Como muito bem sabe quem por aqui me tem acompanhado, não sou dada a religiões e, muito menos, a práticas e preceitos de qualquer igreja.
Mas acredito na bondade, na generosidade, na tolerância, venero a beleza das coisas, respeito, acima de tudo, as pessoas e acho que é para contribuirmos para que a vida de todos seja melhor que vale a pena viver, amo a natureza no seu conjunto e acho que a devemos preservar e respeitar, desejo que o mundo caminhe no sentido do desenvolvimento, desejo que se acarinhe o conhecimento e que se perceba que sem as artes a vida perde grande parte do seu sentido. Acho que devemos estar atentos para podermos detectar qualquer sinal de pedido de ajuda, acho que deveremos dar de nós o que pudermos para, de alguma forma, tocarmos os outros.
Não sei se há alguma religião em que tudo isto encaixe bem. Budismo, talvez? Quem sabe até o catolicismo tal como Francisco, o Papa, o sente. Não sei nem isso me interessa. Não sinto necessidade de me encaixar. Também nunca me encaixei em partidos políticos ou clubes de futebol e nunca senti qualquer necessidade de seguir guiões ou caminhar por carreiros. Gosto de ir escolhendo os meus caminhos, ajustando as minhas opiniões e ir aprendendo, experimentando.
Por isso, no Natal não vou à missa do galo ou outra nem penso no significado religioso da ocasião. Mas gosto de me reunir em família, gosto de oferecer presentes (mais do que de receber), gosto de cozinhar para os outros, gosto de estar entre os meus, de ouvir os seus risos, as suas conversas cruzadas, gosto de sentir o afecto circulando entre nós, gosto de estar por dentro da alegria das crianças.
Nesta altura distribuo-me entre casas de forma a poder estar com todos. Na véspera estou com uns, no dia de Natal o almoço é em minha casa, à tarde e até à noite saímos e vamos para outra casa. Ando carregada de sacos de um lado para o outro, levando comida, presentes, regressando com mais sacos. Queixamo-nos: parece um karma isto de andarmos sempre carregados, a transportar coisas de um lado para o outro. Nestes dias, muitas vezes regressamos a casa às tantas da noite mas, apesar dos sacos, trazemos sempre o coração quente.
Agora tenho uma máquina de café expresso em casa mas, até há uns anos, quando queria uma bica, tinha que ir à rua, a um café. De manhã tenho sempre que beber café. A minha tensão baixa não se compadece com estar sem beber uma café quente e forte. Ora uma coisa que sempre me impressionava quando ia beber café no dia de Natal de manhã (e este 'de manhã' por vezes já era quase perto da hora de almoço) era ver as pessoas que se encontravam sozinhas a uma mesa, almoçando ou comendo uma sandes ou um bolo. Pareciam-me desoladas, tristes, e eu tentava não as olhar, quase como se um pudor me impedisse de testemunhar o seu abandono. Quando se vê isto, não sabemos qual a vida das pessoas, talvez não haja qualquer razão para penas, talvez seja uma opção que não comporta qualquer tristeza, mas eu ficava sempre com o coração apertado pensando que, se calhar, eram pessoas sem família, que se viam no dia de Natal sem ninguém com quem estar.
Sei que há Leitores e Leitoras que estão nessa situação porque me têm escrito e me têm contado das suas vidas. Alguns ou algumas vivem apenas com uma mãe ou com um pai de idade, outros vivem mesmo sozinhos, ou porque não têm família ou, porque, por razões da vida, é como se não a tivessem.
É nesses, em especial, que hoje penso. Gostaria que lessem estas minhas palavras como um gesto de afecto, quase como se estas minhas palavras pudessem ser a companhia que lhes falta.
Como o tenho dito várias vezes, quando aqui escrevo tento alhear-me das pessoas para quem escrevo para que as palavras se soltem livres. Mas hoje não. Hoje escrevo a pensar nos que gostavam de receber um sorriso, um abraço, uma palavra amiga.
Por isso, a todos eu desejo que, neste Natal, de uma forma ou de outra, se sintam acarinhados e felizes ou, pelo menos, não sozinhos. E a todos agradeço do fundo do meu coração pelas palavras, pelo afecto, pela presença, por tudo quanto me têm dado.
