sexta-feira, agosto 27, 2021

Pode um simples bouquet...?

 



Mais um daqueles dias com (quase) tudo lá dentro. Preciso desesperadamente de férias. Esta sexta-feira vai ser obra. Queria estar já numa de zero reuniões, reuniões free, mas não consegui. Não me dão tréguas. E mandam-me documentos para aprovar e eu não consigo aprovar o que quer que seja sem ler atentamente. E tem sido com cada um.... Dose. Portanto, há dias em que é praticamente non stop. E isso, nesta altura do campeonato, pesa a dobrar.

Trabalho à parte, a mesa de que eu gostava tanto e que se desconjuntou foi considerada um caso perdido. Mas o tampo é muito bonito e estava bom pelo que o meu marido se lembrou de lhe arranjar uns pés de tipo cavalete que tinha visto no Leroy. Assim, ficamos com a mesa suplementar de que temos falta para refeições de grande ajuntamento. A mesa nova creio que não acomodará mais do que 10 pessoas o que é curto. Além do mais, em tempos covid, não é de bom tom estarmos todos de boca aberta, sem máscara e colados uns aos outros. Portanto, a solução do tampo e dos cavaletes que se fecham e arrumam é uma boa. 

Aproveitei para trazer do Leroy uma latinha de dourado. Acho que alguns dos móveis pintados vão ficar uma belezura com um filet em dourado.

Ao lado do aparador, a minha filha fez uma mistura de mesas e de cores e numa jarra que está sobre o dito aparador, achou que ficaria bem umas flores no tom. Então, já que tínhamos que ir também comprar uma cafeteira (até a máquina do café se avariou) e uma box para a tdt (que se avariou), resolvi ir num pulo ao Gato Preto. Será escusado dizer que, em pleno Gato Preto, tive que me chatear pois, mal entrei, já ele estava passado. Detesta compras. Detesta. Sempre detestou. Quando eu não estava em teletrabalho, jardinava e passarinhava à vontade sem andar com ele. Agora, trabalhando em casa, aproveitamos os fins de dia para estas incursões em conjunto. Mas nunca correm bem. Ver flores no Gato Preto é porem-no a andar descalço sobre brasas: só quer correr dali para fora. Tive que lhe dizer, com maus modos, que parasse de me perseguir, loja fora, a dizer que não estava para aquilo. Ficou ainda mais bravo. A empregada vinha perguntar se precisávamos de alguma coisa mas deve ter percebido que havia raios e coriscos entre nós e arrepiou caminho. 

Portanto, lá escolhi apressadamente um little bouquet e lá nos viemos embora. Mas deve ter percebido que exagerou na birra pois no parque de estacionamento já vinha todo simpático a perguntar se não seria melhor irmos comprar comida para não ser preciso cozinhar quando chegássemos a casa. 

Felizmente a minha mãe não estava connosco senão punha-se logo do lado dele. Habituada a que o meu pai pusesse e dispusesse, condicionando-a nas suas vontades, faz-lhe muita impressão que o meu marido se mostre abertamente contrariado por fazer algumas coisas e que eu não acate cegamente a vontade dele. Eu digo que ele tem bom remédio: não vir comigo. Mas ele acha que eu sou despistada, me perco ou me distraio a ver isto e aquilo e nunca mais apareço em casa e, portanto, contrariado, vem. Mas vem mais numa de me controlar e obrigar a despachar. E isso irrita-me. Em contrapartida, há vantagens. 

Como estamos numa de, in heaven, tornar o ambiente mais claro, as carpetes da sala da lareira, que eram de tons mais intensos (Arraiolos feitos por mim respeitando as cores originais), foram para a zona mais antiga da casa e, para ali, a sala estava precisada de umas mais suaves. Portanto, hoje, a seguir aos pequenos electrodomésticos e às florzinhas fomos comprar uma carpete. Ou seja, um rolo bem gigante e bem pesadão. Poderia ter encomendado online? Poderia. Mas não seria a mesma coisa. Escolher um tapetão é daquelas que só mesmo ao vivo. E é também daquelas que eu não teria conseguido trazer sozinha.

Portanto, a ver se ele não se enfurecia mais e me dizia que carregasse eu com a carpete, calei-me caladinha. A vida de casada, quando a gente se gosta e se conhece, tem disto: um jogo de equilíbrios em que o deve e haver se misturam, se confundem, perdem o sentido. E, além disso, as pequenas quezílias evaporam-se instantaneamente (pelo menos connosco, é o que acontece).

Quando chegámos a casa, perto das nove da noite, fui ainda fazer uma proeza: pintar as raízes com tinta comprada no Lidl. Já o contei: na linha lateral de contorno do rosto, entre as orelhas e as laterias da testa, tenho já alguns cabelos brancos. Aliás, em meu entender, bastantes. Se usar o cabelo caído, mal se vêem. Mas, se o apanhar como gosto de fazer no verão, vêem-se bem. Também podiam ficar assim mas parece que não gosto ou, pelo menos, ainda não me habituei a gostar. Segui todas as instruções. Vinte minutos nas raízes e depois dez no resto para não ficar um contraste grande. Agora ainda o tenho um pouco húmido mas parece que ficou bom. Creio que até está igual à cor original. A ver se amanhã, sequinho e ao sol, está como deve ser. Acredito que sim. Jantei ao lado do meu marido e ele não disse nada. Acho que nem reparou. Ora isso significa que nada a reportar, que é o que importa.

Pelo caminho, encomendámos comida num restaurante e pouco depois estávamos lá a buscar a encomenda. Rolinhos de porco no forno com champignons, batatas em mil folhas, trufas e mais não sei o quê. Bons.... de comer e chorar por mais. Souberam-nos que nem ginjas boas, boas. Também... com a fome com que estávamos...

Com tudo isto, cheguei aqui e, como sempre, não apenas me constatei sem assunto como, para mal dos meus pecados, foi logo tiro e queda. Portanto, vou mas é pregar para outra freguesia que aqui, por hoje, parece que isto já deu o que tinha a dar. Sorry.

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Fotografias (lindas) da autoria de Nick Knight enquanto Roo Panes interpreta Childhood

PS: Se o que escrevi estiver pejadinho de gralhas, peço o favor de que relevem. Ou me corrijam, Please.

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Desejo-vos uma bela sexta-feira. 

E, se não for pedir demais à suprema entidade reguladora, desejo que todo o fim-de-semana e toda a próxima semana sejam bons a valer para todos quantos estiverem a ter a paciência de aí estar, desse lado, a fazer-me companhia.

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