domingo, março 17, 2019

Clara Antunes não existe
[Coisa que concluo depois de um feliz dia de trabalho de grupo no campo]




A menininha linda também gosta de podar árvores. Sozinha cortou uma rodada de ramos altos de cedro. Ajeitou-se com aquele serrote na ponta de um grande cabo que ofereceram ao avô pelo Natal. O bebé pegou num pau grande, uma estaca redonda e comprida, e andava também com ela ao alto debaixo das árvores a fazer de conta que fazia o mesmo que a mana e os grandes faziam. Também andou com o carrinho de mão onde punhamos as folhas secas e ia despejar, todo contente por ir despejar o 'lixo'. O mano do meio preferiu andar de bicicleta, anda em grande velocidade e, se cai, levanta-se, sacode-se e volta a montar-se e a pedalar. No carro, quando íamos petiscar, enquanto eu falava com a minha mãe, pediu para eu contar que também andou a pôr ramos na fogueira.


O pai deles deitou abaixo, à machadada, um pinheiro. Dito assim custa a crer e eu, se não tivesse visto, ficaria admirada. Mas assisti e confirmo: atirou abaixo um pinheiro alto à força de machadadas. E cortou um ramo gigante de eucalipto. Quando o ramo estava quase separado do tronco principal, começou a ouvir-se ranger, depois as folhas a agitarem-se e, de repente, aquele grande volume desabou lentamente, a despegar-se progressivamente, até que, num grande estrondo, caíu por terra. Desramou também vários pinheiros em altura, serrou os troncos grandes em troncos pequenos e ajudou na fogueira. Ao fim do dia estava, tal como os filhos, cansado e cheio de sono. A mãe dos meninos também desramou pinheiros e varreu o 'campo de futebol' que estava pejado de folhas secas. Ao fim do dia adormeceu no sofá mas, à noite, era a que estava mais acordada pelo que foi ela que foi a conduzir de volta para casa.


Eu também desramei árvores mas hoje não muitas pois, sobretudo, andei atrás do bebé (que já não é bem um bebé mas um rapazinho lindo e terrível, muito independente e cheio de personalidade e, não menos importante, com um sentido de humor fantástico: faz patifarias e, se vê a minha cara espantada, desata a rir à gargalhada). Também trouxe os meninos para casa para lancharem e para ficarem a brincar aqui à porta de casa enquanto os crescidos ficaram no trabalho pesado lá em baixo. E fiz também um ditado à menina já que vai ter teste na segunda-feira e os pais fazem questão que se prepare. 

O meu marido, por seu lado, arrastou toneladas de ramos para a fogueira (queima esta devidamente autorizada, refira-se, que isto agora está, e bem, tudo controlado) e disse-me que também desramou árvores. 

Conto-vos: é impressionante a quantidade brutal de ramos e de árvores que se têm cortado e queimado e de cuja falta não se sente -- já que tudo o que fica se desenvolve à força toda, num vigor assombroso.


Como sempre, quando já estavamos apenas os dois, cheguei aqui e adormeci. O meu marido anda na mesma e queixa-se: 'um gajo não descansa'. É que, se as semanas úteis pedem o descanso do fim de semana, a verdade é que há não sei quantos que não temos podido ter as merecidas tréguas.

De cada uma das coisas de que aqui falei tenho fotografias. Vou acompanhando o andar do tempo quer com as minhas palavras, quer com as minhas fotografias. Não é apenas a permanente transformação da natureza que vou registando, é também a transformação dos meninos. Estão grandes, desenvoltos, amorosos. 


Entretanto, ao abrir o YouTube, voltou a aparecer-me, como sugestão, o trailer do filme que tentarei não perder quando cá aparecer: Celle que vous croyez. Não sei bem como traduzir: Aquela em que acreditas? Aquela que achas que conheces? Aquela que tu julgas que eu sou? Talvez seja mais este último.

Já tinha visto pois tem-me aparecido amiúde. E já li e vi entrevistas, nomeadamente com a actriz principal, Juliette Binoche.

