Não quero ser pessimista. Por natureza não o sou. Mas estou a encontrar alguma dificuldade em ser optimista.
Um país funciona bem quando as suas principais instituições funcionam bem, de forma articulada, sensata, inteligente.
Agora quando temos um Presidente que parece estar descompensado, desbocado, desprovido de bom senso, um Governo que parece funcionar na base do improviso (e não é só Marcelo a queixar-se), sem se articularem com os outros partidos (veja-se a barracada da eleição para presidente da AR ou agora, mais recentemente, do diploma do IRS), sem pensarem (vide a descabelada questão de mandarem os meliantes para as forças armadas, pelos vistos seguindo a prática de Prigozhin que ia à cadeia buscar os bandidos para o grupo Wagner) e sem se coordenarem entre eles, e com um Parlamento todo salteado, sem equilíbrios virtuosos, o que se pode esperar?
Um disparate constante.
Salva-se deste panorama -- até ver -- José Pedro Aguiar-Branco a quem tenho visto tomar atitudes assertivamente civilizadas. Mas que pode ele fazer perante o pot pourri em que a AR está transformada sem que do lado do Governo minoritário pareça haver habilidade e inteligência para negociar e sem que o líder da bancada da AD pareça ter cabeça, elegância e savoir fair para estabelecer pontes...?
Quando vejo Montenegro, com comportamentos trauliteiros, a ver se provoca arruaça, em vez de se portar condignamente tentando estabelecer uma linha de entendimento com as outras forças do Parlamento, fico sem perceber qual é a dele. É a atitude de um frangote com a mania que é um galo capão? É a atitude de um rural-lento (Marcelo dixit) que, não conhecendo mundo, se acha mais capaz do que todos os outros com quem tem que lidar? Ou nunca pensou ganhar as eleições e, não se achando capaz, está a ver se se põe a andar?
E outra coisa, agora ao nível das Europeias: ao ver o Bugalho, de peito feito, impante, desafiador, provocador, já a saltar a pés juntos em cima do Marcelo, a sua arrogância e ambição já a saltar-lhe do corpo para fora, pensei que não tarda está a disputar a liderança ao 'lento' e 'rural' Montenegro e a disputar o lugar do mais populista ao Ventura. Não se me afigura nada de bom, devo dizer. Vejo o Bugalho a espalhar confiança e um hiper-convencido donaire neste seu novo papel e, confesso, sinto um bad feeling.
Poderia sentir-me confiante com a liderança do Pedro Nuno Santos. Mas não sinto. Também o acho lento, palavroso, cauteloso, agarrado a uma ideia demasiado colada à esquerda-esquerda de uma sociedade que já se moveu daí. Falta-lhe ímpeto, visão a longo prazo, calo, mudo. Falta-lhe golpe de asa. Pode ser que ainda a ganhe. Mas não sei.
Portanto, a ver vamos.
Intuo que as eleições europeias vão trazer inputs que vão revirar as expectativas e baralhar as contas. Os desaires e os embustes da AD e a forma canhestra como conduzem os assuntos têm causado péssima imagem. Por isso, a ver se não vem de lá um cartão amarelo.
Enfim...
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Para pro memoria aqui fica o link para o vídeo que, como muito bem diz o João Lisboa, vai ficar para a história por revelar o real dimensão da demência:
3 comentários:
Concordo completamente!...
Este Montenegro está com fome de controlar o pote.
A Provedora da Santa Casa de Lisboa que é uma pessoa com verticalidade e sentido de responsabilidade nas funções de cargos públicos como já deu mostras, foi destratada sem um pingo de vergonha por parte de Montenegro.
O ministro Nuno Melo não faz a mínima ideia do que são as forças armadas. Dantes, o regulamento, e penso que ainda hoje, uma das exigências era cadastro limpo!, pelo menos foi a exigência que me fizeram - entre um monte de outras- quando me voluntariei para o ramo especifico, e especialidade, das Forças Armadas que me levou a cumprir o serviço militar.
Este Nuno Melo é um zézinho sem o mínimo de conhecimento do cargo que ocupa, coitado, não tem substância intelectual para a coisa. Criar um centro de recuperação para delinquentes nas bases, ou quarteis, é um insulto aos militares.
O Bugalho, boquinhas.
Este rapazola com ares pedante, se soubesse um décimo do que pensa saber, já tinha percebido que a ambição desmedida que o move, já outras promessas politicas ousaram ter e hoje ninguém fala deles na politica. O egocentrismo deste rapaz é desmedido e a queda vai doer.
Não quero ser agoirento, mas, da última vez que enviámos um Sebastião lá para fora, correu mal (Alcácer Quibir).
O Bugalho não passa de um fedelho arrogante, convencido, sem experiência política. É tão só um comentador agressivo, cheio de si, a que a SIC deu voz, sabe-se lá porquê, e a quem não auguro um futuro político de registo. Naturalmente, posso estar enganado.
Também não dava nada pelo Manequim da Rua dos Fanqueiros e, todavia, esteve 10 ano PM e outros penosos 10 como PR, com o apoio popular (extraordinário!), e ainda opina, naquela sua voz rouca, despeitada, salazarenta, vomitando umas tantas parvoeiras políticas.
Já discordo da sua apreciação sobre PNS. Tem nervo, inteligência, sagacidade e garra. E fez um dos melhores discursos na AR (também gostei do JP Aguiar Branco), por ocasião dos 50 anos do 25 de Abril. Se o PS tivesse o totó do José Luís Carneiro como SG do PS, hoje o PS estaria a servir de tapete ao “Marca Branca” PM e seu governo. E a aceitar todas as tropelias e vigarices que em pouco tempo já praticou. Carneiro é uma outra versão do Seguro de fraca memória.
Este governo tem, pelo menos, 7 maus Ministros/Ministras e uns tantos SE. E em muito pouco tempo começam a surgir algumas críticas, como, por exemplo, desse incompetente e patético queque do CDS, o Nuno Melo. Quer pelas trapalhadas que disse num encontro onde falou sobre a Nato, ao referir-se à OTAN/NATO como Tratado do...”Atlético Norte”, em vez de Atlântico Norte, a par de estar a balbuciar e a gaguejar sem saber o que devia dizer, sobre a Nato, lendo um papel, pelos vistos pela primeira vez sobre a matéria, quando um Ministro da Defesa tem obrigação de saber no que consiste a Nato e as suas obrigações, etc, como agora vir com aquela peregrina ideia de recauchutar as Forças Armadas com prisioneiros de delito menor, como se as FA fossem uma instituição para recuperar detidos, ou criminosos. Ofensivo para as FA, que bem se estão a queixar da inconcebível proposta, de que a criatura se orgulha e que tem o apoio do PMontenegro.
Depois há o caso da Ana Jorge, competente, na Santa Casa da Misericórdia por razões políticas. Ficámos a perceber que LM só se guia por critérios políticos. E assim lá deu um tacho ao CDS, com a prebenda, ou sinecura, na Misericórdia ao Mota Soares.
Felizmente que esta malta vai à vida daqui a uns 8 meses, se tanto.
a) P. Rufino
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