Isto é uma coisa... Ainda o corpo do laparo está morno -- politicamente falando -- e o morto, na verdade, ainda se escaganifa a rir, rebola-se a rir, chora a rir (que estar na Assembleia da República, para ele, é melhor que assistir a um espectáculo do La Féria) e já os candidatos a sucessores se atropelam para chegarem primeiro à linha de partida.
Um, o meu preferido em termos de inspiração, aquele que, certamente me daria muitas horas de gozo blogosférico, já deu em citar a bíblia. Santinho, santinho: que agora não é hora de falar, que é hora de estar de bico calado. Talvez não literalmente isto mas na essência isto. Diz ele que São Eclesiastes, ou melhor, Eclesiastes sem São, diz que ele se deixe estar caladinho que fica melhor na fotografia. Está bem, abelha.
Conta-se que, igual ao outro que andava de terço no bolso, o Rangel anda com citações em post-its pequeninos, às cores, fofinhos. Perguntam-lhe se se candidata e ele sai-se com uma, todo ele prosa, na base toma lá esta e embrulha, sorrisinho entre o vitorioso e o vingativo, como se já tivesse feito o toque rectal a mais um, e à má fila. Um malandreco.
Mas isso é o macaquinho Rangel da língua comprida. Na verdade uma língua que ele, qual Mochi, não controla. Ponham-no com uma câmara de televisão à frente ou numa aula alegadamente universitária de verão e solta-se-lhe a franga e a língua cá de uma maneira...
Mas pronto, agora apareceu o tal Mochi e a concorrência, para o lado dele, vai aquecer.
Mas depois há o outro, aquele que está a aquecer os motores há vinte anos. Agarrem-me se não eu candidato-me... Quem é que está comigo...? Meio mundo...? Não...? Menos...? Pronto, então ainda não avanço... E, pelo meio, anda por aí a bater perna atrás das concelhias e distritais a ver quantas cabeças conta. Lança farpas, agulhas, alfinetes, mas não, nunca disse nada, nunca foi ele.
Não digo que ele não seja isto e aquilo, bom de contas e tal e coiso, digo apenas que é quase como o príncipe Carlos, já na idade da reforma, desde pequenino a preparar-se para ser rei e, coitado, nunca se sabe se é desta, se é para daqui por um ano ou se é é nunca. A vida inteira a aquecer os motores. O combustível que isso gasta. Para nada.
Mas não interessa.
O que sei é que também já apareceu rival à altura. Venenoso, sonso, dissimulado, rasteiro... Um bicho de se lhe tirar o chapéu. O Rio apenas morde as canelas ao Passos e aos seus muchachos. Agora este de aqui falo quase tirou um braço a um. Cuidado com ele.
Mas pronto, tenho uma boa notícia para o Ruizinho: este rival também não matará mais criancinhas na floresta já que lhe deram um tiro bem no meio da testa.
Bem. Se calhar não foi tiro. Apanharam-no. Espetaram-no... e chamaram-lhe um figo. Paparam-no. Dizem que soube bem.
E foi longe daqui. Uma píton gigante. Não sei se a alguns rivais de meia tigela o Rio não vai também papar com uma perna às costas. Ou vice-versa. Que aquela malta ali para se paparem uns aos outros também não se ensaiam nada. Papar mas não no sentido bíblico. Acho. Mas não juro.
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E, se quiserem fazer esse favor, sigam para bingo caso ainda o não tenham feito: desçam para fazerem uma visitinha ao macaquinho da língua comprida.
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