Por estes dias tenho recebido muitos mails. A todos o meu muito obrigada pelos votos e pelas palavras simpáticas que me dirigem. Infelizmente, não vou poder responder individualmente a todos pois já sabem que o meu tempo é sempre contado.
Portanto, este post hoje é para cada um de vós em particular, para os que me escreveram e a quem eu não respondi, para os que me visitam e cujos nomes conheço, para todos aqueles cujo nome não sei mas que estão aí, presentes e amigos, para aqueles a quem, de alguma forma, acompanho.
A todos eu gostava de formular os meus votos, deixando uma palavra minha como se pudesse deixar um presente ou uma parte de mim.
E, assim, numa ordem perfeitamente arbitrária, estes votos cheios de carinho vão
para a Maria de que há tanto tempo não tenho notícias e em cuja difícil tantas vezes penso, para a Maria Clotilde, amiga, sensível e a quem desejo que os seus meninos a estejam a encher de alegrias, para a Maria da Conceição, tão simpática que me deixa tão contente sempre que tenho mail dela, para a Ana, sempre tão presente e querida, tão presente, para a outra Ana que gosta de livros e das palavras, para a Erinha, pessoa tão especial e que um dia hei-de conhecer ao vivo e de quem espero ter um dia livros de poemas para ler, para a Isabel das Palavras, amiga dos meninos e a quem os meninos tanto querem, para a Sol Nascente, mulher tão parecida comigo, para a Maria Eduardo, que deve andar a tratar da família e que é tão simpática, para a Carlota que está aí desse lado, para a Isabela que desfia saudades e palavras que parecem mágicas mas onde se pressente a pele e o sangue e as lágrimas, para a Sara, lutando pela sua vida, para a Antonieta de quem tenho saudades, sempre tão conhecedora de livros e palavras, para a Leanora, quase eu ao espelho, que eu sentia sempre tão vibrante e cheia de vida, para a Margarida-Guida, a menina que os meus meninos amam, para a Margarida-Margarida sempre tão assertiva, para a Margarida-Maggie, minha amiga sempre cheia de flores nos braços e afectos no coração e sonhos no olhar,
para a Sónia que está longe mas é como se estivesse aqui tão perto, para a Helena que também não sei por onde anda, para a Bárbara Helena, mulher de fibra que suporta como uma leoa a vida que lhe calhou viver e que sorri porque sabe que a vida, apesar de tudo, lhe reserva sempre inesperadas alegrias, para a Eva que talvez tenha ido por esse mundo fora, para a Lia que há tempos que aqui não deixa um alôzinho, para a Eli, professora cheia de raça e energia, para a Isa que também não sei onde anda, para a Izzy cujas palavras gosto muito de ler, para a Madalena de quem não tenho tido notícias, para a JV, essa menina-mulher tão cheia de energia e confiança, para a Olinda, a querida Olinda com um xaile de seda e uma arca enorme de onde saem poemas, histórias, afectos, e que está perto como se a pudesse ver na janela da frente, para a Maria Luísa tão simpática e com cujas palavras tanto me identifiquei, para a Rita que tem um traço cheio de poesia e graça, para a Patrícia que é uma mulher de armas, uma guerreira de sorriso suave, para o Alexandre de olhos puros como o céu e que escreve como um príncipe (mesmo quando fala de números), para a Ana Cristina que eu gosto tanto de ler e cujos recomendações são ordens para mim, para a Rosário que vem como uma rosa,
