Tendo a ser um bocado despassarada e, andando sempre a mil como até há pouco andava, volta e meia fazia coisas um bocado on the fly e, depois, se não voltasse a elas nos tempos mais próximos, nunca mais lhes encontrava o rasto.
Agora, com vontade de retomar a escrita no comprimento de onda dos outros textos, lembrei-me não apenas de os usar como de garantir que tinha acesso ao editor do blog. Senão, se um dia resolvesse tentar publicar um livro, como poderia provar ser a autora se estivesse no ar um blog com alguns desses textos, blog esse a que não conseguia aceder?
Mas qual a password...? Qual...? Está bem, está.... Nem vestígio na memória nem qualquer pista. Nada.
Ontem corri todas as agendas. Um desespero. Tudo virado do avesso. Na gaveta onde a tinha visto, nenhuma agenda. Corri tudo. Todas as agendas que encontrava estavam todas escritas com coisas do além. Os miúdos gostam de brincar às empresas, mexem nas gavetas, usam as agendas, escrevem o que imaginam que seja tratado numa empresa, simulam agendamentos de reuniões, simulam letra 'de médico', fazem assinaturas. Deixo-os brincar à vontade pois não uso nem nunca usei agendas. Mas ontem desesperei. Pensei: caraças, bem podia ter salvo aquela agenda, bem podia tê-la posta algures onde eles não lhe chegassem.
Mas tarde piei... Papelinhos dentro de agendas...? Qual quê... Nada. Com as reviravoltas que os miúdos dão às coisas, como esperar que um papelinho sobrevivesse? Impossível.
Até que finalmente encontrei um caderninho em que tinha algumas passwords lá do trabalho e, no meio delas, uma de um endereço de mail cuja existência eu negaria minutos antes. Não me lembrava daquele mail. Para que o criei? Não me lembro. E, do dito blog, nada, claro.
Encetei então nova busca para tentar encontrar o tal caderninho. E lá estava, já meio apagada e quase imperceptível, a password do dito endereço de mail. Entrei e lá estava o código de recuperação para entrar no tal blog. Milagre.
Já não me lembrava do que lá tinha escrito. Lembrava-me do género mas não, em concreto, de quê. Já copiei tudo para um documento de word e já tirei o blog do ar.
Ontem deitei-me às tantas já a organizar umas coisas.
E esta terça-feira acordei toda bem disposta. Para começar estive a pintar com canetas de bico de feltro e lápis de cor uma peça de madeira que está suspensa no terraço e que era meio tristonha. Depois estivemos a pendurar um passarinho de madeira com um rabo de penas que gira com o vento. Comprei-o num daquelas lojinhas de indianos ou paquistaneses que vendem ímanes e outras coisas do género.
E fomos tratar de uns assuntos e comprar umas coisas e depois fomos passear para a praia. Se não fossem umas duas ou três meninas vestidas de fada ou de bailarina, não teríamos desconfiado que era dia de Carnaval. O céu tingido de névoa castanha, poeiras que quase ocultavam o sol. Dá ideia que apenas o céu é que se mascarou de céu do deserto.
Tirando isso, nada de especial. E agora vou mudar a agulha e vou dedicar-me a outras prosas. Com licença.
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