quinta-feira, novembro 18, 2021

Em homenagem a Teresinha de Jesus

 

Tenho a dizer que mal dormi com enormes dores musculares no pescoço, nuca e ombros. Muito trabalho, longas horas de reunião, muitos problemas. Ou isso ou o frio. A semana passada estive muitas horas apenas com uma fina bata descartável e estava frio. Ou isso ou o pegar no pequeno urso que está a ficar uma compacta e pesada bola peluda. Ou isso ou não andar a conseguir fazer caminhadas o que, para mim, é vital. 

É que, para ajudar à festa, o meu marido anda a atravessar um idêntico pico de trabalho e os nosso horários andam puxados e desfasados.

Acresce que esta quarta-feira tive que fazer mais um exame médico cuja preparação está muito longe de ser fácil e que me impediu de tomar medicamentos. Portanto, tive que aguentar as dores sem mais nada que uma pomada que, a bem da verdade, nada faz.

Hoje parte do dia foi no hospital. Anestesia, recobro. Tinha esperança que, ao vir a mim, as dores musculares tivessem passado mas não tive essa sorte. 

Cheguei a casa, tomei um banho bem quente, comi qualquer coisa, tomei um ben-u-ron e fui deitar-me. Pensei que, dormindo um pouco e com o efeito do analgésico, acordaria fresca e fofa. Qual quê. Não consegui dormir. Telefonemas, chatices. Não há tréguas.

Consolava-me a perspectiva de que ao jantar tomaria um relaxante muscular. Afinal, a validade acabou em Setembro. Olhei os comprimidos. Estavam com bom aspecto. Estive quase. Mas o meu marido, nessas coisas, é cuidadoso. Insistiu para que não tomasse. Dei-lhe ouvidos: tive receio e não tomei. Portanto, tenho que esperar que façam as oito horas de intervalo para emborcar mais um ben u ron. Mas os músculos devem continuar presos e doridos.

Tempos complicados, estes. 

O pequeno urso peludo, ao ver-me de regresso a casa, fez uma grande festa, saltou, sentou-se, deu a patinha, deitou-se no chão de barriga para cima para que eu lhe fizesse festas. E eu quase sem me poder mexer... Deve ter ficado intrigado, quiçá preocupado por eu, agora, não andar a retribuir-lhe as festas como antes fazia.

Agora, de dia anda essencialmente no jardim ou na cozinha. Apenas ao fim do dia, quando anoitece, o deixamos andar pela casa. Como já cresceu, agora, de vez em quando, damos com ele ou no cadeirão de orelhas, no sofá em frente da lareira, neste sofá em que costumo estar ou no outro, no lugar do dono. A minha filha, no outro dia, dizia que se tinha transformado de cão pastor em cão divani.

Esta é sua a hora do pico de energia antes de cair para o lado, a dormir. Dá-nos conta do juízo. Põe-se de pé e tenta alcançar tudo, puxa mantas, almofadas, o comando da televisão, rasga papéis, brinca a mordiscar-nos os braços, tenta roer os braços dos sofás, tira o lenço do bolso das calças do dono, tenta roer os pés das mesas e das cadeiras. E, quando está afim, como é muito asseado, afasta-se e, discretamente, vai fazer cocó para um lugar remoto. Tem especial predilecção por bibliotecas, nomeadamente a do primeiro andar. Por isso, agora, mal o vemos sair de onde está, ficamos alerta. O meu marido, contrariado, levanta-se e tenta convencê-lo a ir ao jardim. Claro que, como se já não nos bastasse os dias repletos de trabalho e complicações, ainda temos mais as trapalhadas e os trabalhos da pequena fera. O meu marido volta e meia diz: 'Grande ideia esta tua, a de termos um cão...'  Mas a verdade é que acho que adora o nosso bicho maluco.

Ontem deu-se uma coisa engraçada. Estava eu aqui a escrever com o computador sobre as pernas, veio ele pôr-se ao meu lado, deitado no sofá. Mas os momentos de sossego nele duram segundos. Logo se virou, pondo as patinhas peludas da frente em cima do teclado e querendo mexer-lhe. Lembrei-me, então, de pôr um vídeo com cães a ladrar. Pois bem. Inesperadamente, desceu nele o instinto selvagem e saltou para o chão, desatou a ladrar como uma fera, verdadeiro guardião da casa, e saiu pelo corredor a ladrar. De vez em quando, voltava à sala, olhava para nós, vinha ver se estávamos bem, nós dizíamos, 'cão bonito, a guardar a casa, muito bem' e ele saía a correr, a ladrar ferozmente. Um leão.

Quando contei a peripécia à minha mãe, ela riu e disse: 'Já me leva a melhor. Há-de aprender a trabalhar com o computador mais depressa que eu'.


E é isto. 

Para alegrar a prosa -- porque eu gosto (e preciso) mesmo é de coisas que me alegrem -- em homenagem à minha santinha de estimação, a Sta Teresinha de Jesus, aqui fica uma romantização do seu hino.

E, já agora, se não considerarem abuso, deixem que partilhe um video que me alegra bastante.

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E que esta quinta-feira vos seja boa

Saúde. Alegria. Tudo de bom.

1 comentário:

Sara Adalgisa disse...

Bom dia!
Ponha um saco de água quente nessa zona para relaxar os músculos.
As melhoras!