para a Rosa que chegou há pouco e veio cheio de alegria, para a Teresa-Teté que é uma simpatia, sempre de braços abertas, uma mãezona e uma super-avó, para a Maria Teresa que me lê nas noites de insónia e cujas histórias eu adoro ler, para a Teresa-Tita que, apesar de andar caladinha, eu espero que esteja bem, cheia daquela energia transbordante que me sabia tão bem ler, para a Irene que é tão discreta e amável, para a Redonda cuja companhia sinto nas noites em que por aqui me deixo ficar a escrever, para a Lúcia de quem não tenho notícias, para a São que é tão simpática, para a Maria do Carmo, que é rápida no gatilho e de uma pontaria que não falha, para a Alice rodeada por alfazema que tem palavras frescas como a das crianças, para a GL que é solidária e simpática, para a Leonor que eu lia e me lia e me escreveu no meio dos seus enormes problemas e de quem nada sei e em quem tanto penso, para a Ivone que talvez não saiba como gosto do que escreve, e para a Mariana, tantas vezes censora e de quem não vou dizer mais nada e ela sabe porquê, para MN, e para o Joaquim, amigo, amigo, amigo, poeta, fotógrafo, viajante, para o João sem mais palavras, para o João tantas vezes tão duro comigo e cuja opinião tanto prezo, para o João Cerqueira, autor tão premiado internacionalmente e que sente a falta de reconhecimento dentro de portas, para o José, meu amigo recente mas a quem tanto quero e a quem desejo que a inspiração e a jovialidade nunca o abandonem,
para o Zé que tantas vezes não concorda com o que escrevo mas, paciência, fazer o quê?, para o José que ama os números, as palavras, a terra, que cultiva poemas e afectos, para o jrd a quem tanto admiro pela concisão, oportunidade, delicioso sentido de humor e gosto pela vida, para o P. Rufino, contador de histórias, assertivo, frontal, divertido, companheiro de escritas, para o dbo, presença amiga, palavras cinzeladas com estima, opiniões francas e directas, para o Rui por quem sinto admiração e estima e a quem desejo muito sucesso e uma vida feliz, para o Jorge que um dia pensou que me tinha ofendido mas que eu logo perdoei, para o Jorge lá longe que gosta de vir passear cá pelas terras de Pessoa, para o Jorge que sabe ver para além da superfície e me deixa a pensar e que descobre a poesia nas águas que correm, nas árvores, nas sombras, nos corpos que se abandonam, para o Francisco cujas palavras não perco, um modelo de equilíbrio e diplomacia, para o Luís Filipe cuja poesia ora é uma arma ora é um laço de afecto, e, para o Domingos, tão simpático, tão cavalheiro, para o Henrique que é de um tal fulgor na escrita e de uma tal acutilância nas observações que desperta a minha curiosidade, para o Daniel de quem não tenho tido notícias, para o Tiago que também não sei onde anda, para o para o José Catarino cujas palavras não perco por nada, palavras que vêm com terra nas mãos, palavras genuínas, para o Bartolomeu que gosta de atravessar os montes na sua nave de sonhos, para o António de quem tenho saudades,
para o Eufrásio que amanha o mar como quem semeia palavras e as vê crescer, dando cravos vermelhos da cor da carne e do sangue, e para o Lino que chega com palavras cheias de silêncio e afabilidade, para o Rafael que anda por onde?, para o Luís Bento que sonha livros e desenha histórias, para o Fernando com quem tanto aprendo e a quem me sinto sempre agradecida quando leio o que escreve, para o Luís com cujas palavras tantas vezes não concordo mas cuja escrita me prende e a quem desejo muita sorte, muita, muita, para o outro Luís que tanto enfrentei e que tão mal me respondeu mas que sempre respeitei pela escrita desabrida e escorreita, para o Pedro que me diz palavras tão solidárias e que tanto me incentivam, e para o outro Pedro, menino rebelde que ama as palavras mas que por vezes as usa para ferir os outros, ferindo-se também com elas, e para o outro Pedro que alguns tomam por meu alter-ego e por quem sinto uma amizade constante, desinteressada, e em quem penso como se ele fosse meu amigo de verdade,
