quarta-feira, fevereiro 01, 2023

Alô, alô Senhores Professores!
Se não estão contentes porque não se mudam?
E o Presidente Marcelo não é capaz de mostrar um peremptório STOP às brincadeiras do André Pestana & Cia...?

 

Acabei de ouvir uma exaltada professora a queixar-se que vive em Portalegre e trabalha em Elvas (ou vice-versa, não fixei), tendo que fazer diariamente salvo erro uns 100 km. Mas se não tem vaga ao pé de casa e só arranja vaga ali o que é que ela quer que se faça? Que inventem vagas?

Se aquele local de trabalho não é compatível com a vida que quer, porque não tenta arranjar outro trabalho ao pé de casa?

Durante anos fiz cerca de 150 km por dia. A empresa em que eu trabalhava mudou-se para ali --  e o que é que eu podia fazer? Aliás, podia. Podia despedir-me. Mas optei por não fazê-lo. Agora não me ocorreu fazer greve ou vir para a rua maçar os outros.

Na empresa a que tenho estado ligada nos últimos tempos é normal haver necessidades de pessoal que não se conseguem preencher com mão de obra local. Por isso, ou vai para lá alguém já da empresa que vai e vem todos os dias (há casos de quem faça 300 km por dia) ou se contrata alguém que para lá queira ir, mesmo que morando longe. Isto é normal, banal. Claro que volta e meia temos demissões de pessoas que não aguentam trabalhar muito longe de casa e resolvem tentar outro rumo na sua vida. Compreensível. 

Mas qual a alternativa: deixar que as pessoas que vivem mais longe dos lugares mais apetecíveis fiquem sem serviços, ao abandono? No caso dos professores: deixar os alunos que vivem em lugares mais remotos sem escola?

Agora estes professores que aqui vejo na maior baderna parece que vivem noutro planeta, esquecidos que problemas maiores ou iguais aos deles há por todo o lado, em todas as profissões. 

Querem ser professores no ensino público,

(mas, se não estão satisfeitos no público, porque não tentam dar aulas em colégios privados? será porque não há vagas...? Ah pois, acontece...) 

e, ainda por cima, querem todos chegar ao topo da carreira. Querem tudo, o melhor dos mundos. E ainda estamos com sorte por não quererem ser todos presidentes da República com local de trabalho ao fim da rua.

Ouço-os e só penso que ainda os havemos de ver a protestar nas ruas, negando aos alunos o direito a terem aulas, só porque querem que o Ministério da Educação lhes lave o rabo com água de malvas.

Não há ninguém que ponha juízo na cabeça destas pessoas? 

O Presidente Marcelo, que tanto fala a propósito de tudo e de nada, não é capaz de fazer uma intervenção na comunicação social, em prime time, mostrando como estas pessoas estão a degradar o ano escolar e a comprometer os hábitos de estudo dos alunos e, ainda por cima, a degradar -- se calhar irreversivelmente (pelo menos nos próximos anos) -- a imagem dos professores?

Acho que devia.

Vejo isto a progredir, sem ninguém dar um 'basta!', e fico seriamente preocupada. 

Vejo o efeito num dos meus netos. Está sempre na perspectiva de não haver aulas. Greve, greve, greve, escola fechada, falta um professor, falta outro, greve, greve. A sério: que impressão que isto me faz. Não há pachorra! 

Já não bastava o eterno Mário Nogueira, sempre com ameaças na boca, sempre a mostrar que a última prioridade dos professores são os alunos. Agora aparece este André Pestana que é um verdadeiro populista. Li que, há algum tempo, ganhou uma bolsa de doutoramento para ir fazer um trabalho de investigação na Amazónia. Imagine-se. Parece anedota. Não sei como funcionam estas bolsas mas, na volta, parte dela foi paga com trabalho meu cujo remuneração, em vez de ir para mim, foi directamente para impostos, para pagar disparates destes. 

E, já agora, uma pergunta: enquanto viveu à conta a investigar na Amazónia, o líder do STOP veio para a rua agradecer a rica vida que o Ministério da Educação lhe proporcionou? Ou esqueceu-se disso? 

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Um dia bom

Saúde. Juízo. Paz.

11 comentários:

Anónimo disse...

Completamente de acordo!!!

aamgvieira disse...

Foram mal habituados!!

Uma Vergonha!

A.Vieira

afcm disse...

Sociologia caseira ( de alguém exaltado...a falar muito de si...)

Ps : Não sou docente

ccastanho disse...

Enquanto os professores só trabalharem sete meses no ano, não têm direito a nenhuma reivindicação por mais justa que seja.

Trabalhem o ano todo como os restantes trabalhadores. O problema, é como é que arranjam tempo para as explicações pela porta do cavalo a ganharem muitas vezes sem impostos e depois vêm armados em educadores da treta.

Não tenho o menor respeito por uma grande maioria de alapados no estado, e outros, que ainda estão fora, mas lá querem chegar para reformas douradas como há muitos que conheço comparativamente a outras profissões com muitas mais qualificações.

Estou de acordo com UJM, os que não estão bem, saiam ou vão para o privado, só que no privado trabalham 11 meses, ie isso não querem.

Quanto ao PR... Mas há presidente da republica neste país?!

Um Jeito Manso disse...

AFCM,

Sociologia caseira, claro. Queria o quê? Profissional? Académica?

E a falar de mim...? Tenho ideia que falei dos professores e que apelei ao PR para ver se faz alguma coisa para pôr um travão nestas greves absurdas e selvagens.

PS: Fui professora e filha de uma professora, amiga de professoras e avó de alunos que estão s ser vítimas disto. Ou seja, se calhar ao contrário de si, eu sei do que falo.

Um Jeito Manso disse...

Ccastanho

Completamente de acordo. Por acaso seria interessante que os jornalistas, em vez de darem palco a quem quer que seja, fizessem algum trabalho de investigação. Quantas horas trabalham por semana os professores do secundário (entrando nos cálculos com os dias de férias que não são certamente apenas 22)? Quanto é que ganham por hora?

E não venham com a conversa de que levam muito tempo a preparar aulas pois uma vez preparadas para um ano lectivo, mais coisa menos coisa, estão preparadas para todo o sempre. E quantas vezes os profissionais de outras profissões não têm que trabalhar em casa. sem receber um tusto por isso?

Não percebo os professores: ignoram a realidade dos outros profissionais, marimbam-se para as contas públicas, marimbam-se para os alunos, para as famílias dos alunos e exigem, à força da chantagem de não darem aulas, tratamento de excepção.

Seria bom que o Marcelo, que tem sempre os microfones colados a si, lhes fizesse ver o absurdo que andam a fazer.

Um dia bom para si, Ccastanho.

Um Jeito Manso disse...

Olá Anónimo.

Obrigada.

Fernando disse...

Quanta ignorância...

Anónimo disse...

Tenha a dignidade de se identificar porque só assim poderá responder pelas calúnias que verbaliza... Esconder-se por detrás de "um jeito manso" revela a falta de caráter e de individualidade que ninguém lhe reconhece... Reduza-se à sua insignificância de ser ignóbil!!!

Anónimo disse...

Com um discurso destes, só podias mesmo ser “manso”…

Um Jeito Manso disse...

Fernando/Anónim@s

Vá por mim: comentários como esses só ajudam a 'enterrar' ainda mais a imagem dos professores.