Estive a ver o debate com atenção e, ao princípio ao fim, Marques Mendes foi o que se lhe conhece: no que se refere a ideias concretas nem uma. Anos a fio a vender parlapié, especializou-se em conversinhas da treta, uma no cravo outra na ferradura, nunca uma ideia nova, apenas mastigar a comida que outros antes já mastigaram. Agora arma-se já em presidente para, manhoso, não dar opiniões. Não se chega à frente, não se atravessa em nada. Nada de nada. Um saquinho de vento. A única que conseguiu tirar da cartola é aquela parvoíce dos Conselhos de Estado. Uma reunião do Conselho para se debater a corrupção. E um jovem no Conselho de Estado. Olha a grande aventura que isso é. 4 Conselho de Estado por ano... 4 vezes por ano, uma grupeta junta-se para bater umas bolas. É essa a grande aposta de Marques Mendes para o seu exercício como PR. Uma mini aposta. Uma nano-aposta. Uma anedota.
Entrou ao ataque, armado em bom, mas, coitado, com um assunto da treta. Alguém para além dos comentadores quer cá saber daquelas tricas de quem tentou ou deixou de tentar dissuadir o outro a candidatar-se. Por amor da santa, o que é que isso contribui para a felicidade de alguém?
E, no entanto, no fim, do pouco que consegui ter pachorra para ver, todos os comentadores lhe deram uma retumbante vitória. É a célebre bolha em que esta malta vive. Devem achar que, se derem umas notazecas ao Marques Mendes, a malta vai na conversa e vota nele.
Quanto a Cotrim de Figueiredo, continuo a achar que daria um bom Presidente da República. É inteligente, arejado, civilizado, vigoroso, moderno (e bem apessoado - verdade seja dita). E acredito que seria equilibrado, ou seja, que não marcelaria para levar a sua ideologia adiante. Mas há aquilo do voto útil. Se o perigoso Ventura não estivesse na corrida e não houvesse uma percentagem tão grande de burros, ignorantes, estúpidos e ressabiados que votam nele, se calhar, na 1ª volta votava nele. Assim, tenho que pensar bem.
4 comentários:
Se com Marques Mendes o governo teria a vida facilitada, com Cotrim teria via aberta para a radicalização em curso. Palma Ramalho et al. diriam mata e Cotrim esfola. Mas com os ares de fidalguia de que o povo parece gostar.
Continuo a pensar no presidente do Sporting em alternativa á Georgia Meloni
Excelente análise, salvo o último parágrafo, gostei, particularmente, da referência aos “avençados”, pagos para dizerem o que dizem. Quanto a Cotrim, é aquele personagem que nos anda a vender uma ideia velha, de mais de um século, com roupagem de modernidade, com pose de aristocrata. O político Cotrim é bem mais dissimulado e de direita do que o populista Ventura.
J. Carvalho
"...ignorantes, estúpidos e ressabiados..." a sério!? A outra chamou-lhes deploráveis! Eis como a redacção deste blog é, também, responsável pelo crescimento do populismo. Parece que há pouco tempo a "esquerda" estava à beira do precipício e na ânsia de mostrar alguma superioridade moral, deu um passo em frentre
Enviar um comentário