e para o Eduardo que desfere palavras como setas, para o André a quem eu gostava tanto que saísse o euromilhões e a lotaria e que todas as portas se abrissem para o acolher e que todos os afectos o rodeassem, para o Nuno que anda onde?, para o Patrício que chegava das ilhas com palavras de poetas, para o Carlos que soltava os cachorros quando eu defendia o Sócrates e todo se empolgava a defender o Passos Coelho, para o Manuel que anda tão silencioso, e para o Salvador com quem tanto gostei de trabalhar em conjunto apesar de sermos tão diferentes um do outro, para o Carlos que anda por terras de reis e rainhas e que é tão recto, tão boa pessoa e que vai ter uma vida muito boa porque faz por isso e merece, para o Puma que salta de vez em quando para dizer palavras certeiras como se se atirasse à jugular, para o Edgar, para o Soliplass que é tão diferente e especial que parece inventado e que atravessa os mares e alcança as nuvens e habita os bosques e se aquece nas lareiras e não esquece a terra daqui, para o MCS que é tão oportuno, tão bem humorado, tão guerreiro, para o Cine Povero cujos vídeos contêm luz, poesia e música e me encantam e que me deixam com vontade de ser capaz de fazer coisas assim, para o Humberto, um cavalheiro, um cavaleiro, uma pessoa tão simpática que me leva a pensar nele como num amigo de verdade, para o Bob Marley que tantas vezes comenta com sentido de oportunidade e tantos links interessantíssimos aqui deixa, para o Eduardo com quem aprendo muito e cujas palavras e músicas tanto me agradam deixando-me sempre à espera de mais,
para o Vítor que é tão simpático e tanto me apoia, para o Firme que é um lutador, um divertido, uma presença amiga, para o Zé Luís cujas palavras atravessam o espaço mesmo que sem cartas de marear, deixando que a poesia se solte pelas nuvens, para a Alexandra, mulher de contradições, pronta para a briga, cheia de graça, para a Estrela, uma luz que brilha limpa na serrania, para a Joana, uma voz livre, para o Zé que é um terrorista amável que me traz lembranças da minha terra, para o Xilre, essa voz que conheci há pouco mas que me inquieta e aquieta como poucas, para o Carlos que traz a física para os dias que correm e que tem uma forma graciosa de mostrar a sua bravura, para o JM que é divertido, directo, polémico e simpático, para o Plúvio que é de uma tal precisão linguística que assusta, uma lâmina que venera as palavras não permitindo um deslize, para o António que percorre a blogosfera, as redes sociais, a literatura de cordel e, implacavelmente, não deixa pedra sobre pedra, para o Jumento que é um compêndio inesgotável e cujas palavras, tantas vezes, poderiam ter sido escritas por mim, para a Anabela, ímpar senhora perguntadeira, para a Cristina que vive entre livros e memórias e que é muito amável, para a Raquel que é uma lutadora, uma força da natureza e a quem desejo que encontre o caminho certo para mostrar todo o seu valor, para a GG, outra lutadora, uma sobrevivente que gosta de ajudar os outros e que descobre coisas fantásticas, para o Amílcar que tem um conselho amigo quando sente que eu preciso, para o Filipe que tem a poesia nas veias, para a Lídia, a Lovely Lídia, a desbragada, divertida, bem informada, inspirada Lídia - e para todos os outros cujos nomes não referi por desconhecimento ou por não me ter lembrado, facto pelo qual, antecipadamente, me penitencio.
As fotografias são de Emmanuelle Brisson com excepção para as duas anteriores e a que se segue que são de Robert Robert Mapplethorpe.
A música é Spiegel im Spiegel de Arvo Pärt interpretada por Filipe Melo no piano e Ana Cláudia Serrão no violoncelo.
