Ao fim de pouco tempo, havia uma corte de colegas, jovens mulheres, que não o largavam. Quando nos aproximávamos da copa e ouvíamos aquelas risadas de quem quer seduzir estando já seduzido, já sabíamos que lá estaria ele e as suas admiradoras. Havia um outro que trabalhava no mesmo sector que ele e que geralmente o acompanhava. Igualmente bem disposto, era, contudo, apenas o contraponto ou a sombra do outro. Pouca atenção elas lhe dedicavam nem ele tentava desviar-lhes a atenção do primeiro. Via-se que também admirava o colega. Jogavam futebol fora dali. De vez em quando, depois de almoço apareciam todos corados, cabelo ainda molhado pelo duche que tomavam lá mesmo. Até que esse mais bonito e mais alegre começou a aproximar-se mais da mais bela das jovens, por acaso casada. Aos poucos, percebíamos que se desfasavam dos outros, saíam juntos para almoçar, chegavam mais tarde, saíam juntos ao fim do dia. Algum tempo depois era o colega que também andava caído de amores por uma outra, ao que se sabia também ela já com namorado, estando até já a organizar o casamento.
Depois começámos a perceber a tensão que, aos poucos, se ia instalando entre eles. O primeiro a sair da empresa foi o mais apagado. Dizia-se que não tinha suportado que a colega não tivesse rompido com o namorado. A jovem andou triste, saía mais cedo, tinha perdido a alegria. Algum tempo depois casou e foi de lua de mel para a Tailândia.
Dele nunca mais se soube, pelo menos eu nunca mais soube.
Cada vez mais próximos estavam a jovem casada com o seu belo apaixonado. Comentava-se: situação complicada, são os dois tão bonitos, fazem um casal tão bonito, parecem feitos um para o outro, qualquer dia ela deixa o marido.
Qualquer coisa entre eles foi ficando cada vez mais frágil. Até que, algum tempo depois, foi a vez dele apresentar a demissão. Toda a gente lamentou: uma perda para a empresa. Mas toda a gente compreendeu.
Despediu-se de cada pessoa, quase parecia animado, disse que ia partir para outra, mudar de ares. Sendo um surfista convicto e de família com sobejas posses, pensei que ia fazer uma pausa, curtir o mar. Foi de gabinete em gabinete, de mesa em mesa no open space. Abraçou e beijou toda a gente, excepto a ela. Não se soube se não tinham suportado a ideia da despedida ou se a despedida aconteceu em privado. Quando veio ao meu gabinete, perguntei-lhe para onde ia. Para o Dubai, disse. Fiquei muito admirada. Riu-se: Vou gozar a vida. Vou ser rico. Ironia. Rico já ele era e não era pouco.
No outro dia, ao comentar que precisava de alguém na área de Desenvolvimento, alguém que visse ao longe mas, ao mesmo tempo, tivesse os pés na terra, a pessoa com quem eu falava, perguntou-me: 'Alguém como?'. Como ele também trabalhava nessa empresa nessa altura, disse o nome do belo moreno. Pelo nome, não se lembrava. Disse-lhe: 'Aquele destruidor de corações que foi para o Dubai'. Lembrou-se logo. 'Ah sim... Que será feito dele?'. Contei-lhe da italiana, da filha, da empresa. Ficou muito admirado. 'Pessoas como ele não costumam deixar-se agarrar'.
Não sei. Não sei se se deixou agarrar. Mas a verdade é que pouco sabemos dos outros.
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A vida no Dubai. O refúgio dos muito ricos. As casas inimaginárias. Os carros de luxo.
Dubai's world islands private mansion tour
This $24 million dollar mansion has a real snow ❄️️ room... in the middle of the desert!!! 😲 We took a trip out by boat to the island known as Sweden, to see how people will be living out on the World Islands. (...) Everything on this island is self sustaining. This is one of the requirements to build on these islands.
Asking women supercar drivers what they do for a living
I meet up with Supercar owners to ask them what they do to be able to afford these cars. The difference here is, all these supercar owners are women. They're all a part of the Arabian Gazelles, the first all female supercar club in Dubai. So interesting to hear how diverse everyone's jobs are.
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