Tenho a dizer que o meu 1º de Maio foi um dia muito feliz.
Como boa trabalhadora que sou, trabalhei que me fartei. Dar de comer a muitas bocas e fazer gosto em que seja tudo feitinho com as próprias mãos é trabalhoso. Mas é trabalho que se faz de gosto e com recompensa imediata. Estar sentada no meio de tanta descendência é uma alegria. Ver como gostam todos tanto de estar uns com os outros é um aconchego para a alma. Ver os mais pequenos a brincarem em conjunto e o bebé já a querer participar nas brincadeiras é uma ternura.
Como boa trabalhadora que sou, trabalhei que me fartei. Dar de comer a muitas bocas e fazer gosto em que seja tudo feitinho com as próprias mãos é trabalhoso. Mas é trabalho que se faz de gosto e com recompensa imediata. Estar sentada no meio de tanta descendência é uma alegria. Ver como gostam todos tanto de estar uns com os outros é um aconchego para a alma. Ver os mais pequenos a brincarem em conjunto e o bebé já a querer participar nas brincadeiras é uma ternura.
Mas a realidade tem outras faces. Ao regressar ao trânsito, às reuniões, aos problemas e conflitos, às muitas horas de muitas coisas a que não se pode voltar as costas porque há compromissos e responsabilidades, ao chegar atrasada à fisioterapia receando que, uma vez mais, não conseguisse fazê-la, ao chegar a casa já depois das nove da noite, eu penso que já devia ter conseguido atingir o direito a ter uma vida mais descansada. Mas não sei como. Não é uma escolha, é assim porque é assim. Talvez seja esta a vida que escolhi mesmo sem perceber que chegaria a este ponto em que, mesmo que sinta vontade de trabalhar menos, o trabalho cai em cima de mim mais e mais e mais. Estou numa reunião, a conduzi-la e, sem poder desfocar-me dela, ao mesmo tempo a espreitar os mails que chegam e onde se anunciam crises e problemas que, se não atalhados, desembocarão em problemas maiores. E depois chegam mais pedidos de reunião e mais e mais e mais. Uma pastilha difícil de engolir. Pior: pastilhas que nunca mais acabam.
Estava na marquesa da fisioterapia e os mails continuavam e, ao contrário do que tantas vezes acontece, nem me deu sono. E agora que aqui estou, em vez de falar de frescuras e laroquices, estou nisto. Dia chato, conversa chata. Não gosto. Nem gosto de vos maçar com maçadas que só a mim dizem respeito. Mas nem energia nem inspiração para me alienar eu hoje tenho.
E aqui chegada, neste lindo estado de espírito, abro o YouTube para ver se o meu amigo -- que está carregadinho de inteligência artificial -- tem alguma graça para me animar e dou com um vídeo carregadinho é de ironia, de sarcasmo, de amargura. Steve Cutts, imagine-se. Logo ele. Caraças. Que mau gosto o do YouTube. Já uma vez aqui o tive, falando deste nosso mundo. Coisa lúcida até demais.
Agora, aqui, ele fala de Felicidade. Felicidade o escambau. Podia ser coisa para a gente se rir mas, bolas, vontade de rir é que eu não tenho mesmo. Ora vejam...
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