quinta-feira, dezembro 30, 2010

Debate Cavaco Silva - Manuel Alegre na RTP1, com Judite de Sousa

Assisti ao debate Cavaco-Alegre.

Às tantas a minha máquina captou a imagem de um híbrido. Partilho-o convosco.

A foto abaixo não resulta de qualquer manipulação.

(Não acrescenta nada ao que vou dizer, mas o que vou dizer também não acrescenta nada. Portanto está bem uma coisa para a outra)

Juvaco Souva

Quanto ao debate: nada de entusiasmante. Artistas pouco estimulantes, reportório velho e relho. Não há ideias novas, não há uma visão ambiciosa para o futuro, não há nada que motive quem quer que seja.

Cavaco Silva, invulgarmente crispado. Será que consegue aguentar mais um mandato, com esta falta de paciência e indisfarçável irritação?

Ao longo de todo o debate, Cavaco parece que apenas quis prestar explicações sobre o que Alegre tem dito de si. À defesa. Pouco mais do que isso.

Mas, pessoalmente, pouco me interessam as explicações dele. Já o conheço. Já o conhecemos todos de há tantos anos, para quê tanta explicação?

É bom professor e, como professor, é comunicativo, descontraído. Ouvi-o uma vez, em vésperas de Santana Lopes se tornar primeiro-ministro, dizer, sorridente e irónico, que o pior, o impensável poderia estar para acontecer em breve... E aconteceu mesmo, dias depois.

Salvo alguns deslizes é bem intencionado, um homem pacato, um marido dedicado, a mão sempre a buscar a mão da mulher.

E tem uma visão tecnicamente apurada sobre a evolução da macro-economia. É certo que há anos vinha bramando contra o monstro em que o estado se estava a transformar. Anteviu o que iria acontecer. Aliás todos os professores de economia o anteviam (mesmo os que contribuiram para ela).

Mas como político, a Cavaco falta-lhe visão.

Não a teve quando ditou medidas que estiveram na origem do crescimento do monstro.

Não a teve quando usou os fundos europeus que choveram quando foi chefe de governo para infraestruturas (o que é correcto) mas para pouco mais que isso (o que foi um desastre).

Não a teve e não a tem em quantidade e qualidade como se imporia a um Presidente da República neste momento de clivagem histórica.

É, de facto, razoavelmente apolítico. Mas a função de Presidente da República é uma função política.

Portanto...

Mas, infelizmente, também não é com Manuel Alegre que lá vamos.

E Alegre se fará triste

Quando fala, Manuel Alegre enuncia princípios - não ideias objectivas. Não se vê um programa concreto, não se vê alma de grande estadista, dos que são precisos nos tempos difíceis que atravessamos. É um republicano democrata, não há dúvida, mas na melhor tradição dos grandes idealistas, dos bardos, dos que sobem a um palanque e, de peito dado às balas, com uma bandeira dançando ao vento, punho erguido, cabelo em desalinho, enfrenta moinhos de vento, inimigos abstractos.

Mas a questão principal não é só essa. A questão é que, nos momentos decisivos, também não sabe o que quer, oscila consoante o momento, dá o dito por não dito.

Exemplos?

Não dizia se apoiava o Orçamento de Estado para 2011 e não se percebia porque não o dizia. Depois disse que apoiava, que era imprescindível. Mas, a seguir, apoiou a greve geral contra o OE. E sempre com aquela voz de democrata ofendido, como se fosse tudo tão óbvio.

E, recentemente, teve uma atitude que me apetece classificar de infame ao usar informação que constava de uma ficha preenchida por Cavaco Silva na Pide. Ao usar essa informação (ainda por cima informação inócua, banal) revelou mesquinhez, pequenez, maldade, espírito intriguista, baixo nível. A seguir, quando viu que essas suas palavras cairam mal na opinião pública, veio dizer que não era aquilo, que não era isso que queria dizer. Saltou fora com ligeireza. Mas mostrou de que matéria é feito.

[Digo isto e está a custar-me dizê-lo porque o admiro como poeta. Mas é o que penso...]

E essas suas características - que são de carácter, perdoe-se-me a redundância - desagradam-me ainda mais do que o provincianismo de Cavaco.

Acho que, apesar de tudo, talvez Defensor de Moura fosse mais escorreito candidato do que Alegre. Mas não tem o apoio do PS e, portanto, sem apoios não vai a lado nenhum.

Quanto aos outros, não têm existência política que os salve do esquecimento enquanto candidatos.

Pena tenho é que o Manuel João não se candidate desta vez. Ao menos divertia-me a vê-lo.



Não sei o que vou fazer nestas eleições presidenciais. Votar em branco não vou porque, como diz o Manuel João, 'para quê votar em branco se podes votar castanho?'. Nem mais.

2 comentários:

Anónimo disse...

EU NÃO TENHO DUVIDAS
SOU PORTUGUÊS E VOTO
C A V A C O S I L V A

Anónimo disse...

QUID JURIS ???

Após o desaire eleitoral com Jorge Sampaio (1996) ,
Cavaco Silva logo se preparou para um novo ataque
em 2006 , e assim recebeu um ilicito (?) beneficio monetário do seu também financiador de campanhas
o então banqueiro Oliveira e Costa (BPN) !...
Modus faciendi :
1º Em 2001 , aquisição à entidade X (grupo BPN)
por Cavaco Silva e sua filha , de 255.018 acções da
Sociedade Lusa de Negócios (SLN) , a1 euro por acção
(1 euro ! porquê 1 euro ? )
NOTAS
a) A SLN era uma sociedade anónima detentora do capital do BPN i.e. “dona” do BPN , donde Cavaco Silva
também era um “dono” indirecto do BPN e com acesso
a informação previlegiada do BPN .
b) A SLN não estava cotada na bolsa.
c) A SLN estava tecnicamente falida
d) Sabemos que Cavaco Silva não compra “gato por lebre” . Só pode ter feito a operação com plenas garantias do seu amigo Oliveira e Costa .
e) 255.018 euros que entraram nos cofres do BPN
(conta entidade X) .
f) Os ganhos obtidos com a venda de acções estavam isentos de IRS , se estas acções fossem possuidas por
mais de 1 ano .
Assim , logo em 2003 ,decorrido mais de 1 ano ,
2º Por ordem de Oliveira e Costa , a SLN ,VALOR –
co-accionista de Cavaco Silva na SLN , compra a Cavaco Silva e sua filha , aquelas 255.018 acções a 1,40 euros por acção (1,40 euros ! porquê ? )+40% !!!
3º O pagamento a Cavaco Silva e filha foi feito
através do BPN .
4º Cavaco Silva e sua filha , tiveram um especulativo e usurário ganho monetário de 102.007,20 euros !
5º Aos ganhos (mais valias) obtidos por Cavaco Silva e sua filha , corresponderam PREJUIZOS(menos valias)
para o grupo BPN e que por consequência os contribuintes portugueses terão hoje que suportar ...
QUID JURIS in the U.S.A. ???
QUID JURIS in the U.K. ???
QUID JURIS in PORTUGAL ???
Como economista ,financeiro e tecnico do Banco de Portugal , qual era a cumplicidade e o conhecimento de Cavaco Silva sobre as ilicitudes penais e outras praticadas pelos agentes do grupo BPN ?
NOTA
Ao tempo Cavaco Silva não tinha qualquer obrigação declarativa para com oTribunal Constitucional como também não tinha para com a Administração Fiscal , em relação aquelas mais valias , pelo que
são desonestas as referencias que para sua defesa ,
faz a estas duas entidades .