior alegria. Adoram-se mesmo. Se algum deles choraminga por algum motivo, coisa rara mas que, volta e meia, acontece, logo todos se preocupam 'então, meu, deixa lá... isso já passa, não chores...'.

E são cuidadosos uns com os outros. Há bocado, o do meio, chamou-me e disse-me: 'Se ouvires a mana a choramingar a meio da noite, só pode ser porque está com saudades dos pais ou com um pesadelo. Só por isso. É só para saberes.'. E a mana é mais velha que ele.


Também há bocado andava-se à procura do Teddy, o ursinho castanho e pequenino, que se deita ao lado do bebé. Momentos antes tinham andado os cinco a atirar o Teddy pelos ares, Teddy, o flying little bear. E depois, de tudo aquilo, o teddy desapareceu. E no meio de andar toda a gente a espreitar atrás e debaixo de sofás e almofadas, pergunta o mano do meio: 'Esperem. Em primeiro lugar: onde está o bebé? Alguém sabe dele?' E logo os outros o descansaram, estava com o avô. E como o Teddy não aparecesse, resolvi que o Chicão, o coelho que dormia com o pai do bebé quando tinha a idade que agora o filho tem, faria de Teddy. E quando cheguei com o Chicão, eis que o Teddy já estava, afinal, no móvel perto da cama do bebé,


E é isto o que tenho para contar. Podia ainda contar que, quando os dois manos rapazes começaram a fazer as suas tropelias, querendo trepar já nem me lembro bem onde,  eu me lembrei que, quando andava no liceu e ia a casa de uns amigos igualmente aventureiros, eles subiam quase até ao tecto, com um pé em cada lado da parede do corredor. Bolas. Bolas, bolas, bolas. O que fui dizer? Bolas. Às vezes parece que não penso. De imediato, parecendo homens-aranhas, saltaram os dois, um pé de cada lado, aí foram eles, trepando. Uma coisa assustadora. Nunca consegui fazer isso, nem consigo perceber como é possível. E agora já aqui tenho dois que o fazem como se já o fizessem desde sempre. Claro que os outros rapazes quiseram imitar mas as pernas ainda não lhes dão para tal. Felizmente. Senão qualquer dia tenho os quatro a andarem junto ao tecto. Medo... Felizmente, a menina mais linda não está nem aí. Quando lhe dá o sono, dêem-lhe canal Panda e sossego.

Portanto, como poderão imaginar, se houve mais algum debate ou se saíram textos relevantes escritos por políticos ou gente da cultura ou se mais algum comentador inteligente disse alguma coisa esperta, passou-me ao lado. Apenas sei que esteve bom tempo e que o dia foi fantástico, bom, que, apesar de todo este reboliço, adoro, adoro, adoro estar com os meus pimentinhas e que ter a família unida e amigos uns dos outros é daqueles privilégios que me confortam o coração. Tirando isso, por ora, mais nada. (Estou a lembrar-me agora de uma do bebé sobre bebés na barriga mas o post já passou da conta de longo, fica para amanhã ou outro dia).

Só se for para dizer que, apesar de ter jantado bem, estou aqui já varada de fome. Fico sempre assim em dias de muita confusão: o meu cérebro não assimila que eu comi. Ou então, consome tudo num ápice. Paciência, não vou agora comer. Azarinho, vou dormir com fome que já é tardíssimo e não tarda estão eles a pé.


Estes bacanos aqui a rir, nas imagens, é coisa que resulta do trabalho de gente que gosta de imaginar como ficariam alguns quadros conhecidos se os seus modelos estivessem a rir. Podem ser vistos, estes e outros, no Bored Panda.

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E, em especial, para si que aí está desse lado, aturando-me nesta conversa toda, um feliz dia de domingo. 

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