para a Maria de que há tanto tempo não tenho notícias e em cuja difícil tantas vezes penso, para a Maria Clotilde, amiga, sensível e a quem desejo que os seus meninos a estejam a encher de alegrias, para a Maria da Conceição, tão simpática que me deixa tão contente sempre que tenho mail dela, para a Ana, sempre tão presente e querida, tão presente, para a outra Ana que gosta de livros e das palavras, para a Erinha, pessoa tão especial e que um dia hei-de conhecer ao vivo e de quem espero ter um dia livros de poemas para ler, para a Isabel das Palavras, amiga dos meninos e a quem os meninos tanto querem, para a Sol Nascente, mulher tão parecida comigo, para a Maria Eduardo, que deve andar a tratar da família e que é tão simpática, para a Carlota que está aí desse lado, para a Isabela que desfia saudades e palavras que parecem mágicas mas onde se pressente a pele e o sangue e as lágrimas, para a Sara, lutando pela sua vida, para a Antonieta de quem tenho saudades, sempre tão conhecedora de livros e palavras, para a Leanora, quase eu ao espelho, que eu sentia sempre tão vibrante e cheia de vida, para a Margarida-Guida, a menina que os meus meninos amam, para a Margarida-Margarida sempre tão assertiva, para a Margarida-Maggie, minha amiga sempre cheia de flores nos braços e afectos no coração e sonhos no olhar,
para a Sónia que está longe mas é como se estivesse aqui tão perto, para a Helena que também não sei por onde anda, para a Bárbara Helena, mulher de fibra que suporta como uma leoa a vida que lhe calhou viver e que sorri porque sabe que a vida, apesar de tudo, lhe reserva sempre inesperadas alegrias, para a Eva que talvez tenha ido por esse mundo fora, para a Lia que há tempos que aqui não deixa um alôzinho, para a Eli, professora cheia de raça e energia, para a Isa que também não sei onde anda, para a Izzy cujas palavras gosto muito de ler, para a Madalena de quem não tenho tido notícias, para a JV, essa menina-mulher tão cheia de energia e confiança, para a Olinda, a querida Olinda com um xaile de seda e uma arca enorme de onde saem poemas, histórias, afectos, e que está perto como se a pudesse ver na janela da frente, para a Maria Luísa tão simpática e com cujas palavras tanto me identifiquei, para a Rita que tem um traço cheio de poesia e graça, para a Patrícia que é uma mulher de armas, uma guerreira de sorriso suave, para o Alexandre de olhos puros como o céu e que escreve como um príncipe (mesmo quando fala de números), para a Ana Cristina que eu gosto tanto de ler e cujos recomendações são ordens para mim, para a Rosário que vem como uma rosa,
para a Rosa que chegou há pouco e veio cheio de alegria, para a Teresa-Teté que é uma simpatia, sempre de braços abertas, uma mãezona e uma super-avó, para a Maria Teresa que me lê nas noites de insónia e cujas histórias eu adoro ler, para a Teresa-Tita que, apesar de andar caladinha, eu espero que esteja bem, cheia daquela energia transbordante que me sabia tão bem ler, para a Irene que é tão discreta e amável, para a Redonda cuja companhia sinto nas noites em que por aqui me deixo ficar a escrever, para a Lúcia de quem não tenho notícias, para a São que é tão simpática, para a Maria do Carmo, que é rápida no gatilho e de uma pontaria que não falha, para a Alice rodeada por alfazema que tem palavras frescas como a das crianças, para a GL que é solidária e simpática, para a Leonor que eu lia e me lia e me escreveu no meio dos seus enormes problemas e de quem nada sei e em quem tanto penso, para a Ivone que talvez não saiba como gosto do que escreve, e para a Mariana, tantas vezes censora e de quem não vou dizer mais nada e ela sabe porquê, para MN, e para o Joaquim, amigo, amigo, amigo, poeta, fotógrafo, viajante, para o João sem mais palavras, para o João tantas vezes tão duro comigo e cuja opinião tanto prezo, para o João Cerqueira, autor tão premiado internacionalmente e que sente a falta de reconhecimento dentro de portas, para o José, meu amigo recente mas a quem tanto quero e a quem desejo que a inspiração e a jovialidade nunca o abandonem,
para o Zé que tantas vezes não concorda com o que escrevo mas, paciência, fazer o quê?, para o José que ama os números, as palavras, a terra, que cultiva poemas e afectos, para o jrd a quem tanto admiro pela concisão, oportunidade, delicioso sentido de humor e gosto pela vida, para o P. Rufino, contador de histórias, assertivo, frontal, divertido, companheiro de escritas, para o dbo, presença amiga, palavras cinzeladas com estima, opiniões francas e directas, para o Rui por quem sinto admiração e estima e a quem desejo muito sucesso e uma vida feliz, para o Jorge que um dia pensou que me tinha ofendido mas que eu logo perdoei, para o Jorge lá longe que gosta de vir passear cá pelas terras de Pessoa, para o Jorge que sabe ver para além da superfície e me deixa a pensar e que descobre a poesia nas águas que correm, nas árvores, nas sombras, nos corpos que se abandonam, para o Francisco cujas palavras não perco, um modelo de equilíbrio e diplomacia, para o Luís Filipe cuja poesia ora é uma arma ora é um laço de afecto, e, para o Domingos, tão simpático, tão cavalheiro, para o Henrique que é de um tal fulgor na escrita e de uma tal acutilância nas observações que desperta a minha curiosidade, para o Daniel de quem não tenho tido notícias, para o Tiago que também não sei onde anda, para o para o José Catarino cujas palavras não perco por nada, palavras que vêm com terra nas mãos, palavras genuínas, para o Bartolomeu que gosta de atravessar os montes na sua nave de sonhos, para o António de quem tenho saudades,
