Sei que nada está escrito
e por mais que pergunte
ninguém responde.
Mas nem por isso me limito
a esperar a resposta e disparar.
Vou à caça de salto e continuo
a perguntar porquê e como e onde.
As aves voam por dentro
da espingarda e da caneta
na paisagem nunca vista
a que fica na inconcreta
folha de azul e de vento
as aves que estão no centro
da palavra nunca escrita.
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(Manuel Alegre, respectivamente,Caça de Salto ou o Sétimo Poema do Caçador; Arte poética ou o Nono Poema do Caçador)
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