Estamos na silly season e, portanto, temos legitimidade para esparvoar, para falar sobre coisa nenhuma e para atirar um dia numa direcção e, no outro, numa completamente diferente.
Mas acontece que hoje, de manhã, ao olhar para o telemóvel, vi uma mensagem da menina que estava no estrangeiro, na sua viagem de finalistas. Num primeiro pensamento imaginei que fosse uma fotografia sua com amigos mas, logo depois, vi que estava a enviar a notícia da morte do Diogo Jota e do irmão, André Silva. Nada percebo de futebol e não conhecia os rapazes mas, apesar de o nome dele não me ser estranho, só o facto de morrerem dois jovens assim de repente deixou-me congelada. Mas, de imediato, pensei na mãe, a perder dois filhos. Dor inimaginável, dor existencial. Depois li que o Diogo se tinha casado dias antes, que os filhos, três crianças, tinham assistido ao casamento. Tragédia dolorosa demais. E este peso acompanhou-me todo o dia.
Não quis falar nisto pois dores imensas, em meu entender, requerem contenção, silêncio. Agora à noite, ao ligar a televisão, vejo o expectável: uma overdose, uma exploração ad nausean de uma desgraça tamanha que se abateu sobre uma família.
Por isso, não vou aqui fazer declarações sobre um tema que me deixa transida de pena, de aflição.
Espero que não levem a mal mas vou divergir, vou disfarçar.
E, para isso, trago a Janis Joplin que eu adorava ouvir, cujo LP 'Pearl' ouvi carradas de vezes, ao som de quem dancei mil vezes.
E trago a Raquel Welch que os rapazes achavam uma 'brasa', uma 'bomba', um 'avião'.
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