sábado, julho 05, 2025

Um mau governo
-- A palavra ao meu marido --

 

O Montenegro foi a primeira vez para o governo porque prometeu resolver os principais problemas do país e saiu reforçado na segunda eleição porque os portugueses terão ficado minimamente contentes com o que fez, muito provavelmente porque não eram fãs do Pedro Nuno Santos e porque a acefalia ainda não era um mal generalizado que pudesse dar o primeiro lugar ao Ventura. 

Os principais problemas do país apontados pelo Montenegro, bandeiras da campanha eleitoral e sobre os quais zurzia o PS, eram a saúde, a habitação, a educação, os incêndios. Para seguir a agenda do Ventura também levantou os pseudo problemas nacionais da segurança e da imigração. 

Ao fim de um ano e tal de governo, conseguiu o governo Montenegro resolver minimamente estes problemas? 

Não, não conseguiram! 

Senão, vejamos. 

O que está a passar-se na saúde -- cujos problemas Montenegro anunciou, antes de formar o seu primeiro governo, que seriam resolvidos em 60 dias --, é uma tragédia, a situação piora todos os dias e os resultados da política deste governo são assustadores em todos os aspectos. Com as tragédias que tem acontecido, como é possível que a ministra e o Montenegro não tenham um pingo de vergonha e a ministra não se demita ou não seja demitida? 

E, para variar, o Marcelo, sempre tão interventivo noutras ocasiões, agora mantem-se de bico calado. Que vergonha. A incapacidade do ministério chega ao ridículo de contratarem para o INEM uma empresa para fazer o transporte de doentes de helicóptero que não tem helicópteros nem pilotos. Inimaginável. Ninguém se demite nem é demitido? Pior é impossível. 

Depois de tudo o que aconteceu na saúde no último ano, a ministra continua. Diz que não se demite porque quer resolver os problemas, mas de facto só os agravou. Não se demite porque, como parece e muita gente o afirma, o objetivo não é resolver os problemas da saúde: é privatizar a saúde e o resto é paisagem. Como é  possível que os interesses dos lobbies da saúde se oponham aos interesses dos portugueses?

Relativamente à habitação, o governo conseguiu, com as medidas que tomou, aumentar de forma absolutamente insuportável o preço das casas. É certo que os jovens ricos, ou os pais por eles, compraram mais casas à conta das medidas do governo. Mas resolver o problema da habitação não é ajudar os que têm mais dinheiro. É exatamente o contrário. É criar condições para que quem tem menos rendimentos consiga ter uma habitação condigna. Exatamente o contrário do que foi feito pelo governo. 

Na educação iam resolver o problema de haver alunos que não tinham professores pelo menos a uma disciplina. O brilhante resultado foi haver 1,4 milhões de estudantes que não tiveram professores pelo menos a uma disciplina. Mais um "sucesso" do governo. 

Relativamente aos fogos, a área ardida triplicou. Obviamente mais um problema que não foi resolvido.

Relativamente à segurança, como era um pseudoproblema, nada foi feito e daí não veio mal ao país. 

A política do Governo não tem nada a ver com os reais problemas da imigração (a sua integração, terem habitação, educação para os filhos, saúde, etc). O objetivo é ultrapassar o Chega, se possível pela direita, e ganhar votos. Lamentável. 

Para atirar poeira para os olhos da malta e os jornais não falarem naquilo que não interessa ao governo lembraram-se de propor uma nova lei da nacionalidade que ainda por cima parece que é inconstitucional e que não era sequer tema. Aprenderam com o Trump. 

Em resumo, não resolveram nenhum dos problemas importantes que se propunham resolver. Mandaram a ética e os valores para as urtigas e criaram novos problemas e clivagens na sociedade. Infelizmente, parece ser disto que a maltinha gosta. A esperança em melhores dias já não é grande. O populismo através das redes sociais está a criar uma massa amorfa que não questiona e que não pensa, apostando no perceptível e esquecendo o essencial. 

É o que temos.

12 comentários:

Ccastanho disse...

Inacreditávelmente, já se fareja a governo fim de ciclo tal a incapacidade gritante. Marcelo deve triplicar as viagens ao Santuário de Fátima a pedir perdão em levar a direita descerebrada ao pote .

