sexta-feira, fevereiro 01, 2019

A tal da rede que era Sofia que era Cláudia e que morreu e por quem Nuno se apaixonou -- e que afinal ressuscitou porque era outra.
E a Clara do Mal. E o Bercow do Bxt.
E duas adivinhas para rematar.




O dia, como ontem avisei, foi mais repleto que um ovo. Mas não foi ovinho de codorniz ou ovito da franganita. Não senhor. Foi um big ovo. Ovo de avestruz. Talvez até de dinossauro. De dinossaura new age. E mais que ser big, foi intenso. O chamado ovo intenso.


No fim, alguém me veio perguntar como tinham corrido as coisas. Não quis dar conversa. Encolhi os ombros e disse que achava que sim. Disse-me ele: Está nas suas mãos.

Não lhe disse mas pensei que nunca tanto na minha vida como hoje tinha sentido que, de facto, está nas minhas mãos. Totalmente nas minhas mãos. Uma sensação um bocado estranha. Não posso contar com mais ninguém do que comigo nas decisões, nas orientações. No fim haverá decisão colegial mas sobre o caminho que eu, de minha lavra, tiver traçado. Mas sei lá eu qual o melhor caminho? Posso até saber qual o melhor caminho em geral, mas sei lá qual o melhor caminho para mim? Não sei pensar quando faço parte da equação. Só sei ir em frente, desbravando, fazendo o caminho, sem saber se tenho pernas e braços para a empreitada. 

Seja como for, a verdade é que acho que o carro foi posto em marcha e agora para a frente é que é caminho. 


Mas como parece que na minha vida nada é em pequena dose, ao mesmo tempo aparece-me mais um caminho, um segundo, num outro contexto, num outro lugar, e pedem-me que o desbrave. E dizem-me: damos-lhe os melhores para a ajudarem na caminhada. E eu sinto-me pequena face à dimensão do que me pedem por um lado e do que, por outro, eu quero fazer.

E talvez porque seja muita intensidade e muito ovo, uma verdadeira omeleta de cenas, a verdade é que hoje, pouco depois de aqui estar, adormeci.

Esta sexta-feira é outro dia especial mas por outras razões e vai começar cedo e, palpita-me, vai ser outro dia dos bem preenchidos. Aqui no meio das sonecas, vou tentando organizar a logística do dia mas porque, enquanto acordo e adormeço, tenho a Clara Ferreira Alves, catastrofista e superior, a falar alto demais -- o que perturba o meu fim do dia -- não estou a conseguir concluir se devo ir ao supermercado à abertura e depois vir a casa depositar os víveres ou se devo tentar vir mais cedo à tarde. E agora que escrevo isto reparo que o Eixo do Mal fez um step in e ocupou o espaço da Quadratura do Círculo que se desbaldou para a TVI e que vai ter o ubíquo Marcelo a abrilhantar a vernissage. Na próxima, para equilibrar, tê-lo-emos ao colo dos paineleiros do Mal.  Baralhar e dar de novo.

O vídeo que mostraram no fim do Eixo a ilustrar a cavalice dos juízes que julgam os casos de violação suspeitando da conduta das vítimas é que vi com atenção e foi bom. De resto, tenho para mim que não perdi grande coisa. Para ser bom, tinham que dar banho à Clara a ver se ela larga aquela peneirice aguda que a torna intragável. E isto ela, porque os outros não me assistem.


Antes de começar a escrever isto, e nos intervalos de cair morta de sono, tinha estado a ver mais uma exorbitante e extraordinária intervenção de Bercow, o meu Speaker preferido. Fala bem, ele. No meio do histrionismo e da graça, ele fala bem, frases inteligentes e boas de ouvir. Aqueles ingleses estão marados, perdidos da cabeça, autênticos bifes a andarem à volta do rabo. Aquele parlamento é um carnaval gerido por um Bercow que dá um baile de dar gosto.

Quando aqui me sentei, pus a box para trás para ver aquela maluqueira da Rede no final do noticiário das oito na SIC, aquela cena doida de uma varrida que se desmultiplicou em perfis falsos, enredando meio mundo em histórias inventadas. No fim, viu-se o vulto da criatura a falar com a Conceição Lino: quarenta e tal anos, divorciada, com filhos, professora do ensino básico. Era, então, a tal que se fazia de Sofia (e de irmã e mãe de Sofia e de amiga e de sei lá quem mais) -- Sofia essa que, afinal, era Cláudia que não sabia de nada do que se passava. A dita criatura gastava centenas de euros em telefonemas para simular que era várias, telefones distintos, fingindo vozes diferentes. Coisa assustadora. Gente doida dá com os outros em doidos. Nem sei o que pensar de uma coisa destas. O que move gente assim? O prazer de enganar os outros? São doentes a precisar de internamento?

Pelos vistos o juíz resolveu a coisa condenando-a a indemnizar os queixosos numas centenas de euros.


E agora vou dar três pontos no arraiolos antes de cair de vez para ver se consigo ir para a cama a pé.

E, na despedida, duas adivinhas que a minha menininha mais linda me contou no outro dia:
1. O que é que um pato diz a outro pato?
2. Como é que se faz uma omeleta de chocolate?
E, antes de ir, mais um cheirinho de Bercow, o actor principal da comédia que dá pelo nome de Brexit



[Respostas: 1 - Estamos empatados   2 - Com ovos da Páscoa]

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E, ufffff, thanks god it's friday.

Be happy.

4 comentários:

bea disse...

Tenha uma boa sexta feira, UJM. Enquanto estivermos vivas, caminhamos. Querendo ou não, caminhamos. Mas é claro que a senhora é de outra tempera e só caminha por onde quer e de acordo com o que decide, ainda que tal lhe pese por vezes. Cansa-se na mesma. Por isso, Bom Fim de Semana. In heaven ou onde seja.

Anónimo disse...

Olá, UJM!

Sobre a Clara Ferreira Alves, conto apenas como a vi no El Corte Inglès há umas semanas. Vestida com um sobretudo-roupão em amarelo estridente e azul. Por baixo, calças que pareciam de alumínio do joelho para baixo. Estava como um homem do lixo que se esquece de despir a farda antes de ir para a cama e, ao acordar, ainda desnorteado do sono, veste o roupão por cima. Andava muito rápido, aos rompantes, como quem foge dos olhares da plebe à sua volta - olhares que, bendito seja este nosso Portugal, por pouco tempo se demoravam a apreciar aquela figura. Pensar nas vezes que apreciei, com gosto, os casacos e blusas, os colares e pulseiras com que a vejo na televisão, cheia de pinta.

Quanto às demais coisas da vida, e porque não tenho jeito nem aprecio palavras de conforto, peço algumas emprestadas a um famoso poeta, cujo amor pelo artifício bacoco não o impedia de ser mais sábio que todos quanto dele troçaram. Cá vai: Ande eu bem quente e ria-se essa gente. Pois que os bens que a Fortuna dá, dá-os assim: quando apitos, flautas; quando flautas, apitos.

Abraço!
JV

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

Pois, ficam várias hipóteses no ar, quanto à dita senhora dos heterónimos.
Adivinhas: 1 - Estamos empatados; 2 - Com ovos de chocolate.

Abracio.

Isabel disse...

Acho que aquela mulher que engendrou esta história da Rede, tem que ser louca e por isso devia ser internada num hospício! Levou uma multazita, que não tem grande significado para os danos psicológicos que provocou e qualquer dia volta a fazer a mesma coisa a outros. Os loucos repetem as loucuras.
Louca e má. Incompreensível!

Beijinhos e bom fim-de-semana:))