Só para dizer que os dias passam e eu continuo sem descanso. Tenho coisas minhas para tratar e não consigo uma escapadinha nem de manhã nem à hora de almoço. Ao fim do dia muito menos, saio sempre tarde. É ridículo.
De vez em quando penso em colegas meus que, quando tinham a idade que tenho agora, começavam a deitar contas à vida, punham-se a jeito para, daí por um ou dois anos, receberem uma bela indemnização, daí saltavam para o desemprego e do desemprego para a reforma. Eram outros tempos. As reformas podiam obter-se cedo e, tanto quando julgo saber, sem penalizações. Claro que foram essas liberalidades que ajudaram a dificultar o equilíbrio das contas da Segurança Social pois gente a reformar-se cedo e a viver uma segunda vida já reformada a par da diminuição de novos contribuintes era coisa que não podia continuar.
Mas a verdade é que agora, com a reforma cada vez mais tarde, autêntico alvo móvel, uma pessoa esgota-se neste afã e parece que nunca mais lá chega. Por vezes consolo-me e penso que já faltou mais e que está na hora de arranjar sucessor, começar a prepará-lo e, aos poucos, ir entrando em phase out. Essa perspectiva agrada-me. Mas logo as circunstâncias de encarregam de me tirar as peneiras. Por isto, por aquilo ou por aqueloutro logo me vejo submersa. Na volta é inabilidade minha para me poupar ou uma certa tendência natural para -- involuntariamente -- descobrir e, a seguir, ocupar espaços vazios. Uma maçada.
De vez em quando penso em colegas meus que, quando tinham a idade que tenho agora, começavam a deitar contas à vida, punham-se a jeito para, daí por um ou dois anos, receberem uma bela indemnização, daí saltavam para o desemprego e do desemprego para a reforma. Eram outros tempos. As reformas podiam obter-se cedo e, tanto quando julgo saber, sem penalizações. Claro que foram essas liberalidades que ajudaram a dificultar o equilíbrio das contas da Segurança Social pois gente a reformar-se cedo e a viver uma segunda vida já reformada a par da diminuição de novos contribuintes era coisa que não podia continuar.
Mas a verdade é que agora, com a reforma cada vez mais tarde, autêntico alvo móvel, uma pessoa esgota-se neste afã e parece que nunca mais lá chega. Por vezes consolo-me e penso que já faltou mais e que está na hora de arranjar sucessor, começar a prepará-lo e, aos poucos, ir entrando em phase out. Essa perspectiva agrada-me. Mas logo as circunstâncias de encarregam de me tirar as peneiras. Por isto, por aquilo ou por aqueloutro logo me vejo submersa. Na volta é inabilidade minha para me poupar ou uma certa tendência natural para -- involuntariamente -- descobrir e, a seguir, ocupar espaços vazios. Uma maçada.
No entanto, gosto do que faço porque, em boa verdade, faço aquilo de que gosto. Quando calha proporem-me coisas de que não gosto digo que não dá, azarinho, comigo não violão. Acho que já atingi um certo estatuto que me permite isso. O meu marido diz que sim, estatuto de maluca.
Whatever.
O que sei é que, submersa como ando, vejo como se de fora os gatos manhosos e engalfinhados, no saco que é e sempre foi e será o PSD. Teve e talvez ainda tenha alguma gente de qualidade mas, basicamente, aquilo lá é gente que procura a vantagem, os jogos de interesses, gente oportunista. Conheci de perto alguns. Ainda conheço. Mas agora não andam com o rei na barriga como andaram noutros tempos, andam na moita. Conheci um, a coisa mais inculta, básica, bronca e sem ética que até hoje já conheci. Administrador de empresas, de grandes empresas, das maiores do país. Sem vergonha na cara. Amigo dos mais influentes psd's, tudo gente desqualificada. Vejo-os na televisão, sei por onde param, lembro-me dos sítios por onde andaram, o que fizeram. Na televisão armam-se em arautos do que não são. Gente sem escrúpulos constrói a sua verdade, a verdade conveniente. Gente que se faz de confiável, putativos senadores do regime -- mas em quem não se pode ter confiança.
Lembro-me de como conspiravam para guardarem e esconderem o osso. Lembro-me de como conspiravam para escorraçar possíveis ameaças.
É o que acontece agora. A perspectiva de ficarem afastados do poder durante muito mais tempo deixa-os nervosos, agitados. Os escritórios de advogados onde se acobertam estão ansiosos. Estão aí obras públicas e temem não ser contratados com a mesma ligeireza e abastança que um governo laranja faria. Ministros e secretários de estado laranjas são uma festa: assessores e avençados para todos os gostos, tudo saido do saco de gatos laranja. Mas agora as sondagens mostram o óbvio: ninguém leva a sério o mangas de alpaca. E, portanto, os Montenegros, os Morgados, os Rui Alexes e todos os sarrafeiros laranjas desta vida começam a perfilar-se. A rata velha e gorda já pulou fora, numa das suas habituais e falhadas fantasias.