Anónimo disse...

marcelo se for a fátima vai mas é agradecer o sucesso das golpadas que engendrou ou que lhe mandaram engendrar.
Quanto ao sucesso do montecoiso avençado e de outros salafrários oportunistas disfarçados de nacionalistas pseudo patriotas, faz-me vir sempre á memoria uma frase que vi um dia escrita numa parede na calçada da glória. QUEM ESTÁ ANESTESIADO NÃO ESTREBUCHA.
Mandaram-nos vir, agora aturem-nos. O problema é que como sempre paga o justo pelo pecador.

PS; não sei quem foi a alminha que convencionou que escrever em maiúsculas é como estar a gritar.
Eu sempre que queria destacar uma frase, sempre escrevi em letra grande. Agora mais recentemente, é que alguém me começou a questionar, porque é que estava a gritar com eles. Enfim modernices da treta. Como não assinei nenhuma convenção vou continuar a fazer o mesmo. Que ninguém se ofenda.

Anónimo disse...

Do instagram de Raquel Varela.
SIC-E se Cláudia Azevedo, da CEO da SONAE, e João Miguel Tavares entrarem em greve?
Não há qualquer razão de ser nos serviços mínimos em greve, a não ser em sectores de urgência como hospitais, bombeiros. Os que já existem são tão exagerados que, sem greve, não há trabalhadores suficientes para cumprir os mínimos. Os serviços só funcionam porque quem lá está trabalha o dobro do que devia, e recebe metade do que é justo. Montenegro não quer melhores serviços públicos - para isso contratava e pagava decentemente -, a AD e o Chega querem proibir que os trabalhadores lutem por melhores serviços públicos e contra a exaustão. A greve não nos prejudica, o que nos prejudica são serviços que não funcionam e trabalhadores doentes.
O Governo quer suprimir o direito a resistir restringindo o direito de greve, que já é dos mais restritos da Europa. Eu acho que o Governo devia entrar em greve, bem como os comentadores que ao apoiam. À cabeça, o comunicador João Miguel Tavares, que nas páginas do Público escreve contra as greves e os trabalhadores e ainda não nos conseguiu explicar, ao final destes anos todos, qual o seu próprio trabalho, função, horário e salário. Que contributo dá à sociedade?
Nos transportes não deve haver serviços mínimos , porque eles põem em causa do direito de resistir, fundante das sociedades modernas Constitucionais. É raro o dia em que não oiço, em presença ou por escrito, testemunhos de trabalhadores que colapsam - literalmente - desmaios, AVCs, doenças repentinas, de exaustão num local de trabalho, escalas de turnos que atingem mais de 1 milhão e meio de trabalhadores, pior no que no século XIX, uma escravatura que atenta contra as suas vidas; contratos por cumprir, e leis que permitem todo o tipo de abusos; assédio generalizado das chefias intermédias - as grandes estão ao fresco, a gerir milhões de euros de lucros.
Já o Governo AD, com o apoio do partido fascista Chega, a extrema direita IL e o PS propõem "equilibrar" o direito de greve com o direito dos utentes. Porque não se propõem equilibrar o direito de, por ser proprietário milionário, ter milhões de lucros e destruir a vida alheia? (Continua)

Anónimo disse...