É a história de Claire, uma professora universitária com 50 anos, que, para se vingar de um amor perdido ou para se desforrar da sua condição de mulher a perder o viço ou apenas para tentar viver uma situação emocionante (não sei -- nem sei se ela sabe), cria um perfil falso, o de Clara (Clara Antunes porque, quando estava a criar o perfil, ao pensar no nome, pousou o olhar num livro de Lobo Antunes).


Para tal inventa que tem 24 anos e, para a coisa ser credível, arranja uma fotografia de uma rapariga bonita e usa-a. Aproxima-se, então, de um jovem, amigo do ex-amante. Aos poucos o jovem apaixona-se por ela. Ela é simpática, sempre presente, usa frases joviais, emojis e outros bonequinhos, e assim vai enleando o ente cada vez mais seduzido. E do facebook passa para o telefone. E, aos poucos, vai, também ela, ficando prisioneira do avatar que criou, passando de sedutora também a seduzida. Rejuvenesce, apaixona-se. E, no entanto, ela é apenas uma voz, palavras, uma presença remota. Só que o mistério e intangibilidade seduzem. O trailer mostra as sessões que Claire tinha com a psicóloga, onde explica o que se passa.


Sem culpa: pelo contrário, com desarmante franqueza, Claire explica que, se não se disfarçasse de jovem alegre e descontraída, Alex, o jovem, não se apaixonaria por ela.

Este mundo virtual em que se podem criar personagens, inventar-lhes uma identidade, criar laços com outros seres que igualmente são nada mais do que presenças intangíveis do lado de lá do espelho é algo que me interessa bastante.


Tenho conhecido personagens assim, por aqui.

Uma coisa é uma pessoar ser anónima. Por razões pessoais ou profissionais uma pessoa pode não revelar a sua identidade. É o meu caso. Mas, em tudo o resto, haver verdade e, até -- se no mundo virtual faz sentido falar nisso -- haver transparência. UJM sou eu.

Mas outra coisa é inventar personas, dar-lhes um nome e criar para elas uma imagem, uma história, uma maneira de ser. Note-se que, ao falar, não critico isso pois admito que seja um caso psicológico, uma impersonalização, uma transposição de uma personalidade ficcional para um avatar. Não sei explicar bem mas admito que possa até não ser coisa voluntária ou racional. Suponho que o próprio acaba -- tal como Claire ficou prisioneira de Clara -- também refém das mentiras que vai criando para dar vida ao seu personagem, e isso dá-me alguma pena.


Há depois outras pessoas, pessoas com frustrações, que vivem vidas de solidão, e que preenchem o vazio aproximando-se virtualmente de outras pessoas, imaginando amizades maiores do que são na realidade, ficcionando afectos, insinuando-se, seduzindo. E, se percebem que, do outro lado não há disposição para alimentar essa fixação, forjam novas personagens que usam para se vingarem, para acusarem, para difamar, intimidar. E, de novo, falo nisto sem crítica. Acontece e há que aceitar que a vida é cheia de situações que preferíamos que não existissem. Mas o mundo não é perfeito. Há pessoas com problemas, que precisam de ajuda. Mais do que rejeitá-las, tenho pena, desejo que procurem apoio, que se tratem. Viver uma vida na sombra de personagens, ou mostrando uma carência afectiva muito grande ou mostrando rancor pela felicidade alheia, é uma forma estranha e, creio, pouco saudável de viver a vida.

Mas, enfim, não tenho conhecimentos suficientes para saber qual a melhor forma de lidar com estas situações. Diria que não se deve alimentar a dependência dessas pessoas, que o melhor é deixar que percebam que devem procurar tratamento ou alguma outra forma de apoio. Mas não sei mesmo.




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Lamento não conseguir responder aos comentários ao post de ontem. Passa bem das duas da manhã, estou perdida de sono. Se conseguir ligar o computador durante o dia, tentarei responder. Vai ser muito preenchido mas pode ser que tenha uma aberta. Aceitem as minhas desculpas.

As pinturas que usei neste post são de Hee Sook Kim.

