quarta-feira, março 17, 2021

Gesto universal para pedir ajuda caso seja vítima de violência doméstica

#SignalForHelp


O meu dia foi tão bom que vim para aqui querendo falar dos meninos, da alegria deles, do mais novo que quer sempre ajudar, sobretudo quando são trabalhos pesados, desta vez a serrar troncos de árvore, ou do mais crescido que tem um sentido de humor e uma ironia que surpreendem e desarmam qualquer um. Ou falar do sol que esteve tão bom. Ou do dia profissional que me começou agreste, cheio de lâminas bem afiadas, mas que, felizmente, se foi compondo, chegando àquele ponto de equilíbrio em que as decisões não pesam toneladas e em que o nome de quem não se suporta, ao surgir no ecrã do telemóvel, não é sinónimo de pegar em cinquenta pedras (virtuais) para atirar à pessoa que está do outro lado da 'linha'.

Também andei a fotografar os meninos a terem aulas ou nos seus tempos livres, na rua ou em casa, ou as flores ou, simplesmente, a luz através das flores. Ou falar do arroz de frango que fiz para acompanhar asas fritas, uma coisa na base do arroz de polvo a acompanhar filetes do dito. Mas, outro dia, logo mostro as fotografias ou logo explico como fiz.

É que, ao começar a cirandar para ver a quantas anda o mundo, dei com uma coisa que desconhecia e que acho que deve merecer toda a atenção do mundo. 

Tem a ver com um tema que me perturba muito e sobre o qual penso que tudo o que se faça para alertar para a chaga social que representa é pouco. Não consigo sequer imaginar o terror, a angústia, a aflição, o desespero de quem é vítima de violência doméstica. Ter que conviver com um verdugo, com um psicopata, alguém que amedronta, que intimida, que manipula, que faz chantagem emocional, que agride, física ou psicologicamente, é daquelas coisas que deve destruir uma pessoa por dentro. Sem ter como pedir ajuda ou sem saber como pedi-la sem que isso signifique mais violência, imagino o sofrimento de quem se sente impotente e à mercê de alguém que diz que ama mas que, na realidade, rouba anos de vida à sua vítima.

O tema da violência doméstica é mais um daqueles que tem sido recorrente no Um Jeito Manso. Contudo, esperando que me desculpem por me repetir, acho que:

  • deve ser assunto de que se fale para que quem seja vítima saiba que não está sozinho, 
  • para que saiba como denunciar, de forma segura, a situação, 
e acho também que:
  • deve ser mostrado desprezo público pelos agressores, desprezo absoluto, deve ser mostrado que são uns cobardes, um merdosos, um lixo.
  • deve ser irrefutável e comummente aceite que não têm atenuante ou desculpa possíveis.

Aquilo a que acima referi foi que descobri que há um gesto universal, silencioso, irrastreável e seguro para dizer que se é vítima de violência doméstica.

E é isso que hoje aqui trago. Só isso. Quem queira que se saiba aquilo por que está a passar, é arranjar maneira de dobrar o polegar sobre a palma da mão aberta na direcção de quem possa ver, dobrando de seguida os outros dedos sobre o polegar. Ou numa fotografia, ou num vídeo ou à janela ou na rua ou onde puder ser. E quem veja este gesto que actue, que ajude, que participe, que faça alguma coisa de útil para ajudar a pessoa que tão corajosamente se expôs.

Violence at Home #SignalForHelp

Isolation can increase the risk of domestic violence at home. If this is the case for you, use this hand signal on a video call to show you need help.

INTERNATIONAL HELP ME SIGN



E tenham, por favor, um dia tranquilo, pacífico, feliz

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