sábado, junho 16, 2018

Rescaldo do jogo Ronaldo-Espanha com uma anedota, duas fotografias malucas e um momento musical à laia de tremoços


Estou de volta. Já fomos jantar fora e dar um beijinho e um presente a uma aniversariante e, agora, de novo, na sala. O meu marido, como habitualmente, vê os momentos mais relevantes do jogo.

Não percebendo eu grande coisa de futebol, quando me ponho a ver, nos momentos decisivos, gosto de estar de pé a viver intensamente o momento. Assim foi há bocado, depois do 3º de Espanha, quando vi a coisa mal parada. Sofro com estas coisas. O meu marido nem se mexe, deitado no sofá, vociferando de vez em quando, mas num estado de concentração como se se estivesse a preparar para marcar um penalti. Eu, em contrapartida, de pé, a cantar 'vamos lá cambada, todos à molhada, isto é futebol total' e a vibrar e a sofrer e a saltar.


O que gostei de ver o Ronaldo a concentrar-se para a jogada que deu o 3º... Uma coisa quase sobrenatural. Todos os seus tendões, todos os seus músculos, toda a sua respiração, todo o seu corpo e alma naquele olhar cego de guerreiro que se prepara para vencer mais uma batalha. Uma coisa do além. E a precisão daquele pontapé... Uma coisa extraordinária. É preciso um fabuloso conhecimento empírico do que é o cálculo vectorial cinético e a termodinâmica do binómio pessoa-bola para fazer uma tal proeza. Fiquei vidrada na transcendência daquele momento. Acresce que, com o cabelo bem aparadinho, até perde um bocado aquele ar meio chunga que me obriga a desconcentrar-me dos seus méritos. Assim, normalzinho e bonito como agora está, consigo focar-me, por inteiro, na sua soberba sinergia entre a musculatura, a perícia e a energia instantânea. Penso que é a uma tal capacidade de total e exclusiva entrega ao momento que, por aí, se chama mindfulness.
[Bolas, bolas, bolas: a comentar assim o futebol ainda faço concorrência ao Rogério Casanova, essa intrigante criatura com que eu, não sei bem porquê, secretamente engraço]
Adiante.


Enquanto eu louvo vibrantemente aquele 3º golo do Ronaldo, o meu marido, sempre contido, põe-se a dizer que o 2º foi frango do guarda-redes espanhol. Tenho que mostrar o meu desagrado: se não achou excepcional o 2º, pois que se concentre nos que achou excepcionais. Diz-me que o Ronaldo não faz outra coisa senão jogar futebol. Tive outra vez que dizer que o Ronaldo como todos os outros, só que os outros não têm aquele superlativo grau de perícia. Diz que sim, que Ronaldo é bom. Acrescenta: muito bom. Dito por ele e neste tom de voz, confirmo: Ronaldo é, pois, mesmo muito bom já que elogios fáceis ou adjectivos entusiásticos não abundam aqui deste lado. 

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Entretanto, o meu marido adormeceu e eu para lá caminho. Portanto, se me permitem a preguiça, vou dar uma nova volta a mails transactos. 

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Para começar, uma fotografia enviada pelo querido Eugénio que é de uma simpatia inexcedível.


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E agora uma anedota também enviada pelo Eugénio que, se ele não me levar a mal, vou enfeitar com uma fotografia que descobri da enfermeira Antonieta.
O Maneli, alentejano de gema, adormeceu na praia sob um sol escaldante e sofreu graves queimaduras nas pernas.  Foi transportado para o hospital de Beja, com a pele completamente vermelha, cheio de bolhas, e as dores eram horríveis. Qualquer coisa que lhe tocasse na pele ... era a mais completa agonia!  
O médico, um alentejano de Serpa, foi ver o Maneli e prescreveu que lhe fosse administrado soro, por via intravenosa, um sedativo leve e 3 comprimidos de Viagra de 8 em 8 horas. 
Antonieta, a enfermeira de serviço também ela alentejana, da Vidigueira, completamente boquiaberta perguntou: 
- Oh Doutori, vomecê desculpe ... mas vomecê receitou Viagra ?!!! 
Responde o médico: 
- Si senhora, recetê Viagra e muito bêm. 
A Antonieta volta a perguntar: 
- Mas atão pra que serve ao Maneli o Viagra nas condições em quele tá? 
Ao que o médico respondeu: 
- Atão nã se tá memo a vere ? É prós lençóis nã tocarem nas quêmaduras das pernas !!!
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E, agora, vamos lá cambada, vamos ensaiar para cantarmos, em coro, na próxima jogatana da nossa rapaziada!

Bora lá fazer coro com o José Esteves.


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E agora salut! À vossa!

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