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A todos desejo um feliz dia de domingo

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12 comentários:

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

Estou a ver que a quintarola se está a preparar em grande para a época estival. É trabalho duro que será compensado pelo gozo de um heaven limpinho e pronto para o descanso e brincadeiras.
Aqui também estamos a por tudo bonitinho, mas é muito mais leve e faz-se nas horas vagas da semana, também.

Um belo domingo.

Isabel disse...

Já tinha ouvido falar do filme "Claire". A ver se consigo vê-lo, sou fã da actriz e deve ser interessante.

Ouve-se falar tanto em enganos desse tipo, nas redes sociais (ainda há pouco aquele caso de que se falou na SIC ). São pessoas más/doentes. Enganam e brincam com os sentimentos dos outros. Não tenho Facebook, nem nenhuma outra rede social (só os blogues) e não me seduzem.

Então por aí está quase tudo limpinho! Que tal brindar-nos com um daqueles videos de passeio por esses domínios?

As pinturas são muito bonitas. As do post anterior são de quem? Algumas achei-as ao estilo da Paula Rego, mas outras não.

Beijinhos e bom domingo In Heaven:))

Paulo Batista disse...

Olá,

É verdade que os esforços para incutir a remoção/redução de biomassa em torno das povoações e afins é importante, não deixa de ser uma oportunidade perdida não se ter organizado um sistema de recolha e valorização integrada dessa biomassa.
Reduz-se os riscos sociais e humanos dos incêndios florestais de Verão, mas em termos ambientais, a queima é mesmo uma péssima opção.
Temos um território disperso e fragmentado e esses sistemas serão um desafio, mas além da questão ambiental, é uma oportunidade económica relevante! Temos solos agrícola com baixos níveis de matéria orgânica, com baixa produtividade e em riscos de desertificação. As práticas de agricultura intensiva também estão a destruir os parcos recursos do solo (o que é está a fazer no Alentejo é um crime com consequências que se diz virem a ser mais graves que as campanhas dos cereais...) e queimar esta quantidade de biomassa é um desperdício neste contexto.
Falta ambição e estratégia ao ministro com a pasta do ambiente nesta questão.

Bom domingo!

Anónimo disse...

Não vi o filme mas li o livro. Uma professora universitária de 48 anos, com 2 filhos, divorciada, arranja um namorado mais novo. Insegura, pensa que ele a engana e cria um perfil falso de uma jovem de 24 anos. Torna-se "amiga" no facebook de um homem de 36, (amigo do namorado) na tentativa de descobrir se é enganada ou não.
Só que acaba por se apaixonar pelo "amigo" e tudo acaba muito mal, mesmo muito mal.
Um pouco rebuscado, mas possível.
Cá em portugal conseguimos ser mais criativos, pelo que a sic mostrou...

Quanto ao outro caso que refere, a UJM não acha possível duas pessoas tornaram-se amigas através da net, sem mentiras nem subterfúgios, sem pretenderem encontrar-se, sem mentiras acerca da idade, profissão, etc, apenas e somente porque têm gostos e interesses comuns e gostam de trocar ideias?
Sem nada na manga?
Sem dates nem nada dessas tretas?
Ainda que sejam de sexos diferentes?
Parece muito aceitável se forem do mesmo sexo, eu até conheço casos assim, penso que todos conhecemos.
Não acha mesmo possível?
E acha que quem acredita nisso precisa de tratamento psiquiátrico?
Não me parece, mas claro que os malucos nunca pensam que estão malucos...
Maria

Isabel disse...

Li o comentário da Maria e digo-lhe que se podem fazer amizades sólidas através da Net, mas não quando se criam perfis falsos ou se diz ser quem não se é. Através do blogue já conheci várias pessoas (pessoalmente) e acredito que fiz algumas amizades que vão ser para a vida.

As pessoas se não têm más intenções, não precisam de dizer ser quem não são e esconder-se atrás de perfis falsos (mesmo quando não querem/ não podem expor-se demasiado).

Beijinhos e boa semana, para a Maria e para a UJM.

Um Jeito Manso disse...

