segunda-feira, agosto 03, 2020

O que dizem os VoteVets


É certo que não voto lá e embora, em média, 19% dos meus Leitores acedam a este blog a partir dos States, sei que a minha influência política é nula. Mas tanto se me dá. As minhas entranhas revolvem-se sempre que uma cavalgadura está em posição de fazer mal aos outros, em especial quando o faz a indefesos, quando o faz a quem não lhe fez mal nenhum, quando o faz deixando profundas marcas. Já aconteceu com Passos Coelho e a sua desgraçada entourage que durante anos me tirou do sério por fazer burrices atrás de burrices, cavando ainda mais fundo o fosso da crise, já aconteceu com Cavaco, essa fétida e ressabiada criatura que, depois de ter passado o país a patacos quando foi primeiro-ministro, exerceu política de forma mesquinha e vingativa quando foi Presidente da República, já aconteceu com Carlos Costa, esse perfeito nulo que, impavidamente, deixou que o sistema financeiro abrisse brechas insanáveis e que um incompetente como Passos Coelho cavasse um buraco ainda mais fundo ao acabar com o BES em vez de o nacionalizar. Mas também já me aconteceu com Steve Bannon, essa cobra venenosa que espalha ranço por onde passa e que faz de tudo para acabar com a democracia, seja onde for. Tal como falava desse outro palhaço repuxado que dava pelo nome de Berlusconi ou, mais recentemente, desse populista descarado e e perigoso que dá pelo nome de Matteo Salvini. Quando a pele me fica com brotoeja perante uma qualquer besta quadrada ou quando farejo bicho traiçoeiro e perigoso, toda eu me eriço, rosno e só não mordo porque estou longe deles.

Posso, pois, ter a noção de que as minhas investidas são de eficácia nula mas, ainda assim, não me inibo. De facto, é mais forte que eu. É como quando tinha a minha boxer, essa meiga cãzinha que adoçou a nossa existência, e que, mal farejava gato ou cavalo, virava fera, toda ela se eriçava, se transfigurava, perdia a tramontana e só não os estraçalhava se não pudesse. Assim, eu. Se, ao vivo, estou perante alguma alimária do género, ainda que de efeitos mais inofensivos por actuar em escala mais reduzida, eu não consigo conter-me. Sei, no mais íntimo de mim, que de criaturas assim nunca vem nada de bom e que, portanto, delas só devemos querer uma coisa: distância. E, antes que façam mais mal, eu, de forma sobretudo involuntária, quase animal, reajo, tento afastá-los, tento que se afastem, tento evitar que façam pior. É que, ainda por cima, animais deste calibre aparecem geralmente como simpáticos, quiçá até inseguros, tadinhos, uns incompreendidos, uns injustiçados, quiçá até a precisarem de colo. E, portanto, há sempre quem caia na sua esparrela, quem os apoie, quem os defenda contra tudo e contra todos. Sempre assim foi. Não há animais destes que não tenham a sua corte, o seu club de fãs, os que votam neles, os que os seguem. Os mais pobres e indefesos em França tratam Marine le Pen como se ela fosse uma mãezinha protectora. Os mais cruéis ditadores tiveram amantes, devotos, fiéis seguidores. Uma lástima.

Depois de ontem aqui ter falado no Luto na América, hoje partilho outro vídeo, desta vez divulgado pela organização VoteVets e que também tem como móbil o conseguir que Trump leve uma corrida em osso. E eu vou acender uma velinha para que todos os que querem isso tenham sorte.
VoteVets.org is the only political advocacy organization headed by veterans of the wars in Iraq and Afghanistan, to benefit other veterans of those wars in their campaigns for public office.  VoteVets.org also hold public officials accountable for the words they say and actions they take that adversely affect troops and veterans.

VoteVets - Morning Joe airs 'Enemy'



2 comentários:

Anónimo disse...

Aqui dos States, é um gosto lê-la, como sempre

Um Jeito Manso disse...

Olá! Bom saber isso. Não há mar a nos separar, certo?

Dias felizes e boa sorte por aí. E saúde!