(continuação)
Porque não equilibram a vida de milhões nacionalizando, sob controlo público (não do Estado) a CP, a REFER, os Portos, a energia, as comunicações e o transporte de mercadorias? E tudo pago bem, com emprego público, horários só nocturnos para emergências. Quanto dinheiro em concessões e subcontratações, layoffs, erosão da segurança social se poupava? Porque não acabam com os negócios privados feito com dinheiros públicos, tudo legal e sem corrupção, que nos destrói e que o do Chega ao PS todos acham bem? Quantas vidas se poupariam se se acabasse esta economia destrutiva da vida de quem trabalha?
Montenegro nunca disse na campanha que ia mexer na lei da greve, por isso se o fizer é ilegal - há uma obrigação Constitucional de só executar o que se propõe fazer. Sabemos porém o queria fazer porque o Jornal Público, detido pelo Grupo SONAE, através de João Miguel Tavares, no ataque à CP, fez de porta voz sobre os "privilégios" dos trabalhadores da CP.
Vejamos, todos sabemos o salário e horário de trabalho na CP, bem como dos funcionários públicos, não sabemos porém quanto paga a SONAE a João Miguel Tavares, que sempre escreve no Público sobre os privilégios dos outros. A bem da transparência, já que o nosso salário é conhecido, porque não o de todos? Sei exatamente o que faz um maquinista, revisor, tripulante de cabine, estivador, médico, enfermeiro, professor, trabalhador do Metro. Não faço a mínima ideia que trabalho nos presta João Miguel Tavares.
A rigor se ele entrasse em greve nada mudaria na sociedade, já quando os trabalhadores entram em greve nos hospitais, escolas, e transportes tudo muda. Porque são essenciais. Os outros, como JMT, são essenciais para comunicar a voz das empresas e governantes que acham normal ter um país com trabalhadores a cair para o lado de exaustão, em laboração continua, sem férias e folgas, pagar 1200 euros por um buraco e ainda serem acusados de pôr em causa os utentes.
A SONAE teve um aumento de lucros de 77%. João Miguel Tavares, por favor, entre em greve, que nós apoiamos. Sem serviços mínimos.
AMEN digo eu.

Anónimo disse...

Péssimo, péssimo e péssimo governo!!!

Anónimo disse...

Saúde, habitação, educação, incêndios...vira o disco e toca o mesmo porque a realidade manda e pouco os governos podem fazer - fora as qualificações cada vez mais degradadas do pessoal político.

Está tudo mal e vai para pior? Qual a surpresa? Tudo isto lembra Eça, a Campanha Alegre e a queda dos governos.

Não creio que na substância vá haver melhoras, com estes ou com outros. Pelo contrário, será cada vez pior à medida que o empobrecimento do país for avançando. E não creio que haja nada que possa ser feito para contrariar o empobrecimento. Enquanto a Europa era Europa ainda nos segurávamos. À medida que a Europa for empobrecendo nós vamos empobrecer ainda mais.
Isto é como o mezzogiorno italiano. Bem podem Roma e Bruxelas enterrar milhões milhões. A culpa não é deles. É dos piemonteses, é dos eurocratas, deles é que não é.
Lá no fundo, lá mesmo no fundo, o melhor é procurar as explicações na genética. Podem usar a malta do Chega para os testes.

Anónimo disse...

Os socialistas não aprenderam nada com o resultado eleitoral, desgovernaram o país sempre que o governaram ,agora querem resultados de um governo que está em funções à pouco tempo , já agora, nem uma palavra para o julgamento do vosso amigo ladrão ??? Muito interessante o que disse do outro vosso amigo , um cobarde , o PS deixou no País um buraco negro que, ninguém esquece e tende a desaparecer , só os ADEPTOS o não percebem

Um Jeito Manso disse...

Por acaso tenho uma palavra a dizer, sim, ainda bem que pergunta. Na frase "está em funções à pouco tempo", não é 'à' mas 'há', do verbo haver. Convém saber falar e escrever, senão vai estar a somar disparates ortográficos e/ou gramaticais aos disparates ideológicos.

Anónimo disse...

Até podem governar 10 anos, 10 aninhos bem contados. Garanto-lhe que daqui por 10 anos isto estará pior. Era bom era. Sai este, entra aquele, e agora isto vai. Não vai. Isto é coisa da antropologia cultural e da genética. Não é coisa de reforma estruturais como gostam tanto de dizer à direita. Muita sorte temos nós de estar na Europa, mesmo que periférica. Não fosse ela e andávamos também nas barcaças a tentar chegar a Lampedusa.

aamgvieira disse...

Manda lá aquilo que tu sabes......

Anónimo disse...

Raquel Varela? Se inadvertidamente as oiço apetece-me ir a correr votar no Chega!

Anónimo disse...

Mas é claro que “nos transportes não devem existir serviços mínimos” O pessoal que trabalha, por exemplo alguém que vá do Barreiro para Lisboa, que atravesse o Tejo a nado! São bistres como o deste comentário que fortalecem o Chega