Dia muito cansativo. Muito bom, encerrando mil promessas, repleto de surpresas (algumas menos boas e que introduzem compassos de espera e despesas não esperadas; mas outras boas), cheio de momentos daqueles em que a gente vê tanto por fazer que olha em volta sem saber por onde começar. Tantas coisas a acontecerem na minha vida, tantas que se atropelam. Sou eu, bem sei, sou eu que as procuro. No carro, a minha mãe dizia: descansa, para quê tudo ao mesmo tempo? Depois, como eu estivesse cansada demais para ripostar, acrescentou: mas sempre foste assim, incapaz de esperar, incapaz de parar. Penso que apenas devo ter suspirado. Ela acrescentou: sais ao teu pai, também sempre assim. É. Uma urgência. Penso: o meu filho é igual. A minha filha é diferente, nestas coisas talvez saia mais ao pai, parece que prefere dar tempo ao tempo.
Com tanta azáfama, parte fora de casa, chegámos às dez. Ainda fomos tomar banho. Havia um resto de comida e foi o que comemos. Juntei uma salada. Depois sentei-me aqui e voltei a entregar-me ao que me tem ocupado.
O vento de mudança que sopra sobre mim não me dá descanso. Penso, equaciono, ajusto, projecto, avalio, penso, faço contas, faço desenhos. Agora quase são duas da manhã e, neste programa de festas em que me vou inserindo, tenho que me levantar daqui a nada. O dia promete. Continuo a trabalhar e tento encaixar tudo sem prejuízo de nada, um permanente exercício de equilíbrio ao qual vou acrescentando mais e mais variáveis. De facto, sinto que um dia terei que abrandar. Penso que já faltou mais para ter uns dias de férias e essa perspectiva faz com que sinta que é só um pouco mais de esforço.
Mas estou contente. O vendaval que, desde há alguns tempos, sobra sobre mim está a levar-me para onde quero ser levada e, a cada passo que dou, eu vejo-me a caminhar na direcção certa. E isso dá-me um sentimento bom de justiça e, ao mesmo tempo, agradecimento pela sorte que tenho tido.
E vejo-me também a caminhar dentro de um dos meus sonhos: é um sonho recorrente, bom, do qual não gosto de acordar. E hoje, de tarde, vi-me dentro dele.
No mundo, não sei o que aconteceu durante o dia. Aliás, sei que houve uma explosão em Beirute. Às vezes as cidades correm perigos que desconhecem. Às vezes as circunstâncias levam a que situações de alto risco estejam na mão de quem não sabe avaliar o risco que ali está. Deveria haver um departamento estatal que monitorizasse as medidas de segurança das instalações de alto risco. Isto em todo o mundo. Mesmo cá. Mas, tirando isso do acidente, estou a zero.
Tenho comentários e, sobretudo, mails a que deveria responder. Mas não consigo. O dia esticou-se para além da conta, invadiu a noite.
Partilho apenas um vídeo porque, de entre os recomendados pelo meu amigo algoritmo, essa bicha maluca que gosta de me fazer agrados, este despertou a minha atenção.
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A pintura é de Ogbami Alenosi e não me perguntem porque me fui lembrar da Lara
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E eu desejo-vos um dia feliz.
Saúde e bom ânimo, minha gente.
1 comentário:
Minha Linda, se o sonho é bom, não é só para caminhar dentro dele, é para o viver com alegria, de sorriso aberto e coração agradecido.
Que o vendaval se transforme em brisa até "onde quer ser levada". E que continue contente pelo esforço e pelo sentimento de justiça. E por ser assim, uma Mulher com M grande. Porque o merece, tenho a certeza.
Um abraço carinhoso e tudo de bom.
E um bem haja da Maripa, a quem deixa, sempre, palavras tão bonitas
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