quarta-feira, novembro 12, 2025

Ver ao longe, planear, executar

 

Penso que ninguém suspeitará que tenho simpatias pelo regime comunista chinês. Não tenho, de todo. Aquelas reuniões unanimistas do partido, aquelas demonstrações sincronizadas de nacionalismo, aquele controlo das liberdades, aquele dirigismo impositivo em que parece que não há quem ouse pisar o risco -- tudo aquilo me causa uma repulsa que não tem solução.

Contudo, há um lado extraordinário na forma estratégica, planeada e focada como a China avança. Estará nos seus genes, estará na sua matriz cultural, estará cravado na sua pele tantos os anos de ditadura. Talvez. Mas temos que reconhecer que o desenvolvimento daquele imenso país é extraordinário. E falo em desenvolvimento económico, em desenvolvimento científico, tecnológico, social. O que era a China há umas décadas e o que é hoje... Só um centralismo poderoso e muito estável o conseguiria. Mas poderia havê-lo e terem ido numa outra direcção. E a verdade é que têm ido no sentido do progresso. E isso é inquestionável. Em quase todos os sectores da economia é a China que vai na frente. E mesmo a nível ambiental, onde há tempos, não estavam nem aí, agora se veem avanços assinaláveis. 

E têm atirado lanças um puco por todo o lado, e sempre de forma coerente, articulado, sustentado.

E não vale a pena colocarmos o nosso arzinho superior, focando-nos só no lado negativo das coisas. Claro que há um lado negativo. Aliás, muitos. Só que, se estivermos sempre a pensar que somos os maiores, só conseguimos aquilo que se vê, sempre a ficar para trás.

Os vídeos que aqui partilho são apenas exemplos numa área muito concreto. E, sobre o mesmo assunto, mostro dois vídeos para que se veja que não há unanimidade nas opiniões. Contudo, o que se vê, perante os escolhos que vão surgindo ou perante os possíveis riscos, novas soluções vão sendo estudadas e levadas à prática.

Compare-se a ambição destes projectos com a chachada que é a gestão da coisa pública em Portugal em que o governo nem consegue arranjar uma solução para as mulheres não parirem nas ambulâncias ou nos passeios, em que se compram helicópteros para a emergência médica que não conseguem pousar nos hospitais, em que se chega a esta altura do ano com 100.000 alunos ainda com pelo menos um professor em falta.

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Como a China está a transformar o seu maior deserto em novas fontes de vida

Outrora conhecido como o "Mar da Morte", o Deserto de Taklimakan é agora o centro de um dos projetos de restauro de terras mais ambiciosos do mundo.

Estendendo-se por 337.000 quilómetros quadrados na Região Autónoma Uigur de Xinjiang, na China, o Taklimakan é o segundo maior deserto de areia movediça do planeta. Durante décadas, as suas dunas expandiram-se implacavelmente, engolindo estradas, aldeias e terras agrícolas.

Mas hoje, essa história está a mudar.

Neste vídeo, levamos-te até à beira do deserto para veres como a China está a reagir – não apenas detendo as areias, mas transformando-as em novas fontes de vida e rendimento.

Como a China está a transformar o Mar da Morte numa floresta verde!

O Deserto de Taklamakan — conhecido como o “Mar da Morte” — é uma das paisagens mais inóspitas da Terra. No entanto, num esforço ambiental inovador, a China cercou-o com um enorme cinturão verde de 3.046 quilómetros, parte da maior floresta artificial do mundo. Este projecto, que dura há décadas, visa travar a desertificação, proteger milhões de pessoas e garantir infra-estruturas vitais em Xinjiang.

Neste documentário, exploramos o funcionamento da Grande Muralha Verde da China: desde arbustos resistentes à seca e florestas de choupos gigantescas, a sistemas de irrigação movidos a energia solar e barreiras de engenharia que contêm as dunas movediças. Examinaremos também os desafios — escassez de água, taxas de sobrevivência das plantas e equilíbrio ecológico — que poderão determinar o futuro desta audaciosa experiência.

Será esta a vitória definitiva contra o deserto, ou apenas um oásis temporário num mar de areia?

A Grande Muralha Solar da China: Transformar o deserto numa potência verde

Através do vasto Deserto de Kubuqi, na Mongólia Interior, norte da China, uma "Grande Muralha Solar" de 400 quilómetros, composta por painéis fotovoltaicos, está a transformar esta terra árida num símbolo do compromisso da China com o desenvolvimento das energias renováveis. Além de produzir energia limpa, protege o Rio Amarelo da areia do deserto, salvaguardando as comunidades locais e possibilitando uma agricultura verde e sustentável.
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Desejo-vos um dia feliz

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