para o Eufrásio que amanha o mar como quem semeia palavras e as vê crescer, dando cravos vermelhos da cor da carne e do sangue, e para o Lino que chega com palavras cheias de silêncio e afabilidade, para o Rafael que anda por onde?, para o Luís Bento que sonha livros e desenha histórias, para o Fernando com quem tanto aprendo e a quem me sinto sempre agradecida quando leio o que escreve, para o Luís com cujas palavras tantas vezes não concordo mas cuja escrita me prende e a quem desejo muita sorte, muita, muita, para o outro Luís que tanto enfrentei e que tão mal me respondeu mas que sempre respeitei pela escrita desabrida e escorreita, para o Pedro que me diz palavras tão solidárias e que tanto me incentivam, e para o outro Pedro, menino rebelde que ama as palavras mas que por vezes as usa para ferir os outros, ferindo-se também com elas, e para o outro Pedro que alguns tomam por meu alter-ego e por quem sinto uma amizade constante, desinteressada, e em quem penso como se ele fosse meu amigo de verdade,
e para o Eduardo que desfere palavras como setas, para o André a quem eu gostava tanto que saísse o euromilhões e a lotaria e que todas as portas se abrissem para o acolher e que todos os afectos o rodeassem, para o Nuno que anda onde?, para o Patrício que chegava das ilhas com palavras de poetas, para o Carlos que soltava os cachorros quando eu defendia o Sócrates e todo se empolgava a defender o Passos Coelho, para o Manuel que anda tão silencioso, e para o Salvador com quem tanto gostei de trabalhar em conjunto apesar de sermos tão diferentes um do outro, para o Carlos que anda por terras de reis e rainhas e que é tão recto, tão boa pessoa e que vai ter uma vida muito boa porque faz por isso e merece, para o Puma que salta de vez em quando para dizer palavras certeiras como se se atirasse à jugular, para o Edgar, para o Soliplass que é tão diferente e especial que parece inventado e que atravessa os mares e alcança as nuvens e habita os bosques e se aquece nas lareiras e não esquece a terra daqui, para o MCS que é tão oportuno, tão bem humorado, tão guerreiro, para o Cine Povero cujos vídeos contêm luz, poesia e música e me encantam e que me deixam com vontade de ser capaz de fazer coisas assim, para o Humberto, um cavalheiro, um cavaleiro, uma pessoa tão simpática que me leva a pensar nele como num amigo de verdade, para o Bob Marley que tantas vezes comenta com sentido de oportunidade e tantos links interessantíssimos aqui deixa, para o Eduardo com quem aprendo muito e cujas palavras e músicas tanto me agradam deixando-me sempre à espera de mais,
para o Vítor que é tão simpático e tanto me apoia, para o Firme que é um lutador, um divertido, uma presença amiga, para o Zé Luís cujas palavras atravessam o espaço mesmo que sem cartas de marear, deixando que a poesia se solte pelas nuvens, para a Alexandra, mulher de contradições, pronta para a briga, cheia de graça, para a Estrela, uma luz que brilha limpa na serrania, para a Joana, uma voz livre, para o Zé que é um terrorista amável que me traz lembranças da minha terra, para o Xilre, essa voz que conheci há pouco mas que me inquieta e aquieta como poucas, para o Carlos que traz a física para os dias que correm e que tem uma forma graciosa de mostrar a sua bravura, para o JM que é divertido, directo, polémico e simpático, para o Plúvio que é de uma tal precisão linguística que assusta, uma lâmina que venera as palavras não permitindo um deslize, para o António que percorre a blogosfera, as redes sociais, a literatura de cordel e, implacavelmente, não deixa pedra sobre pedra, para o Jumento que é um compêndio inesgotável e cujas palavras, tantas vezes, poderiam ter sido escritas por mim, para a Anabela, ímpar senhora perguntadeira, para a Cristina que vive entre livros e memórias e que é muito amável, para a Raquel que é uma lutadora, uma força da natureza e a quem desejo que encontre o caminho certo para mostrar todo o seu valor, para a GG, outra lutadora, uma sobrevivente que gosta de ajudar os outros e que descobre coisas fantásticas, para o Amílcar que tem um conselho amigo quando sente que eu preciso, para o Filipe que tem a poesia nas veias, para a Lídia, a Lovely Lídia, a desbragada, divertida, bem informada, inspirada Lídia - e para todos os outros cujos nomes não referi por desconhecimento ou por não me ter lembrado, facto pelo qual, antecipadamente, me penitencio.