A Cristas, por outro lado, por aí anda cantando de galo. Quem a ouça pode pensar que tem razões para andar naquela euforia cantante. Mas canta porquê? Canta como se tivesse 27% mas, é ridículo, não passa dos 7%. A sua popularidade tem um saldo de 2,6% contra 33,4% do Costa. Uma galinha sem cabeça que não se enxerga. Pensando bem, até dá pena.
E, tirando isto, nada. Nada se aproveita. Um PSD, um CDS e agora também uma Aliança que não valem um caracol furado. Uma indigência. Bem pode o Marcelo chamá-los a ver se enfia algum tino e sentido de responsabilidade naquelas cabeças ocas que não conseguirá nada. Desde que o Cavaco tomou conta do partido que aquilo se contaminou tudo. Os chicos-espertos minaram por dentro aquela máquina toda. E daí para cá, progressivamente, as madeiras vão ficando desfeitas, as raízes fracas, os ramos definhando, as folhas gastas -- e frutos não há.
Não é bom para a sustentabilidade da democracia. Está a formar-se um espaço grande demais sem nada que o polarize. São vazios destes que atraem populismos.
Mas numa noite em que já deixou de ser sexta-feira para entrar no sábado, praticamente a dormir, não consigo interessar-me mais por isto. É que nem sei que mais se pode dizer sobre o nada,
Portanto, há pouco, para ver se arrebitava, pus-me a ver o Mr. Bean. Gosto do Mr. Bean. Aliás gosto de qualquer coisa que me faça rir. Por exemplo, divirto-me imenso com o Nelo e Idália. Ainda esta semana me fartei de rir. Conheço um machão que é muito como ele. Aliás, machão esse que passa a vida a contar graças sobre bichas e que vai às lágrimas com o Nelo. Nunca percebi porque é que as bichas não perdem oportunidade para contar anedotas de bichas.
Mas, então, dizia eu antes de adormecer pela vigésima vez, que me pus a ver um vídeo do Mr. Bean. Pelo meio caí a dormir não sei quantas vezes mas, juntando o tracejado que consegui ver, dá-me ideia que é engraçado. Por isso, em vez de para aqui estar já nem sei a dizer o quê, vou partilhar o vídeo convosco.
Hoje não consigo sequer olhar para os mails nem consigo responder aos comentários. E devia tentar reler o que escrevi, que deve estar pejadinho de gralhas, mas também não consigo. Não levem a mal. O dia que está quase a chegar vai ser bem preenchido e tenho que ir carregar baterias.
Espero que tenham gostado das imagens. São pinturas de Wolfgang Lettl, doidas e divertidas como tudo o que é surrealista. As lágrimas negras de Zu&Nuria estão aqui bem deslocadas mas porque é que este meu post haveria de estar todo bem alinhadinho? Não vejo porquê.
4 comentários:
Bean, Nelo e Idália...adoro!
Quanto ao PPD-PSD, como costumo dizer, grande parte dos seus militantes, simpatizantes e afins votariam de bom grado num qualquer "Bozo" tuga.
Aliás nunca vi um partido que tão bem represente a sociedade sem classes no oportunismo e na pequenez humana, que isto do pé-rapado ao visconde poucos se safam.
Um abraço.
A minha opinião sobre os políticos todos é a mesma de sempre: são (quase) todos uns aldrabões e uns ladrões . Por isso não votei nas últimas eleições, nem vou voltar a votar, creio que nunca mais na vida. Mudam os partidos e a porcaria é a mesma. Podíamos já estar reformadas, sem prejuízo para ninguém, se os políticos fossem honestos, podíamos! Mas a pagar buracos de bancos e submarinos e subsídios milionários e desvios para aqui e para ali, e...e...não chega para as reformas das pessoas honestas e trabalhadoras e temos que gramar cá até andarmos de bengalinha.
Gostei imenso da música que aqui colocou. Não conhecia a cantora e se não se importa também vou colocá-la no meu blogue. Lembra-me a Lila Downs, que adoro.
Um beijinho e um bom fim-de-semana:))
Ressalvo que alguns se safam (mal seria se assim não fosse) e, felizmente, conheço algumas pessoas de grande qualidade humana que se identificam com o PSD, mas que na prática acabam por não sincronizar no real das ideias e da forma de estar com a cultura do partido, especialmente aquela que temos vindo a conhecer desde 1985.
Um abraço.
Montenegro está espernear porque sabe bem que vai passar a um cadáver politico
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