segunda-feira, setembro 01, 2025

Sou seguidora do Padre David Gierlach, confesso

 

Há muitas coisas perversas nas redes sociais e, desde logo, a terminologia. Ser seguidora ou ter seguidores é qualquer coisa que, por si só, me causa aversão. É um conceito que me é adverso. Não sou seguidora de ninguém e agradeço que também me larguem a bainha da saia. Mas, nas redes sociais, é assim que funciona e é o abstruso nome escolhido, portanto, nada a fazer.

Também me faz impressão o hábito de deixar corações. Só em casos raros me lembro disso, geralmente porque aquilo me toca de forma particular. 

E é tudo tão estranho para mim que ainda nem sei que nome dar às coisas. Digo 'aquilo' porque nem sei como nomear. Post? Feed? Reel? No outro dia estava a publicar um dos meus vídeos marados e sem querer escolhi uma opção. Pensava que tinha escolhido feed mas, ao avançar, pareceu-me que era uma reel. Ainda não me dei ao trabalho de perceber as diferenças mas, por via das dúvidas, recuei e avancei como feed. Afinal hoje verifiquei que estão os dois publicados, ao lado um do outro. Dois vídeos iguais. Uma coisa mesmo burra. Claro que poderia ir ver como apagar um deles, porque aquilo assim não tem jeiteira nenhuma. Mas também não me apetece. 

Mas, voltando aos corações, o que acontece é que, por muito que me agrade, o meu gesto habitual é o de passar adiante, ao post seguinte. Não é por desinteresse ou de propósito: é simplesmente porque nem me ocorre parar e assinalar um coração. Identicamente também nunca vou ver se me puseram corações ou comentários. De vez em quando, reparo nisso. Mas é por acaso. Na vida real também não faço as coisas à espera de receber palmadinhas nas costas. Se as pessoas gostam e querem manifestá-lo, tudo bem. Mas se não se manifestarem está tudo bem na mesma. 

Em casos excepcionais, guardo (isto é, marco para guardar) algum post do instagram. Mas guardo apenas porque, como geralmente não sei o nome dos autores, se quiser voltar a ver, se não guardar, já não consigo recuperar. É que aquilo é uma espiral infinita, o mundo inteiro canalizado para aquele interminável, sempre vivo, desfiar de coisas.

Mas isto para dizer que, como o algoritmo mostra infindáveis coisas, sempre que vejo alguma coisa que me parece interessante, marco para seguir. E isto para ver se o algoritmo não se esquece de me mostrar o que essa pessoa for publicando. Com isto já estou a seguir mais de 3.600 pessoas, a maior parte das quais não portuguesa. 

E o que tenho que constatar é que, na realidade, se uma pessoa se focar no que lhe interessa, o algoritmo acaba por perceber os nossos interesses e desencanta matéria que sem dúvida vai de encontro aos nossos gostos. No meu caso, maioritariamente mostra-me temas de política (a larga maioria) -- política do lado democrático --, de arte, de arquitectura, de decoração, de jardinagem, de ciência, de saúde. E, aqui, tenho que reconhecer que acompanho as opiniões ou os ensinamentos de pessoas cuja existência desconhecia, e isso, sem dúvida, é uma tremenda mais valia das redes sociais.

Só vejo o Instagram. Embora a minha filha tenha definido que cada coisa que publico no instagram vai parar ao facebook, a verdade é que nem me lembro disso, e quando, muito esporadicamente, lá vou -- pois tenho a caixa de correio cheia de mails a avisar-me que tenho notificações, pedidos de amizade e mensagens no facebook --, quando lá chego é tal a confusão que geralmente arrepio caminho. O Instagram tem um look and feel mais arejado, mais moderno, mais organizado. O facebook tem um aspecto mais antiquado, e, sobretudo, parece-me uma balbúrdia, não encontro o que procuro, perco-me a meio do caminho.

Mas isto a propósito de um personagem que me apareceu e que me surpreendeu pela positiva. Marquei para seguir pois fiquei a modos que intrigada. E agora, de vez em quando, aparece-me. E vejo de gosto. Um padre interveniente, um padre que fala sem ser por meias palavras, um padre que parece interessar-se, deveras, pelo bem das pessoas. Não fala em nome da Igreja, essa veneranda e imbeliscável insttituição, mas em nome das pessoas. Casca no Trump que não é brinquedo, mas casca de forma serena, civilizada. Gosto de ouvi-lo. Não deixa passar uma. Fr David Gierlach. Seria interessante que, por cá, também tivéssemos padres a desmontarem as alarveiradas do Ventura ou, em geral, as patacoadas dos populistas, escondam-se eles em que partido se esconderem. Mas, se temos, nunca dei por nenhum.

Como não consigo colocar aqui os vídeos do instagram, fui à procura no youtube. Mas não fui bem sucedida: só há uns 3 ou 4 vídeos e não têm nada a ver com o que ele publica no instagram, são vídeos de sermões. Mesmo assim, para que o conheçam (caso ainda nunca tenham ouvido falar dele), partilho aqui um. Mas os que ele coloca no Instagram denunciando as estuporadas decisões e comportamentos do Trump são outra coisa. Se têm possibilidade de ver, aqui está o link para a página dele https://www.instagram.com/davidgierlach/. Creio que também tem conta no Facebook.

Este é apenas para o conhecerem.

Your Weekly sermon: nice or real?


Desejo-vos uma boa semana a começar já por esta segunda-feira

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