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As fotografias são de Emmanuelle Brisson com excepção para as duas anteriores e a que se segue que são de Robert Robert Mapplethorpe.
A música é Spiegel im Spiegel de Arvo Pärt interpretada por Filipe Melo no piano e Ana Cláudia Serrão no violoncelo.
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Feliz Natal a todos.
19 comentários:
UJM, bem que precisava [Eu e mais 10 milhões de Portugueses]. Arrumava os meus livros, comprava um máquina de escrever, daquelas que fazem barulho e tudo, e ia-me para a floresta, como o Henry David Thoreau - mas confortavelmente, que eu cá julgo que não devemos deixar zonas de conforto, coisa nenhuma, disparates neo-liberais; devemos é procurar zonas de conforto...
Detesto o Natal, cada vez mais, arruína-me o pouco que me resta de sanidade mental. Enfim, Festas Felizes.
Abraços e Beijinhos - para distribuíres por aí.
Também não creio muito no Natal. É certo que tem este automatismo capaz de desencadear e aflorar sentimentos e estados de espírito algo fraternos e solidários. Que se aproveite o pequeno hiato.
Votos de festas felizes, UJM.
Obrigado
Um Bom Natal
Bob Marley
Um Feliz Natal para si e sua Família.
Bj.
Irene Alves
Que todos esses sacos possam ser portadores, para onde os levar, dessa alegria e energia que se adivinham contagiantes.
Muito obrigado e votos de festas felizes, cara UJM.
Gostei muito daquilo que escreveu sobre mim, soube-me a prenda.
Também não creio em credos impostos, gosto de caminhos livres.
Desejo-lhe um Bom Natal, cheio de alegria e risos grandes, e muitos abracinhos, daqueles pequeninos e fofinhos.
Um Abraço. :)
Um Feliz Natal!
Beijinho
Oh, UJM! Ainda se lembra de mim? Não imagina como me comoveu ler as palavras que me dirigiu neste seu lindo texto! Bem sei que tenho andado desaparecida, mas não há dia em que não leia logo de manhãzinha os seus posts, todinhos. E muitas vezes tenho tido vontade de escrever qualquer coisa, para saber que continuo a passar por aqui, mas vou deixando sempre para a próxima. A UJM é alegria, confiança, paixão, tolerância, força e esperança e eu não tenho encontrado nada para dizer que possa fazer os outros sentirem-se bem como a UJM me faz sentir a mim e, com certeza, a muitos outros leitores. Mais vale não poluir os seus posts, mesmo os que comentam, com sarcasmo e acutilância, os mais escaldantes temas políticos: também isso não faria melhor do que a UJM.
Conheci um ateu que não dizia Feliz Natal, mas sim Feliz Dia da Família, que foi a forma como a 1ª República rebatizou o Dia de Natal. Para mim, Natal é Natal, independentemente dos credos.
Um Feliz Natal, UJM!
