Estava eu a olhar a televisão para ver quem tinha ganho as eleições no PSD, quando o meu marido reparou no que passava em 'última hora' - uma vez mais as chamas estavam na origem de mortes, desta vez em Tondela, numa pacífica associação recreativa onde se jogava a sueca.
Logo as televisões se apressaram para lá para mostrar carros de bombeiros e ambulâncias e para ouvir populares. Mais tarde, um senhor todo aperaltado, de chapéu, casaco novo e gravata, falava e, com o entusiasmo de falar para a televisão, até sorria ao relatar o aparato de viaturas e a confusão com feridos e cadáveres que, segundo ele, estavam a estorvar.
Dir-se-ia que a vitória de Rui Rio se viu logo ensombrada por factos tristes. Claro que não tem nada ver nem é nenhum mau augúrio. Só estou a falar disto pois, durante toda a noite televisiva, as reportagens em torno da vitória de Rui Rio eram intercaladas por reportagens a partir de Tondela.
Mas, enfim, não quero contribuir para mais angústias, assombrações, ou pensamentos tristes. Já basta o que aconteceu.
Por isso, deixem que, antes, traga para aqui o azul das águas, da serenidade e da leveza. Ou dos rostos do muro azul. Rostos vivos que habitam a rua e se pintam de azul ou que sonham em azul.
O muro do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa continua, continua, continua por 1 km. Em determinado ponto, um azul marinho e profundo começa a cobri-lo e os rostos surgem para nos encarar.
Poema azul de Sophia por Maria Bethânia
.....................
E este sábado in heaven estava assim, o céu azul e o reflexo da grande figueira numa pequena mancha de água no chão.
E os pássaros estavam em festa, cantando, cantando, numa alegria, numa euforia. As árvores eram palco de orquestra, uma música, uma cantoria.
......................................................................................................
Um belo dia de domingo a todos quantos por aqui me acompanham
...................................................
[Sobre a vitória de Rui Rio falo no post já aqui abaixo]
.......