Agora ainda nem no inverno estamos. E já ultrapassámos o dia mais alto da 1ª onda. Não está a correr bem. Claro que já sabemos mais do que sabíamos em Março, claro que já há máscaras e desinfectante por todo o lado, já há algumas terapias testadas e, sobretudo, já há muito mais ventiladores do que havia na altura.
Mas.
Mas ainda há gente que diz que anda sempre de máscara e a usa abaixo do nariz, ainda há muita gente que anda sem máscara dentro de escritórios em que não há ventilação natural, ainda há muita gente que acredita que, só porque conhece os outros, está livre de perigo e se junta, sem máscara ou distanciamento, em espaços fechados. Ainda há muitas empresas que não perceberam que é mais seguro para o seu próprio funcionamento (e sobrevivência) se os trabalhadores que podem estar em teletrabalho o estejam. Ainda há empresas que não perceberam que as reuniões, a menos que tenham inegavelmente que ser presenciais, devem ser sempre remotas. Ainda não há regras claras para que as condutas de ventilação sejam regularmente desinfectadas, para que o ar não recircule mas, sim, receba ar novo. Ainda não há campanhas públicas permanentes e objectivas a assinalar os bons comportamentos e os que devem ser corrigidos. Tem que haver todos os dias, em todos os órgãos de comunicação social, de hora a hora, mensagens claras e de carácter mandatório.
Concordo que o confinamento total não é indispensável nem recomendável mas tem que se agir mais incisivamente do que até aqui.
É certo que tem que haver responsabilidade individual. Mas há lá coisa mais falível do que isso? Cada um interpreta-a como quer, como lhe convém, como a sua inteligência alcança. Portanto responsabilidade individual sim mas com regras -- para pessoas e para empresas e instituições e organizações de qualquer tipo --, com controlo, com ampla divulgação de boas práticas.
Caso contrário, temo bem que estejamos perante um desastre anunciado.
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Mas, enfim, para aligeirar a prosa, que venha mais um naco de paródia: Trump, who else?
Ver para crer.
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