Um calor abrasador. Ouço que é o pior dia do ano em termos de incêndios. Vi imagens aterradoras na televisão. Continua a desgraça dos fogos postos. Alguma campanha terá que ser feita e algumas medidas deveriam ser postas em prática pois não é possível ter tanto maluco ou criminoso a fazer isto.
Felizmente, por aqui, a realidade foi outra. Dia quente de verão. As praias repletas. Como habitualmente, em dias assim, preferimos a caminhada. Levo a máquina fotográfica e, enquanto respiro a maresia, vou registando. O meu marido chama-me, diz que caminhar não é isto, que devo imprimir ritmo e não parar. Então, vou tirando fotografias enquanto ando mas, claro, tenho que abrandar. Ele aborrece-se: 'Isto assim não é nada'. Corrijo-o: 'É, é o prazer de fazer aquilo de que se gosta'. Encolhe os ombros: 'Não vale a pena...'
Estamos a meio de Outubro e o calor perto da hora de almoço é quase irrespirável. Rente à rebentação há, em alguns sítios, uma certa bruma. De resto, na maior parte do areal e cá mais acima, o ar está seco.
Novos e velhos, gordos e magros, atletas ou balzaquianas, pretos e brancos, louras e morenas, ciclistas e surfistas, tudo aqui coexiste neste espaço franco em que toda a gente parece felizmente despreocupada.
Dir-se-ia que estamos no pino no verão. Não há cheiro a castanhas assadas nem vestígios de Outono. Há o bulício das manhãs de domingo como se em Agosto estivéssemos. Faz impressão isto.
Felizmente parece que esta semana as coisas vão mudar. Já estive a preparar a minha vestimenta para amanhã. Tenho uma reunião bem cedo, não posso estar com experimentações de manhã. Terei que esquecer as minhas várias calcinhas brancas, companhia assídua, no verão. Terei também que esquecer as blusinhas descapotáveis. Tempo de finalmente nos podermos ajustar à estação do ano.
Mas, entretanto, enquanto o amanhã não chega com a temperatura mais baixa, estou a rever as fotografias desta quente manhã de praia.
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Até já.
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