Depois do que abaixo escrevi, para que não venham para cá queixar-se -- que sou destemperada, que não me porto bem, que devia ter mais tento na língua, que devia pôr os olhos nos betinhos, nos jotinhas, nos beatinhos, nos alinhados bloggerzinhos, nos fofinhos que nunca partem um prato -- aqui estou eu a fazer recolhidos mea culpas, mea maxima culpas.
Sei que isto hoje não está a correr nada bem, muita esculhambação, muita inconveniência, muito passo fora na norma. Eu sei. Então não sei? Sei, claro que sei. Numa única jornada trazer aqui o Manuel João e o Cesariny é fruta a mais para tão austera audiência. Sei. Por isso, se repararem bem já estou a benzer-me. Penitência a sério. Aqui onde me vêem, expio os meus pecados com arrependimento. Só me faz falta ter um convento onde me recolher. Eu, vestida de Madre Superiora, em introspecção, pedindo perdão pelo palavreado que tão rudemente tem ferido os vosso castos olhos, underwearmente cravada a cilícios. Teria a vida facilitada -- que o hábito faz a monja. Assim, como estou, impudicamente tentando vencer o calor nesta noite tão quente, sem negros paramentos cobrindo-me o afogueado corpo, como conseguir lembrar-me de todos os pecados capitais a ver se escapei a algum?
Acreditem: eu não queria ser assim, Irmãos, não queria. Isto é genético, uma coisa na base da orientação sexual: sou eu e a fatalidade da minha queda para o pecado. Sou fraca, Irmãos. Tanta reza e tanta oração aqui na galeria lateral, todos bem comportados, todos tão normais, todos tão afobados com quem ousa proferir anómalas afirmações e eu, passo trocado, aqui a blasfemar. Ímpia criatura, eu. Mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa,
Vou pedir que todos os santinhos do universo e da blogosfera me inspirem porque na verdade sei que lindo, lindo mesmo, é a gente nunca dizer nada que arrelie o sacristão nem o diácono, que nunca o vento sopre de feição e lhes tire um fio de cabelo do aprumo capilar, ou que à beata com substracto de intelectual de esquerda nunca um pêlo púbico se desalinhe para fora da cueca. Vou pedir que saiba eu também bem comportar-me, para passar por betinha, menina linda.
[Mas ainda não, ainda não... -- como pedia o outro, o amante da Flora Emilia]
E, entretanto, sabendo que estão a passar trezentas velhas em fralda de camisa vou juntar-me a elas. E adivinhem V. em que posição me vou eu colocar.
(E assim sendo, com vossa licença, que entre o meu terceiro guru que, para que a série fique completa, depois do Manuel João e do Cesariny, tinha mesmo que aqui ter o saudoso João de Deus, e, justamente, num almoço com a Madre Superiora. Está na hora dos cânticos religiosos. Ámen)
As bodas de Deus -- a cena do almoço
[Pena que o cantar final seja tão breve. Gostava de me juntar ao coro mas, afinal, não foi senão um mero amuse-bouche]
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E permitam que vos aconselhe: cuidado com o que abaixo se segue.
O post seguinte é impróprio para meninas finas e o mais abaixo tem o seu quê de heresia.
Vão com calma.
Vão com calma.
-- Avisei --
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