Depois do almoço de que falo no post abaixo (que acabou perto das 16 horas - porque fomos tardíssimo) e do passeio pela zona do Príncipe Real (post ainda mais abaixo), o destino era o inadiável. Parece impossível que sendo uma ida obrigatória a tivéssemos deixado para o último dia. Não está nos nossos hábitos deixar as coisas para a última mas tantos são sempre os programas que preenchem cada fim de semana que deu nisto.
Ou seja, apesar do calor que estava e apesar do corpo andar a pedir descanso, sendo este domingo o último dia da exposição Génesis de Sebastião Salgado, não houve como não ir.
Lá fomos e, claro, a fila dava a volta ao edifício. Contudo, desistir estava fora de questão.
Somos grandes admiradores da obra de Sebastião Salgado. Tenho-o aqui ao meu lado, sorrindo, olhar franco, sorriso puro. Está na capa do livro Da Minha Terra à Terra que, no Um Jeito Manso, já referi. Não fora o adiantado da hora e a quantidade de fotografias que quero mostrar, falaria um pouco da vida deste economista, funcionário do Banco Mundial, que resolveu abandonar essa promissora carreira profissional para ir atrás do seu destino.
O livro autobiográfico impressionou-me muito e fiquei a gostar ainda mais dele. Sebastião Salgado, apoiado pela sua mulher Lélia Salgado (sem a qual talvez ele não tivesse caminhado da forma livre como caminhou), é uma figura ímpar no mundo. Homem de paixões e de causas, ele capta o mundo no que ele tem de melhor e pior e fá-lo sempre com o coração aberto e com um olhar absolutamente límpido.
A fotografia não é um activismo, não é uma profissão. É a minha vida. Adoro a fotografia, adoro fotografar, estar com a câmara na mão, fazer o meu enquadramento, brincar com a luz. Adoro conviver com as pessoas, observar as comunidades, e agora, os animais, as árvores, as pedras. A minha fotografia é tudo isto, e não posso dizer que são decisões racionais que me levam a olhar para isto ou aquilo. É algo que vem de dentro de mim. O desejo constante de fotografar leva-me a voltar a partir. A descobrir outros lugares. Procurar outras imagens. Tirar sempre novas fotografias.
[Assim termina o livro que aqui tenho ao meu lado da autoria de Sebastião Salgado]
Não sabia bem se havia de aqui colocar apenas duas ou três fotografias ou mais. Claro que, imoderada como sou, vou colocar uma porção delas. Penso nos meus leitores que não viram a exposição: as imagens são tão de um outro mundo, um mundo longínquo, não conspurcado pela civilização, que acho que devem ser vistas pelo maior número possível de pessoas. Depois foi minha opção deixar que algumas mostrassem o reflexo da sala, de certa forma poluindo as próprias fotografias. É uma opção que certamente não será consensual mas foi a que me apeteceu fazer: a obra misturada com quem a vê.
E, portanto, sem mais palavras e ao som de On Earth as it is in Heaven (Ennio Morricone), eis algumas das fotografias de Sebastião Salgado da série Génesis.
Para melhor conhecer a obra de Sebastião Salgado, entrem, por favor, em Amazonas Images
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Permitam que relembre que, a seguir, há mais dois posts que são duas sugestões.
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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma boa semana a começar já por esta segunda-feira.
Dias felizes e cheios de saúde e alegria.
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