Aqui há tempos o Tozé foi ao Banco de Portugal, armado em importante ou em carapau de corrida, nem sei como classificar aquela pose. Saíu de lá ainda mais importante, que estava mais descansado, que o Governador o tinha tranquilizado.
Se isto não é um país de plástico, alguém que me diga o que é? Isto pode ser levado a sério?
Carlos Costa - o ceguinho, surdo e mudo, que estando a trabalhar no sector internacional do BCP não deu por nada do que por lá se passava com dinheiros circulantes por offshores, e que agora, à frente do BdP, foi acumulando suspeitas a propósito do BES mas foi acreditando que a ratazana salgada lhe ia obedecer e passar a portar-se como um hamster amestrado - tinha-o sossegado, dizia o Totó Zero: o BES estava sólido de fazer inveja, não havia razão para tanto fusué.
E ele, estadista de mão cheia, impante por ter tido acesso a informação classificada, declarava aos microfones das televisões: A minha responsabilidade é de vir recolher informações, para que as preocupações que tinha possam ser resolvidas. E, neste caso, os esclarecimentos que obtive foram no sentido de diminuir as minhas preocupações. É uma coisa que me satisfaz. A minha acção é no sentido de resolver problemas e não de adensar problemas.
Um verdadeiro sentido de Estado é o que este Tozé tem dentro dele - o pior é o resto. A sorte dele é que o ridículo não mata.
António José Seguroa fazer figuras tristes e a dar cabo do PS(fotografia do Expresso) |
Eis que agora as mesmas televisões o mostram revoltado, armado em justiceiro. Com aquele seu ar de sobrinho bem comportado, finge ser temível, diz que está sinceramente surpreendido por ser necessário reestruturar o banco e talvez fechar agências, tenta engrossar a voz e afirma com boca em biquinho afiado: Os mais vulneráveis não podem pagar os erros dos administradores. É inaceitável!
Se estivesse ao pé dele acho que faria como a outra: descalçava um sapato e atirava-lho a ver se ele se enxergava. Admite-se que um putativo candidato a sucessor do Láparo tenha um discurso tão demagogo?
[Bem. Pensando melhor, acho que não o faria. Ainda me ficava com o sapato e eu tinha que sair dali com um pé calçado e um descalço. O Tozé não merece tal sacrifício.]
Se estivesse ao pé dele acho que faria como a outra: descalçava um sapato e atirava-lho a ver se ele se enxergava. Admite-se que um putativo candidato a sucessor do Láparo tenha um discurso tão demagogo?
[Bem. Pensando melhor, acho que não o faria. Ainda me ficava com o sapato e eu tinha que sair dali com um pé calçado e um descalço. O Tozé não merece tal sacrifício.]
Depois ouço-o a falar das sondagens que dão o PS já com menos votos do que a soma PSD+CDS e é o espectáculo triste do costume. O menino sonsinho, queixinhas, volta a aparecer: que a culpa é de António Costa que apareceu para estragar a festinha que estava a correr tão bem até essa altura. Mas que, mal ganhe as eleições, ele, Tozé, vai reconquistar a confiança dos portugueses.
Então não vai? Se antes já não havia muita gente a confiar nele, agora que já viram melhor a sonsa plasticina de que é feito, é que iam apoiá-lo mais...? Iam, iam.
Ai, santa ingenuidade. Ou melhor, tosca palermice.
Um sujeito que quer ser primeiro-ministro a fazer números destes, desculpas pueris, argumentos estafados, populismos baratos. Se não sabe perceber a realidade ou reagir a uma contrariedade, como poderá querer estar à frente dos destinos do País?
Digo-vos: tudo isto é mau demais para ser verdade.
O Láparo na Manta Rota como se o País não tivesse estado no fio da navalha, o Aníbal não sei, mas presumo que esteja na Coelha a banhos com a sua Maria, e este artista do Tozé por aí em campanha, armado em Portas, a dizer o que os feirantes gostam de ouvir. Uma elite do caraças, é o que é.
Não há pachorra.
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