Depois das palavras da JV e do Paulo, dois millennials extraordinaires e de quem muito gosto, não quero alongar-me muito pois, tendo-os colocado aqui no palco, não quero que as luzes se desviem deles.
Por isso, num breve registo, tenho a informar que o carro, ontem à noite, me alertou para que um pneu estava com pouca pressão. Tendo o meu marido posto mais ar, voltou a assinalar o mesmo. Com receio que fosse um furo, fomos a uma oficina de pneus. Enquanto o marido tentava estacionar, fui falar com um funcionário. Perante a descrição, confirmou: é um furo. Quando chegou a nossa vez, apalpou-o, mirou-o e remirou-o (refiro-me,obviamente, ao pneu). Depois levantou um bocado o carro, observou-o mais atentamente, depois tirou-o, inspeccionou-o, aplicou-lhe um líquido, pô-lo de molho numa tina... e nada, não descobriu furo nenhum. Presume-se, pois, que o sensor é que se avariou. Está bonito, isto. Quanto mais sofisticados os carros, mais fricotes têm, tornam-se hipocondríacos e tudo.
Tenho também a informar que lá estava um dos concorrentes do Casados de Fresco. Estava sozinho, discreto, homem normalíssimo. Olhei, observei e inspeccionei-o e não detectei nele sinal de nenhuma das parvoíces que lá fez nem sinal que fosse maluco a ponto de participar em tal programa. Só me faltou pô-lo na tina a ver se, debaixo de água, deitava bolhinhas. Mas presumo que o problema tenha estado, também, nalgum neurónio avariado.
Tenho também a informar que, há bocado, depois de jantar, estando aqui a fazer zapping, quase dei um salto. Impossível. Chamei o meu marido que confirmou. O actor principal da novela, um jovem bonito e até agora desconhecido (para mim), era, nem mais nem menos, o rapaz que ontem estava no boteco, na mesa ao lado da nossa, a comer marisco com uma jovem digamos que carismática. Ele há coisas.
Mais informo que, tendo chegado a casa, in heaven, o meu marido saíu, foi para a sua ocupação preferida, e eu fiquei em casa, e peguei num livro do Ruben A. e pus-me a ler. Depois, passado um bocado, a ver se me dava o sono, liguei a televisão. Estava a dar um filme de adolescentes. E o curioso é que fui ficando, a gostar de ver, sentindo-me pouco normal por estar sem dormir, sem ler, sem sair para passear e fotografar, ali a ver um filme de quando os adolescentes do filme ainda eram adolescentes de verdade. Agora devem andar pelos cinquenta.
E a seguir, quando o filme acabou, peguei na máquina e saí, andando devagar, fotografando. Lá em baixo, ao fundo, andava o meu marido. Fui buscar um serrote e fui cortar ramos até que o céu, cinzento, pesado, muito escuro, foi baixando, baixando, até que rebentou, E umas pingas grossas começaram a cair. Ele chamou-me e foi andando e eu fiz que não ouvi e fui ficando. E a chuva veio com força e eu fiquei molhada e da terra veio aquele cheiro morno a mulher fértil e eu ali, maravilhada, abrigada debaixo das árvores e os pássaros a cantaram ainda com maior alegria.
Voltei quando o ouvi a chamar por mim. Já eram quase oito da noite mas ainda não era bem de noite. Vinha feliz da vida, sentindo que nada melhor do que respirar o ar límpido, húmido e perfumado que habita este heaven onde o tempo passa devagar, onde os anjos esvoaçam devagar. E é isso que, assim, muito brevemente, tenho para vos contar.
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E queiram, por favor, descer para lerem as boas palavras da JV e do Paulo.
Ah, e também para verem a fotografia que a JV entretanto me enviou que mostra a fantástica floresta onde gosta de se perder.
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A todos, desejo um belo dia de domingo.
18 comentários:
Os carros modernos não me inspiram confiança...
As fotos estão lindas. O lírio está espectacular.
Beijinhos e um bom domingo:))
Os carros modernos não me inspiram confiança...
Ehehehehehehe!!
O meu avô em 1920 dizia o mesmo...
:),:),:)
Mas eu sou de 1900 e pouco!
Caramba !
Tem 119 anos e não dizia nada à gente?
Ah!Ah!Ah! Para máquinas e novas tecnologias é mais ou menos isso!
Oh Anónimo, conte lá à gente: e V. é pessoa para que idade? Millennial, Baby Boomer, Visigodo...? What? Conte lá.
