Meus Caros. Isto hoje está impossível. Cheguei aqui ao computador depois da meia-noite. Vi os mails e ainda consegui responder a um. O Leitor dizia-me que descansasse e tirasse férias do blog por uns dias que os Leitores compreenderiam. Pela forma carinhosa como estava escrita e pelo cuidado, comovi-me e agradeci. A seguida ia escrever um post sobre isto de se terem privatizados os CTT e de a coisa estar como está mas, meus amigos, caí num sono profundo. Acordei agora. E não há volta a dar: não consigo. É hoje que não vou conseguir dar uma para a caixa. Não que não tenham existido mil outras situações idênticas. Mas penso que nunca tão nulas como me palpita que hoje será.
Já tenho comigo as mais de mil fotografias. Fomos buscá-las esta noite. Já fizemos umas compras que ainda faltavam (e tomara que não me lembre de mais nada). Tinha ideia de chegar a horas de ainda as separar por destinatários e começar a separar e embalar presentes. Nada. À vinda, vários acidentes, um trânsito sem explicação. Horas para tudo. Um desespero. Passo pelos acidentes e nem me ocorre pensar naquelas pobres pessoas ali no meio da estrada com os carros amachucados, apenas maldigo o tempo que me fazem perder.
Cansada. É que, com estas coisas e com o trabalho, só consigo começar com estas faenas natalícias depois das oito da noite. Amanhã mas um dia de reuniões e múltiplos afazeres. Conciliar uma agenda a rebentar pelas costuras com a preenchida vida familiar é um equilíbrio que, pelos vistos, deixa marcas. O estado de soneira profunda em que estou só pode ser disto. À hora de almoço, IKEA com a minha filha e com os miúdos. Compras a gosto dela e, de caminho, estar com pimentinhas que já estão sem aulas e que, se puderem ter umas saídas da escola, melhor se sentirão. Uma alegria, claro. O que gosto de estar com eles vale por mil cansaços. Mas a hora de almoço no ikea não é uma hora pequenina porque está repleto, porque o restaurante transborda, porque os miúdos brincam e é preciso estar de olhos neles no meio daquela confusão. Portanto, ao fim do dia, a saída do trabalho teve que ser mais tarde. E é sempre isto e, por uma razão ou por outra, nunca consigo sair cedo, vir cedo para casa.
Ainda não comprei o que o meu marido disse que queria de presente: uma serra a gasolina para cortar troncos grossos. Temos uma serra mas não é grande coisa etem que estar ligada à electricidade, não dá para andar pelo campo. Cada vez há ramos maiores que lhe dão muito trabalho a serrote. Éramos para ir ao Leroy. Gostamos de lá ir. Descobrimos ferramentas que percebemos que são úteis. Cada vez mais temos este apelo do campo, da terra. Mas ainda não conseguimos. Claro que dizer que é presente de Natal é uma forma de expressão mas, enfim, apesar de tudo, ainda temos estas coisas de crianças, da troca de presentes, mesmo que, na realidade, não sejam presentes-presentes.
Enfim.
Hoje não deu e não está a dar para escrever sobre o que quer que seja.
Não estou a queixar-me, longe disso. Estou apenas a deixar um registo. Talvez isto seja mesmo uma espécie de diário.
No outro dia (ou ontem de manhã?) ouvi o Luís Miguel Cintra a dizer poemas e estava com ideia de tentar descobrir esse poema. Mas não consigo. Coloco apenas dois outros e este apenas não é coisa menor. É maior. Apenas que não foram estes que ouvi. Mas também não faz mal.
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E tenho que ficar por aqui. Não tarda tenho que estar a pé e não consigo escrever mais. Tomara que não encontrem gralhas assustadoras. Não vou conseguir reler.
As fotografias foram feitas durante o fim de semana in heaven
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Um dia feliz a todos quantos têm a paciência de acompanhar esta minha adormecida peregrinação através das palavras. Saibam que vos agradeço.
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