quarta-feira, março 13, 2013

Papa Francisco I, ex Jorge Mario Bergoglio, argentino quase do fim do mundo, engenheiro químico, jesuíta, 76 anos


Da Igreja quase nada sei. Não tinha preferências por nenhum cardeal, não sabia analisar os percursos de vida dos candidatos, nada. Fosse qual fosse o eleito para Papa, para mim seria igual.

Tenho um amigo, católico muito praticante, muito ligado aos jesuítas, e fala como se fosse gente ligada ao saber. Talvez, por isso, seja uma boa coisa ele ser jesuíta - mas sei lá.

Li, entretanto, que é conservador, que tem estado activamente ligado a movimentos como os que se batem contra o aborto, a eutanásia, o casamento gay e etc. O normal. Nem me vou pôr a tecer comentários pois não sei se é verdade. Admito que seja, pois a linha da Igreja tem sido, de facto, 'a linha dura'. Mas isso não quer dizer que não mude. Sou uma optimista, como sabem.



Não, não é o Jo Berardo: é Jorge Mario Bergoglio antes de ser o Papa Francisco I


No entanto, tenho que vos dizer que, olhando-o, gostei da 'pinta'. Pareceu-me simpático, afável, bondoso.  Gostei do ar sorridente. Tranquilo.

Gostei que tivesse começado um momento daqueles - em que a emoção estava no ar e, certamente, dentro dele próprio - por cumprimentar as pessoas com um simples boa noite. E achei graça ao humor simples ao dizer que o tinham ido buscar quase ao fim do mundo. E gostei que tivesse pedido às pessoas para rezarem por ele, parecia humilde. Gostei. 

Não ouvi tudo o que disse quando se dirigiu aos muitos que o aguardavam, nem sou pessoa para comparar com o que os outros fizeram mas, das palavras que ouvi, gostei. Quando tinha visto Ratzinger aconteceu-me o oposto. Senti frieza, qualquer coisa de pouco empático. Este, pelo contrário, pareceu-me seu uma pessoa simples, empática. 

E gostei que tivesse escolhido o nome Francisco. Gosto do nome. Não sei bem a que Francisco ele se refere mas, seja qual for, gosto do nome em si. Mas, mais do que isso, acho que um Papa com o nome de Francisco é capaz de poder vir a ser um bom Papa, ou melhor, um Papa bom, um homem bom.

Penso que isso é importante. A Igreja tem que ser um 'local' de acolhimento, um 'local' em que as pessoas sejam tratadas com afabilidade, com estima. O chefe da Igreja deve ser uma pessoa assim, e, sobretudo, deve ser uma pessoa genuinamente bondosa.

Claro que deve pôr ordem lá naquelas intrigalhadas, naquelas contas, naquela promiscuidade entre a baixa política, as finanças obscuras e os corredores do Vaticano. Claro também que, a serem verdade as 'cenas' gay entre padres e prostitutos (ainda hoje li que há apartamentos para padres num palácio onde está alojada a principal sauna gay) também convinha estabelecer algumas normas de conduta (e não é por serem gays mas pelos relacionamentos mal afamados que, pelos vistos, dão origem a chantagens). 



Papa Francisco I, 13 de Março de 2012


Mas, enfim, não me vou para aqui a falar do que não sei. O que sei é que me pareceu ser boa pessoa e isso, para já, talvez seja uma boa coisa.

*

A ver se hoje ainda aqui consigo voltar.

6 comentários:

Bartolomeu disse...

Sensata decisão, minha Amiga UJM.
Nesta era do comentário, é difícil resistir À tentação de manifestar a nossa opinião, mesmo acerca daquilo que não sabemos.
Isabel de Aragão, esposa do rei D. Dinis, introduziu em Portugal o culto do Espírito Santo. Sob a égide do Espírito, a Rainha Santa, fundou a primeira Misericordia do país, em Alenquer, onde se operou outro milagre das rosas, as quais se transformaram em moedas de oiro com que pagou aos operários.
Os papas e o papa Francisco, dizem as altas figuras da igreja, são eleitos por "indicação" do Espírito Santo, o qual desce em determinada altura sobre os Cardeais, levando-os a escolher por maioria, aquele que será o eleito.
Confiemos que assim seja.

JOAQUIM CASTILHO disse...

Olá UJM!

Gostei ...e muito de ver os seus comentários sobre o novo Papa e sobre as suas primeiras atitudes perante o público que o esperava da Praça . Foram os meus comentários aqui em casa! Feliz coincidência!!!
Problemas ,o ambiente que admito ser sufocante da Cúria Romana e...a idade!
A ver vamos, como dizia o ceguinho!!!!

um abraço

Anónimo disse...

Olá jeitinho,
tive as mesmas sensações que a jeitinho em relação ao Papa, transmitiu-me boa energia. Vamos ver.
Beijinhos Ana

Um Jeito Manso disse...

Olá Bartolomeu,

Como já aqui o referi várias vezes não frequento a Igreja nem me revejo na prática religiosa (catequese, confissão, missa, etc). Muito menos me identifico com as recomendações católicas: não ao aborto, não aos preservativos, etc.

Mas os princípios da generosidade, tolerância, bondade, etc, são princípios que estão dentro de mim e que os tenho como pilares do humanismo, mais do que da religião.

Mas não me sinto muito à vontade ao falar nisto porque não tenho certezas.

Agora, uma coisa é certa: dada a influência católica no mundo, é importante que o chefe da Igreja seja um bom homem, um homem justo, tolerante, cem personalidade forte, um líder.

Gostei do rosto, da expressão, das palavras de Francisco I mas, enfim, foi apenas uma primeira impressão.

Um abraço!

Um Jeito Manso disse...

Olá Joaquim,

os primeiros sinais dados por Francisco I são muito do meu agrado. A simplicidade e a afabilidade são características muito importantes e ele parece tê-las.

O ambiente de intriga, de dissimulação que - imagino eu - se vive na Cúria deve ser um espinho que ele vai ter cravado no peito. A ver se tem coragem para o arrancar.

Quanto à idade não me pareceu problemático: tem um ar jovem e o que conta, nestas funções, é a força e a jovialidade interior.

Vamos ver, como muito bem diz.

Um abraço.

Um Jeito Manso disse...

Olá Ana,

É isso, uma energia boa, parece ser daquelas pessoas que contagia os outros com uma boa disposição, com vontade de ver as coisas com um olhar positivo. Tem razão.

Beijinhos, Ana!