sábado, março 16, 2024

Onde se fala das manhas do e-Balcão, de um arroz de salmão com mistura mexicana, das ceninhas que envolvem a Kate e demais realeza e dos desatinos do Marcelo

 

Não tenho muito para dizer nem sobre o que se passa no mundo nem, tão pouco, na minha simples e little vidinha.

Posso talvez dizer que começa a ser um padrão: faço uma exposição via e-Balcão e, no dia seguinte de manhã, ainda estou a acordar, liga-me um funcionário das Finanças. Sério. Uma vez mais. Aquilo da impugnação, que ele me tinha aconselhado, afinal não mereceu aprovação por parte dos colegas, ele acha que impugnação é que deveria ser mas não é ele que manda, e, portanto, arquivaram-na e deram o assunto por concluído. Mas já tinha visto que eu tinha mandado uma coisa via e-Balcão e iam responder, se calhar, indeferir mas que eu depois podia reclamar e aí a coisa já ia para um patamar acima e até pode ser que lá mais acima arranjem uma solução. Disse-me ele. Quando, mais tarde, vi a caixa do correio, lá estava um mail da AT dizendo que o assunto tinha sido concluído e que poderia saber como no Portal. Fui ao Portal. Lá estava: concluído. Abri para ver o pormenor: vão examinar e depois logo respondem. 

Espertos, eles. Em vez de colocarem em análise, que é o que, de facto, aparentemente está, até para alguém, lá do serviço, monitorizar quanto tempo os assuntos estão em análise, não senhor, ligam para a pessoa a dizer que vão ler o que mandaram e, mais rápidos que a própria sombra, dão o assunto por concluído. Não me parece lá muito bem.

Houve uma outra coisa que também não correu lá muito bem. Pensei que o tempo estava a levantar e insisti para que estendêssemos a roupa lá fora, no estendal a céu aberto. O meu marido achava que não, que ainda nos arriscávamos a que ficasse mais molhada do que estava ao sair da máquina. Não fui nisso, achei que com aquela pontinha de vento, quando chegássemos a casa, estaria ela seca.

E fomos caminhar. Como se costuma dizer: fui de corpinho bem feito. Nem chapéu de chuva nem impermeável. À fresca e na base da confiança. O meu marido foi mais prevenido. 

Ora bem. Quando estávamos no ponto mais longínquo do passeio desata a chover. Mas a chover... Cheguei a casa toda molhada. Eu e o cão. O meu marido tinha um impermeável, nem por isso. Mas a roupa, no estendal, pingava. Felizmente, o meu marido não me atirou com o tema à cara.

E todo o resto do santo dia foi assim, uma chuvinha contínua não tão forte mas maçadora, molha tolos.

Como não me apetece falar dos assuntos do dia, conto apenas como é que, à falta de melhor alternativa, fiz um arroz de salmão que calhou sair tão bom que comemos ambos mais do que devíamos.

Num tacho coloquei azeite. Cortei grosseiramente duas cebolas que lá coloquei, deixando fritar um pouco, não muito. Juntei salsa e coentros e fui envolvendo e frigindo. Depois juntei umas quatro cenouras médias às rodelas grossitas. Agora não descasco as cenouras, só lavo. Como não tinha tomates frescos, coloquei uma latinha das pequeninas de tomate inteiro. Envolvi, deixei que os sabores se misturassem. Juntei um bocado de água e um pouco de mistura mexicana congelada (tem cenoura, milho, feijões e mais não sei o quê). Misturei ainda quatro bolas de espinafres congeladas. Juntei uma folha de louro e uma haste de alecrim fresco. Juntei um pouco de sal e mais um bocado de água. Depois de levantar fervura, baixei. Ficou ali a cozinhar até perceber que a cenoura estava cozida. Nessa altura juntei água a ferver para, no conjunto ficar com sensivelmente o dobro da quantidade de arroz. E juntei o arroz. Misturei tudo e, por cima, coloquei três lombos de salmão. Juntei também uma maçã, com casca (mas sem o caroçal) aos cubinhos. Depois de levantar fervura, baixei. Quando o arroz ficou cozido, desliguei. Estava feito.

Dá para duas refeições, no mínimo. Se depois de comermos a segunda vez ainda sobrar um bocado de arroz, mexo ovos e, com salada, ficaremos bem.

Tirando isso, que mais?

Só se for para dizer que aquilo lá para os lados da Kate Middleton parece que está complicado. Depois da chatice da cirurgia misteriosa, dizem que aos intestinos, órgão plebeu por natureza, e depois das bocas dos internautas e da population em geral, agora publicou uma fotografia de família que as agências de imprensa mandaram retirar por ter sido mal engenhocada, obrigando a pobrezinha a fazer sair um comunicado a confessar-se amadora na manipulação de imagens, fazendo com que já se pergunte se a monarquia vai aguentar tanto mistério e tanta coisa destas.

O pobre do rei a fazer tratamentos por causa do cancro que se lhe descobriu, a Kate nestas alhadas, o William não se percebe se a tratar da mulher e dos filhos ou a encontrar-se com aquela que dizem ser a sua amante, e Camilla, sem estar para dar mais pão para malucos, foi passar férias a Espanha. Portanto há quem se interrogue se há alguém ao volante. Como se eles, os royals, fizessem alguma coisa para além de aparecerem e serem simpáticos. E eu, republicana até à medula, dou por mim a interrogar-me: é melhor isto ou um Marcelo que só faz o que lhe dá na bolha, aparentemente marimbando-se para a Constituição, para o decoro e para o bom senso?

E, pronto, nada mais tendo a declarar, vou pregar para outra freguesia.

Bom fds, malta.

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