Volta e meia dou com um daqueles vídeos que parecem feitos de propósito para puxarem ao sentimento. Crianças tristes ou abandonadas, uma música de fundo cheia de sofrimento. Não costumo divulgá-los. Embora me toquem as pessoas (ou animais) que se encontram em momentos de fragilidade, não gosto da exploração fácil das suas vulnerabilidades.
Mas hoje vou divulgar um desses vídeos e faço-o porque me custa muito pensar em crianças que presenciam o afastamento progressivo dos pais ou que assistem a discussões que sentem ser um caminho sem retorno (porque as crianças compreendem, as crianças não são seres a caminho de se tornarem pessoas mas são, sim, pessoas desde que nascem - até antes de nascerem, como bem sabemos), e porque me custa pensar em crianças que, na escola, em vez de amigos, têm inimigos, e em vez de se sentirem estimuladas a descobrir e a brincar, se sentem gozadas ou marginalizadas.
Que haja crianças que apesar dessas adversidades consigam ainda encontrar a força anímica para ir em frente, descobrindo em si a capacidade de se afirmarem, é sempre um motivo para o devido reconhecimento.
Não sei nada do vídeo abaixo mas admito que seja a encenação de uma ficção. No entanto, a história em si, a sucessão de 'cenas' e a arte fantástica com que o rapazinho usa o corpo, merecem aqui o meu destaque.
*
Sem comentários:
Enviar um comentário