Olá Francisco,

Se nós pudéssemos fazer limpezas desta durante a semana, os fins de semana não teriam que ser tão intensivos. E o problema desta nossa 'quintarola' é que sempre a quis muito 'natural', muito pouco domesticada. E a terra fez-me a vontade e tudo vinga e rebenta e cresce. Às vezes só me apetece fazer mais caminhos pavimentados pelo meio do terreno para ver se, ao menos ali, não cresce vegetação.

Por isso, sim, estamos a limpar os terrenos e a tentar ficar dentro dos regulamentos mas não é fácil. Há uma parte em que pode vir uma máquina e limpar tudo mas no resto não quero ficar sem alecrim, rosmaninho, madressilva. Por isso, tem que ser uma limpeza selectiva, manual.

Enfim. Quem corre por gosto não cansa, não é?

Uma boa semana para si, Francisco.

Um Jeito Manso disse...

Olá Isabel,

É isso que diz. E vou já avançando também na resposta à Maria. Ter estima, mesmo amizade a sério com pessoas que se conhecem via internet não apenas me parece possível como normal. É como quando as pessoas se correspondiam através de cartas. Há pessoas que tenho conhecido aqui e de quem gosto mesmo (e a Isabel seguramente é uma delas). O que é complicado é quando as pessoas abusam do facto de não se ver quem está do outro lado e inventam perfis falsos para se fazerem passar por outras pessoas ou quando, maldispostas com a vida ou sabe-se lá com o quê, usam falsos perfis para desatarem a implicar, a ser desagradáveis, a insultar ou a intimidar os outros. Isso, sim, concordo consigo, é doentio.

Sobre esta limpeza intensiva às árvores e arbustos, hoje, enquanto andava de serrote e podão em punho, lembrei-me de lhe fazer a vontade e fazer um vídeo. Mas o trabalho é tanto, queremos queimar os 'sobrantes' (como lhe chama os regulamentos) e deixar a fogueira apagada antes de nos virmos embora e com tanto ainda por fazer, limitei-me as umas simples fotografias. Mas se para a semana tiver tempo, faço isso.

E foi uma falha minha não ter identificado o pintor. Balthus. Quando comecei o blog a imagem de abertura era de Balthus.

Um beijinho.

E uma boa semana para si, Isabel

Um Jeito Manso disse...

Olá Paulo,

Concordo muito consigo e custa-me reduzir a pó parte das minhas adoradas árvores. Gostaria mesmo era de triturar tudo isto e devolver à terra. Já pensei comprar um triturador mas não é solução pois são pequenos, apenas para ramos pequenos e folhagem, não para grandes pernadas ou árvores inteiras. Contratámos uma máquina para fazer parte da limpeza do terreno, a parte mais distante da casa, que fica à beira de uma estrada. O resultado da limpeza foi queimado e eu perguntei ao dono da máquina se não há máquinas que destruam o mato que limpam. Ele disse que sim mas que não muito caras e que o serviço ficaria ainda mais caro e que o 'pessoal' não reconhece o valor disso de forma a pagar mais.

O ideal era que as juntas de freguesia, por exemplo, tivesse um carro triturador e que se deslocasse pelos terrenos a triturar os 'sobrantes'. Mas logisticamente seria complicado e também bastante caro.

Não sei. Imagino que noutros sítios já alguém deve ter pensado nisso.

Agora uma coisa é certa: concordo plenamente consigo. É uma pena e um desperdício reduzir a pó tão grandes volumes de biomassa. Se seria para produzir energia, se para criar material para espalhar na terra, tornando-a mais fértil, isso não sei. Mas evitava-se o atentado ao ambiente que é isto.

Obrigada pelo comentário, Paulo. Era bom que algum entendido na matéria lesse o que escreveu a avançasse com medidas ecológicas, eficientes e inteligentes.

Uma boa semana para si, Senhor Doutor. (Nem sabe como fico contente por poder chamar-lhe Senhor Doutor)

Um Jeito Manso disse...

Olá Maria,

Não percebo bem o teor do seu comentário pois ou não leu bem o que escrevi ou, na volta, fui eu que não me expliquei bem.

Já respondi em parte, quando me dirigi à Isabel mas vou tentar explicar-me melhor.

