sábado, março 07, 2020

É simples: não toque na sua cara


Nas empresas sopesa-se o risco de alarme ou pânico pois ninguém quer que as pessoas desamparem a loja e, cheias de medo, se auto-isolem e quem vier a seguir que feche a porta e, ao mesmo tempo, o risco de contágio.

Tenta-se que se sigam os novos protocolos de cumprimentos, evitando o contacto físico, tenta-se que se lavem ou desinfectem as mãos o mais frequentemente possível, tenta-se não estar perto de quem esteja com tosse ou com espirros.

Mas, claro, nada disto, por vezes, é possível.

Por exemplo, se a gente não conhece uma pessoa e ela, ao ser-nos apresentada, vem direito a nós de mão estendida, não há outro remédio senão apertá-la. Se for colega, dizemos que dê um toque cotovelo-cotovelo mas, se não a conhecemos, há um mínimo de pudor que não nos deixa ficar a pessoa de mão no ar. E se, por exemplo, se a pessoa, durante a reunião, tosse e, educadamente, tosse para a mão, nós, que acabámos de conhecê-la, não vamos perguntar-lhe se ainda não aprendeu que se tosse para o braço. E se, no fim, vem direitinho a nós, com a mão infectada estendida, o que fazemos: perguntamos-lhe se ainda não aprendeu que, nas actuais circunstâncias, se devem evitar os apertos de mão, muito menos com a mão infestada? Não, né? Acabámos de conhecê-lo, não vamos indispô-lo, destratando-o como se o senhor fosse um mal educado ou um mastronço. Fazemos de conta que não há COVID-19 e a seguir vamos à casa de banho e lavamos bem a mão.

Mas eu, que tenho sido uma acérrima defensora de boas práticas -- e não é só por mim: é também porque não quero ser veículo de propagação --, dou por mim a passar o dedo pelas pálpebras superiores para atenuar o smoky ou a descansar o queixo, apoiando-o sobre a mão ou, pior, com comichão no nariz e, quanto mais penso que não devo coçar, mais comichão sinto e, mal me distraio, já foste, ou seja, já cocei. E quem diz isso diz outros gestos em que só dou por eles depois de os ter feito. Não é fácil. 

Mas, enfim, o que se admite é que a coisa está contida e, portanto, ainda não haverá muita bicheza por aí à solta.

Estava com algum receio de que esta sexta-feira pudessem aparecer uns dez ou doze casos novos levando o total de infectados para cerca de 20. Mas, felizmente, apenas apareceram novos 4 casos. Claro que ainda estamos no início pelo que ainda não há dados suficientes para traçar curvas de tendência. Pode acontecer que um dia destes acordemos com mais vinte, depois mais quarenta ou cinquenta. Mas, até ver, com os escassos dias que levamos disto, não dá para perspectivar nesse sentido. A dizer alguma coisa, o que posso dizer é que dá a ideia que, até ver, a coisa está relativamente controlada e que o contágio só está a acontecer por via quase tête-a-tête. Portanto, vamos esperar que toda a gente tenha os cuidados devidos e não seja inconsciente e irresponsável.


E para os que ainda não perceberam a situação e se armam em leões (e ainda hoje tive uma acesa troca de argumento com um assim), aqui fica uma entrevista com um epidemologista:


Mas, enfim, não é fácil. Basicamente é isto:


Mas é preciso tentar.

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Mais statements do ‘Dude With A Sign’ podem ser vistos aqui.

2 comentários:

lidia disse...

CANSAÇO, TANTO BARULHO PARA NADA, MAS PARA OS GRANDES LABORATÓRIOS MUNDIAIS VENDEREM MILHÕES DE VACINA, PARA UMA DOENÇA QUE SE CHAMA PNEUMONIA DUPLA E QUE ATACA OS MAIS VELHOS, QUE ELES QUEREM CONSERVAR PARA O MAIOR NEGOCIO DO SÉCULO - OS LARES DE IDOSOS E MUITOS DEMENTES, DESDE QUE FECHARAM OS MANICÓMIOS. cumprimentos..

Anónimo disse...

Eh pá, mas os idosos, se o tal Corona lá vai visitá~los, arrasa com o negócio dos Lares! Não percebo!
Chicão (que nada tem aver com o porcalhão político do CDS)