Depois de muitas cenas e de muitas dietas, e, acredito, depois de muitos maus bocados, eis que Monica Lewinsky, a ex-estagiária de 22 anos com quem o Presidente cometeu, em tempos, actos inapropriados - dos quais ela e a sua zelosa mamã ciosamente guardaram as provas num célebre vestido azul - regressou à ribalta.
E não fez por menos: o trombone onde desta vez pôs a boca, não desfazendo, foi logo a Vanity Fair.
Vergonha e arrependimento, confessa Lewinsky. Que foi um mau passo, sim senhor, que foi um acto mutuamente consentido, sim senhor, que a seguir passou as passas do Algarve, sim senhor, que a outra, a cornuda militante Hillary, é uma chata narcisista e mais não sei o quê.
Pose de não sei bem o quê, entre adolescente virginal e tardia e sonhadora endiabrada, pezinho nu, semideitada num sofá bem bonito, eis a agora balzaquiana Monica a atentar de novo o juízo à potencial candidata Hillary.
Por qué no te callas? deve a família Clinton pensar, com esta inesperada reaparição.
Mas, vá lá, diz que está na altura de deitar fogo ao vestido e à boina. Menos mal. Antes isso do que tirar uma selfie com essa bela indumentária e leiloar no facebook. Contudo, se a fogueira for literal, é bem capaz de chamar os repórteres para fixarem o grande momento. Mas talvez a intenção não passe de uma abstracção literária, que a coisa ainda pode vir a render uns cobres no futuro pelo que, pelo sim, pelo não, o vestido inseminado pode ficar mais uns tempos na arca frigorífica.
O que eu tenho a dizer a isto tudo é que lamento que, por cá não tenhamos cegadas destas. Até o frangote do Hollande consegue proezas do género. Porque será que, por cá, não temos o Passos Coelho ou o Cavaco metido numa cena macaca à maneira, com uma gordinha qualquer a aparecer com o vestido manchado, a mãe a fazer uma peicheirada, entrevistas à Maria a descrever ao pormenor todos os actos, vídeos no youtube como, em tempos, as cassettes do Taveira? Sim, porque será?
Monica Lewinsky pens Vanity Fair article about Bill Clinton affair
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