terça-feira, setembro 08, 2020

Não-americano

Acho que a populistas, narcisistas ou estúpidos em geral devemos generosamente dedicar o nosso melhor desprezo. Não palco mas, pura e simplesmente, desprezo. Total desprezo. Ignorá-los. Mostrar-lhes que estão num patamar muito abaixo, que, apesar de se acharem os maiores, não passam da ralé. Melhor: da ralé da ralé. Contudo, esta minha reacção não é consensual. Vejo que há quem lhes veja virtudes, quem encontre razões para os desculpabilizar ou, mesmo não vendo virtudes, quem ache que deve dar-se uma hipótese ou que acredite que o mundo é que conspira contra eles não reconhecendo o seu valor e a sua verdade. 

Como sou muito anciã, guardo memória do destino de muita gente deste género -- e o destino é, regra geral, o esgoto. Não há populista, narcisista ou estupor encartado que fique para a história por bons motivos. Geralmente nem sequer constam. O tempo encarrega-se de mostrar a sua irrelevância, apagando-os. E, se calha subsistir o seu rasto, é para dar nota do ranço com que empestaram aquilo em que tocaram.

Não percebo, pois, reportando-me agora à política, a razão do destaque que a comunicação social dá ao trauliteiro gabarolas do Chega tal como nunca percebi a atenção que, antes de ser eleito, foi dada ao Trump, esse demente alarve-mor.

Parece que é mesmo verdade aquela teoria de que para cada parvalhão existe sempre alguém ainda mais parvalhão que o apoia.

Portanto, é sempre com satisfação que vejo formas inteligentes de derrubar a cagança dos egocêntricos doentios.

O Lincoln Project tem divulgado, em cima do acontecimento, uns vídeos que me parecem bastante eficazes na mensagem, tendo, sobretudo, em vista o público a que se destinam: os republicanos boçais que ainda apoiam aquela alimária cor-de-laranja.

 


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