No post abaixo (Hugalex e a sua fixação necrófila. Nuno Magalhães ou a sapateira oca em versão masculina e oleosa) falo desse grande tribuno que dá pelo nome de Hugo Alexandre e sobre quem o País tem vindo a descobrir que, pelo menos desde que subiu a líder parlamentar, mais do que um cromo, o que ele é é detentor de uma anomalia -- e não uma anomalia qualquer. Esta é daquelas que, ao que vemos, lhe deu com força e relativamente à qual há quem faça filmes e séries de horror.
Mas eis que, depois desse meu exercício, quando na mais pura das boas intenções me preparava para ingressar no sempre atraente mundo da realeza, desta feita para falar do documentário sobre Diana, no qual William e Harry falam da memória da bela e trágica progenitora, caio de novo das nuvens aos trambolhões.
Então não é que ouço de novo referência à mãe de todas as barraquinhas? Também à hora de almoço tinha ouvido a rabecada do INE no nosso grande Conselheiro de Estado, aquele sobejamente conhecido pela sua alta craveira decorativa (leia-se: dada ao decoro) e pela sua capacidade para se infiltrar em tudo o que é lugar, desde Conselhos de Ministros até reuniões à porta fechada no Banco de Portugal.
Mesmo que alguém se reúna num submarino ao largo dos Açores para ver se o pet-comentador não consegue captar os segredos aí proferidos, tudo lhe chega aos ouvidos e tudo, ao domingo, o garganta-funda divulga em horário nobre aos balcões do clube dos boateiros.
Mas, dizia, ouvi à hora de almoço falar na big bronca mas, desde logo, resolvi não falar do tema.
Se o Um Jeito Manso é um diário a céu aberto, que imagem do meu país deixo eu para a posteridade se falo de todas as misérias a que, no dia a dia, assistimos...? A de que isto está entregue à bicharada...? A de que Orwell nem sonhou onde é que afinal viria a situar-se a verdadeira Quinta dos Animais, agora que os porcos triunfam em toda a linha desde que a laranja parece ter secado de vez...?
Não. Prefiro dourar a pílula, optar pelo estilo peace and love, e ainda que agastada, passar ao lado (para não sujar os pés), dedicando-me antes à rêverie e às coisas fofas em vez de, qual intrépido Jumento ou Der Terrorist, não deixar passar uma e dar-lhes com força no totiço.
Mas a verdade é que, como dizia o outro (presumo que um comentador de futebol), o que tem que ser tem muita força -- e estando eu aqui na boa, inesmente posta em sossego, uma voz se levanta do sofá ao meu lado para comentar o inédito comunicado do INE.
Mas a verdade é que, como dizia o outro (presumo que um comentador de futebol), o que tem que ser tem muita força -- e estando eu aqui na boa, inesmente posta em sossego, uma voz se levanta do sofá ao meu lado para comentar o inédito comunicado do INE.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) critica fortemente as declarações de Marques Mendes no domingo na SIC, acusando o político e comentador de "antecipar" um resultado que "já tinha sido publicado". (...)
Ou seja, diz o instituto responsável pelas estatísticas oficiais, "o Senhor Conselheiro de Estado e comentador da SIC, Luís Marques Mendes, não antecipou este resultado. O resultado já tinha sido publicado!"
O INE vai mais longe e diz que "esta falsa antecipação é grave na medida em que se pode gerar na opinião pública a ideia que Luís Marques Mendes tenha qualquer privilégio de acesso antecipado às estatísticas oficiais do INE, o que não sucede".
E, assim sendo, entendendo eu isto como um chamamento, não tenho outro remédio senão aqui deixar registo de mais esta mancha no comportamento do partido lapariano. Ora é o Láparo, ora o Hugalex, ora o Prof. Dr. Dentista-Ariano Ventura, ora o eterno putativo Rangel, até agora, imagine-se, o célebre Conselheiro Mendes. Todos à uma a darem tiros nos pés. Uma festa.
[Não acredito! Que nem de propósito... Juro. Então não é que agora, enquanto escrevo isto, até o Cavaco tenho aqui na sala. Imagine-se. Foi receber uma medalha. Não prestei muita atenção. Dá-me ideia que alguns galegos de coração de manteiga se condoeram do ostracismo a que a história o votou e resolveram oferecer-lhe um sorvete. Pois aqui está ele, a jactar-se dos seus feitos. Ele e a sua Maria, ela a olhá-lo como ele, em não-saudosos tempos, olhava para as vacas que riam. Blasona-se ele, dizendo que é um fazedor. Como se a gente não soubesse. Carradas de anos a fazer m... e ainda vem gabar-se disso. Haja paciência.]
Não sei mas alguma explicação há-de haver para este triste fenómeno a que estamos a assistir. Algum sociólogo, antropólogo ou psiquiatra estude o caso, por favor. A continuar assim, e ao ritmo a que a coisa se está a desenrolar, o PSD ainda vira rapidamente um antro de tesourinhos deprimentes, múmias paralíticas, láparos empalhados e pouco mais.
___________________
Aviso
Desaconselho vivamente o post abaixo.
Avisei.
_____________