Acho normalíssimos os relacionamentos na net tal como fora da net. A estima é possível e normal. Do mesmo sexo ou de sexos diferentes. Podendo ou não evoluir para conhecimento presencial. Tudo normal... quando as coisas se desenrolam de modo normal, com espontaneidade, com franqueza, sem paranóias.

Não preciso de apresentar a minha fotografia, o meu nº de identidade e o meu nome para aqui poder falar verdade, ser eu, honesta e sincera no que escrevo.

Há pessoas que conheci através do blog e por quem sinto verdadeira estima. Homens e mulheres.

O que não é normal é aquilo que referi no post e lá mais acima: algumas pessoas que parecem fazer dos relacionamentos na net a sua razão de vida, uma coisa quase obsessiva, e que, para poderem dar largas às suas inseguranças ou frustrações ou maneira de ser oculta (ou o que for, não faço ideia) -- e usando da faculdade de não serem vistas -- se desdobram em vários nomes, criando diferentes identidades, usando-os para depois virem ajustar contas, para embirrar, para intimidar, para serem desagradáveis. Penso que há nisso qualquer coisa de doentio. E era a isto que me referia.

Espero que agora tenha conseguido ser mais clara.

Uma boa semana.

Isabel disse...

Muito obrigada:))))

Paulo Batista disse...

Eu faço o mesmo que vós e quis partilhar essa angústia. Sinceramente acho que seria possível implementar um sistema coletivo de recolha.
Não tem comparação, mas muitos municípios têm para sobrantes de jardim.
Estou em querer que a questão económico - financeira, se bem desenhada e gerida, não seria crítica. Aliás, cada um comprar o seu estilhador é que não faz muito sentido. Eu até acho que mais do que trotinetes e suas apps poderiam funcionar um sistema de aluguer de máquinas e ferramentas agrícolas (embora haja questões de segurança no manuseamento que são críticas...)!
A questão é: terá de ser uma iniciativa política / governativa à escala local. Não é fácil e não é só problema dos líderes políticos... é necessária maior consciencialização da população (por exemplo, pessoas como os meus avós ou pais tirando os meus alertas, não têm sensibilidade sequer para o problema em si).
Outro problema gravíssimo: o uso de herbicidas. Ainda este fim-de-semana andei a espalhar herbicida na vinha. É uma vinha antiga (não entra o tractor) e é incomportável roçar aquilo mecanicamente... mas a verdade é que se usam os herbicidas em praticamente todas (e noutras culturas). São os meios mais baratos para esse fim, mas ambientalmente é uma coisa gravíssima. Mais uma vez é necessária uma intervenção governativa... e não tanto de "proibir", mas para promover alternativas... tornando-as tão ou mais baratas que os herbicidas (meios mecânicos partilhados, restruturação das explorações, etc...)

Boa semana

Pa: deixe lá isso do doutor. Fui um privilegiado e o título é o que menos interessou neste processo. E não o digo por modéstia, digo-o porque genuinamente o que me deu gozo foi o processo, o aprender, a quase total liberdade de pensar, de criar. Precisamos que mais pessoas o possam fazer e que se reverta um bocadinho esta tendência de transformar a aprendizagem (não só de doutoramento, mas aí é crítico), numa espécie de linha de montagem fordista.

Um Jeito Manso disse...

Olá Paulo,

A diferença é que maltinha a querer andar de trotineta e com dinheiro para isso é mato e estão todos ao pé uns dos outros, ao passo que gente que tenha dinheiro para pagar para triturar o mato é pouca e distante.

Mas é o que diz: nem tudo tem que se pagar por si. Sendo um objectivo nacional evitar queimas e aproveitar os sobrantes para misturar com a terra, poderia ser um serviço suportado pelo orçamento das autarquias.

E o mesmo se aplica com os herbicidas. Há falta de consciência sobre a finitude dos recursos e sobre os atentados à sustentabilidade de um planeta saudável.

Não quer ter ideias brilhantes sobre como implementar soluções para isso? Quem sabe não sai daí um unicórnio? Não haverá fundos para financiar projectos desse tipo?

um dia feliz, Paulo.