JV
É Natal e eu estou aqui com um abraço e um obrigado.
Não sei o que lhe responder, a não ser «Obrigado». Espero que os "pimentinhas" tenham dado cabo da sua paciência neste Natal; será sinal de que estão vivos e de boa saúde.
Olá UJM!
UM FELIZ NATAL E UM NOVO ANO NOVO!
Um abraço
Depois de cometer o pecado da"GULA",sem qualquer sinal de arrependimento,cá estou lendo/ouvindo sinais do vento que passa!Nesta página há conforto,esperança,amizade descrita com uma ternura imensa!Um obrigado ,foi um filão que aqui descobri, de minério muito RARO,que irei seguindo dia a dia!OBRIGADO tenha um grande dia com os que a rodeiam !Aos seus visitantes ,votos de muita saúde,também !ATÉ JÁ...
" (...)Margarida-Maggie, minha amiga sempre cheia de flores nos braços e afectos no coração e sonhos no olhar (...)" - 'shô ió, shô ió!' LOL!
Cá estou, a recuperar de um resfriado MONSTRO que me deixou surda do ouvido direito (sem conotações ideológicas). Mal imagino o vórtice destes seus dias, comparativamente à 'pasmaceira' cá da "tribo". Deve ser lindo! :)
Hoje está um sol maravilhoso, aproveitem muito! E depois conte das alegrias dos pimentinhas, sim?
Xi-coração portuense muito apertadinho!
(p.f. ponderem adoptar um patudinho para o novo ano, vá lá... - é o meu desejo de Natal, depois de muita saúde..., os abrigos e canis estão tão cheios de alminhas necessitadas de uma família espectacular como a sua, vá lá...)
:) shim? shim? - SHIMMMMMM!
Ah-ham..., mais um desejozito de nada... : página de FB, please! :P
;)
Querida UJM
Faço minhas as palavras da sua leitora JV, hoje comoveu-me e muito, como é possível ainda se lembrar de mim.
Continuo a ler tudo o que escreve, a sua escrita é para mim uma companhia insubstituível. É-me difícil encontrar palavras para retribuir toda a sua amizade.
Votos de um ano 2015 cheio de saúde, paz, amor e muita Felicidade junto dos seus meninos e menininhos.
Obrigada
Um Grande Abraço
MCP
Para si, cara UJM, Mulher de fibra que não tem medo das palavras nem da vida, mas que intuo ter um coração imenso, vai o meu terno abraço, com os votos de que 2015 lhe traga e aos que ama tudo o que o céu pode ter guardado de melhor!
Querida Tá obrigada pelas suas palavras. Receba um forte abraço de amizade e os desejos de tudo do melhor para si e família no novo ano que se aproxima.
Ohh jeitinho agora fiquei comovida com a dedicatória.
Beijinhos e um ano novo recheado de coisas boas.
Ana
Querida UJM,
Fiquei muito sensibilizada por ainda se lembrar de mim, pois há precisamente 1 ano que me afastei da blogosfera por motivos de doença de um meu familiar, como sabe. Deixei de ter tempo para o meu blogue e de comentar em blogues, mas hoje ao ler este seu texto não resisti e "eu pecador me confesso": Deixei muita coisa para trás, creia, menos o seu blogue, onde venho à noite, como se fosse uma oração, antes de adormecer. Aqui, no silêncio da noite, tenho encontros diversos consigo, com o seu conhecimento, a humanidade, a generosidade, a amizade, o amor, a natureza e a vida, tudo aqui partilhado desinteressadamente por si que tudo dá sem nada receber em troca. Por tudo isto a admiro cada vez mais pela pessoa extraordinária que é, e venho agradecer-lhe do fundo do meu coração todo o carinho e atenção que dispensa a todos os seus Leitores, aos quais tenho o prazer de me incluir.
Por tanto receber de si, e nada lhe puder dar em troca, resta-me desejo-lhe, querida UJM, que o Ano Novo de 2015 lhe traga as maiores felicidades do mundo, junto de todos os seus familiares, com muita saúde para todos, e muita alegria de viver.
A amiga de sempre, que muito a admira,
Maria Eduardo
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