Enquanto vejo na televisão imagens de um novo problema num concerto, desta vez em Manchester no final de um concerto de Ariana Grande -- mas ainda não se sabe bem o que aconteceu, falando-se em explosão, mortos e feridos, e vendo-se carros de bombeiros e ambulâncias a chegar -- forço-me a deslocar-me para outro assunto. Entretanto, ao telefone já se encontra Nuno Rogeiro que, espantosamente, está a transmitir informações de números de telefone, uns para denunciar suspeitos, outros para encontrar crianças que estavam no concerto. E diz que pode estar a falar-se em cerca de vinte mortos e dezenas de feridos.
Mundo cão. Melhor fariam as televisões se não transmitissem tantos pormenores, se não fizessem tanta propaganda a tudo o que seja acto tresloucado.
Com vossa licença, irei, então, andando para outro assunto.
Soube que num dia relevante para o País, o da saída do grupo dos relapsos, dos de más contas e défices excessivos, Marcelo veio caridosamente dar uma palmadinha verbal nas costas de Passos Coelho, dizendo que o mérito também é dele. Não apenas do Governo de Costa mas, também, do Governo de Passos -- sentiu-se ele na obrigação de dizer.
Logo se elevou um coro de ciosos: que não, qual quê, alguma vez o Láparo pode ter contribuído para o sucesso alcançado quando notoriamente o que está a correr bem são as acertadas medidas de Costa e Centeno? E quando estes a primeira coisa que fizeram foi mudar de página e inverter as poíticas de Passos Coelho...?
Contudo, eu, se me permitem, vou dar razão ao Marcelo e contrariar os bem falantes de esquerda que andam todos contentes e se esquecem de agradecr àquele a quem tanto devemos.
Conhecem-me bem os que por aqui vão passando: não morro de amores pelo Láparo, pelo Portas, pela Marilú. Mas, se me conhecem mesmo, saberão que tento ser imparcial.
Estou a sê-lo neste momento.
Uma palavra de agradecimento é devida à seita pafiana. E ela aqui está: Obrigada.
E não me rifem, os mais fundamentalistas. Não estou a portar-me como uma traidora. Sou franca em qualquer circunstância. As verdades são para serem ditas.
Mas antes de me julgarem, ouçam-me, por favor. Deixem que me explique.
Se o Passos, o Gaspar, a Mª Luís Albuquerque, o Portas, o Relvas, o Crato, a Teixeira da Cruz e todos os outros não tivessem sido tão maus, tão, mas tão maus, tão desgraçadamente maus, tão incompetentes, tão broncos, tao destituídos, tão insensíveis, tão impreparados, tão pouco amigos do País e dos portugueses, se não tivessem afrontado tão vilmente os mais pobres, os mais velhos, os mais jovens, se não tivessem espantilhado tão grosseiramente as empresas, vendendo as maiores ao estrangeiro, se não tivessem ajudado a rebentar com vários bancos, destroçando o sector bancário e fazendo toda a espécie de burrices sem perceberem que, fazendo tudo mal, dificilmente chegariam a bom porto -- talvez os portugueses não lhes ganhassem tanta aversão.
Assim, ganharam. Aversão. Profunda.
Fartos do Láparo e da sua trupe até à raiz dos cabelos, até à medula, até às unhas dos pés, os portugueses puseram-se nas mãos dos partidos da oposição e puseram para trás das costas os ancestrais medos dos comunistas, extremistas e o escambau. Tudo seria melhor do que a peste laparónica.
Ou seja, doidos para se verem livres de tal tropa fandanga, os portugueses estavam verdadeiramente por tudo: PS+BE+PCP e Verdes, tudo a apoiar o Governo do Costa.
Os mais timoratos de entre os apoiantes do PS ainda vacilaram mas os portugueses disseram que, perante a possibilidade de os pafs se manterem no poder, não haveria volta a dar. Que viesse a Geringonça que seria bem vinda. E veio. Para ficar.
Os mais timoratos de entre os apoiantes do PS ainda vacilaram mas os portugueses disseram que, perante a possibilidade de os pafs se manterem no poder, não haveria volta a dar. Que viesse a Geringonça que seria bem vinda. E veio. Para ficar.
Portanto, razão tem Marcelo: há que não negar o mérito do valor do governo do láparo. A ele lhe devemos não o podermos ver nem pintado, a ele devemos o apoio que os portugueses tão afavelmente dedicam ao Governo de Costa e à Geringonça, permitindo-lhe governar à vontade Jamais teríamos o governo de Costa apoiado pela esquerda em peso se não fosse o Passos Coelho. Portanto, obrigadinha ó Láparo.
E obrigadinha, Professor Marcelo por, uma vez mais, nos dar a ver a luz da verdade.
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E agora, num registo muito diferente, queiram, por favor, descer até ao post seguinte onde falo de um tema muito tristemente actual:
o dos distúrbios mentais, invisíveis, arrasadores. E conto um caso verídico.
o dos distúrbios mentais, invisíveis, arrasadores. E conto um caso verídico.
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4 comentários:
Very good writing.
Concordo, a geringonça não existiria se eles não fossem - todos - tão maus.
bom, foi o be e o pcp que colocaram os pafs no poder ao chumbar o pec4 - http://videos.sapo.pt/cUvoKoFVfjzlie7BPes5
bob Marley
Mas que comentário tao bom e o pior é que eu, pobre ignorante, ri detalhadamente.
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