segunda-feira, janeiro 29, 2018

'Texto' para a menina mais linda da sua Tá




O maninho de cinco anos já sabe que letras usar para formar palavras mas, claro, ainda não está apto a pegar no computador ou telefone dos pais e pôr-se a ler coisas destas. Os primos também acredito que não estejam para aí virados, um lê nas calmas e outro para lá começa a caminhar mas, bem entendido, preferem ver jogadas de futebol ou tutoriais de minecraft. O bebé, por enquanto, fica feliz a dizer adeus, a bater palminhas, a mexer em tudo e a andar de um lado para o outro. Mas a minha bonequinha mais linda, que gosta de enviar e receber mensagens, de jogar ao jogo das palavras e que se entretém a ler livros enormes, é bem capaz de olhar para uma página destas e pôr-se a ler os 'textos' que a sua Tá gosta de escrever.

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Por isso, minha menina mais doce e mais querida, a partir de agora, este texto é para ti. E escolhi uma música de uma menina que se chama Angelina e que tem uma voz de outro mundo. Aqui ainda tinha apenas oito anos. Nem dá para acreditar, pois não?

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Neste fim-de-semana, andei a passear pelos caminhos que conheces bem, a ver as árvores e o musgo e a ouvir os passarinhos. Também ajudei o avô, que andou a cortar ramos de árvores e mato e, depois, a queimá-lo. Mas, como sabes, ando sempre com a máquina fotográfica a ver tudo com muita atenção.

Para começar, logo junto ao muro grande perto da casa, fotografei o carrinho de mão que está cheio com os troncos que tu e o mano puseram lá dentro, no outro dia, quando estávamos a fazer uma queimada no campo de futebol. Depois querias trazê-lo sozinha mas estava muito pesado e a mãe não quis, disse que fazia mal às costas e tu ficaste amuada porque gostas muito de trabalhar. Eu percebo porque sou como tu. Mas não vale a pena a gente aborrecer-se porque há sempre muitas coisas boas para fazermos, não achas?

Olha. Como agora já podemos andar melhor pelo meio das árvores, consegue ver-se melhor. E sabes o que vi?


Estás a perceber o que é? Olha lá bem. Fotografei de cima.

É um ninho de passarinho. Fui lá espreitar a ver se via alguns ovinhos mas não havia nenhum. Já devem ter nascido os passarinhos bebés ou, então, a dona do ninho ainda não pôs os seus ovinhos. Quando lá fores vamos espreitar a ver se está na mesma, está bem?

E fui andando por ali, como tu também gostas de fazer, e fui fotografando. Por exemplo, fotografei o musgo que estava junto a um daqueles murinhos baixinhos.


E fotografei outra coisa. Vê lá se percebes o que é. Olha com atenção. Sabes o que é?


Sabes aquela jarra que está lá em cima do murinho ao pé do carrinho de mão? Como choveu, estava cheia de água e a água refecte o céu, as árvores e até o meu braço enquanto pego na máquina. E já viste os meus pés? Vê-se também o meu casaco.

E quem é que no outro dia também fotografou os pés? Quem foi, quem foi? Adivinha lá de quem são estes pés:


Tiras muito bem fotografias, sabes? Gosto muito.

Ah, é verdade, ainda não te contei. A horta está muito boa, tudo a crescer muito bem. A salsa e os coentros é que desapareceram, não sei porquê. Mas o resto está uma maravilha. Queres ver?


Ah, e ainda mais outra coisa. Numa árvore no caminho de dentro, descobri outro ninho. Queres ver?


Também não tinha passarinhos nem ovinhos mas tinha algumas penas. Se calhar, quando lá fores, vamos lá pôr uns baguinhos de arroz. Achas bem? Queres?

E agora vou dizer adeus. Qualquer dia deixo-te escrever aqui. Queres? Podes inventar uma história ou pomos fotografias feitas por ti e escreves sobre elas ou podes escrever sobre os manos ou sobre os primos ou sobre os pais ou sobre o que quiseres. Pode ser?

Beijinhos. Muitos. Mais de mil. Gosto muito de ti, minha princesa mais linda.

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