E já agora confesse lá: há aí um fraquinho pela Isabel, certo...? Faz bem.
:)
Oh Anónimo, conte lá à gente: e V. é pessoa para que idade?
Se lhe disser a idade não vai acreditar, mas como se respira simpatia aqui neste blog lá vai!
Fiz 17 na semana passada...
Quanto a fraquinhos...?
Devo ser Visigodo.
Ah!Ah!Ah!
Pré-histórico mesmo!
Eu acredito no Anónimo: também descobri este blog com uns 15 ou 16 anos... sob o maravilhoso pseudónimo Cavaquinho Cavaquices! Veja lá, UJM, o tempo a que isso já foi! Quase me "viu" crescer, hã?
Abraço a si e ao seu jovem Leitor.
JV
Ah!Ah!Ah!
Pré-histórico mesmo!
Olhe que não! Olhe que não!
Não me fiz entender. Mas não importa.Até eu já estou baralhada...
Resumindo:eu é que sou a jurássica, que não gosta de carros muito modernos.
Mas mudando de assunto, acho giro que o blogue da UJM tenha leitores tão jovens. Não imaginava. É portanto um blogue para gente dos 8 aos 80!
Beijinhos e boa semana:))
Esta história dos mileniais anda bem caliente.
Nesta semana que passou, teorizações têm tido mais a ver com com a afinação final do texto da minha proposta de doutoramento, portanto é mais empatia nos estudantes de medicina, vinculação, modelo neuroafetivo de Panksepp e condutância galvânica da pele. Mission completed!
Eu muito embora deva ser também milenial (Model Year '87) nessas amálgamas de conceitos sociológicos, reitero e assino em cartório que fui indelevelmente marcado pelo fantástico ano de 1999 - The Year Of Trance.
Quanto a carros e eletrónicas, continuo a preferir as amenidades mais analógicas da minha "machina" dos últimos dias do séc. XX (dez.2000).
JV, que "inveja", só conheço a rica UJM há uns dois ou três anos, vim cá parar através do Câmara Corporativa (ai se o Correio da Manha apanha esta).
Um abraço a tutti.
Olá Anónimo boa onda,
Não sei se é dezassetezinho, se isso é um trocadilho para setenta-e-unzinho. Mas tanto dá. Maneira de ser de jovem não tem idade.
Agora uma coisa lhe digo: cá para mim não é visigodo coisa nenhuma. Cá para mim descende é em linha directa dos moçárabes.
Acertei?
Olá JV!
E eu que não conseguia dirir-me a si com tal nome...? Assim, Jota-Vezinha, está bem melhor.
E o tempo passa mesmo. Qualquer dia estou eu aqui já toda gágá e a dizer ainda mais parvoíces do que já digo e a menina com um cabelo branco a despontar no alto da cabeça enquanto se dirige ao povo pela televisão.
Beijinhos!
Olá Isabel,
Sabe o que é? Uma pessoa ser mal comportada deixa os outros à vontade. Toda a gente pode entrar, espreitar, deixar-se ficar a ver até onde é que isto vai. :)
Dos 8 aos 100 são todos muito bem vindos e eu fico felicíssima por cá estarem. Saiba eu fazer com que se sintam sempre cá bem.
Beijinhos, Isabel.
(Os espanhóis têm um diminutivo giro para Isabel: Chabeli. Gosto imenso.)
Olá Francisco
Sabia-o ainda jovem mas não sabia que tão jovem. Salve!
Ando parva com esta juventude: tão sábios, tão cheios de conhecimentos, tão 'maduros'....!
E todos a doutorarem-se, a ficarem eruditos. Não hei-de eu achar que aprendo sempre convosco...? E esses seus temas de investigação....? "Modelo neuroafetivo de Panksepp e condutância galvânica da pele"... caneco. Isso é obra. Tem que explicar. Já sabe que são temas que me interessam imenso.
E sabe? Li o seu comentário e fiquei a sorrir, toda contente. Que sorte a minha.
Um abraço, Francisco!
Agora foi boa, estava aqui a ouvir umas músicas do Badaró, quando a UJM me pede para explicar.
"Amanhã" "ispilico", então!
Ficou a sorrir, que bom! Sorte a nossa contarmos com toda a sua generosidade.
Um abraço.
Agora uma coisa lhe digo: cá para mim não é visigodo coisa nenhuma. Cá para mim descende é em linha directa dos moçárabes.
Acertei? 😊😊😊!!
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