Só para dizer que esta noite estava frio e húmido na praia e que eu, apesar de ter um casaquinho branco no porta-bagagens bem como o meu maravilhoso poncho de crochet em buracos abertos que que me aconselha bastante, talvez numa perspectiva psicológica, não me apeteceu tirá-los de lá. Portanto, fui respirar a maresia da noite completamente estivaleira.
Faço assim: descontraio o corpo e penso que o frio que se lixe e, a partir dessa altura, suporto-o bem. O meu marido, com um blusão com fecho corrido até ao pescoço diz que já não diz nada. Mas diz. Roga-me uma praga: 'Se te constipares, não venhas dizer que não sabes como'. E eu digo que não me constipo e, na verdade, não. Só me constipo quando, em circuito fechado, no escritório, sem janelas que se abram, toda a gente espirra e os vírus passeiam alegremente pelas condutas. Agora o gelo nocturno da beira-mar suporto-o eu bem.
E queria ainda dizer outra coisa. Não gosto de me vestir conservadoristicamente (nem sei se esta big palavra existe mas não quero saber, soa-me bem; é como a mochilda da minha filha quando era pequena; soava-lhe bem apesar de eu lhe dizer que não era mochilda, que era mochila) mas, entre alguma descontração e a loucura, ainda vai alguma distância. Sobretudo, gosto de roupa confortável.
Mas, vendo a saia da fotografia abaixo, fico a pensar que a próxima vez que vá para um encontrozinho com umas certas madamas metidas a marquesas (ou marquesas de facto, tanto dá) e que acham que menos é mais e todo o excesso é coisa do povo, estou capaz de aparecer assim, na base da galerista alternativa ou designer de objectos bizarros.
E, olhando melhor, dou por mim a pensar: na volta ainda bem que nunca atinei com a máquina de costura, senão a ver se não fazia uns modelitos assim como este...
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Já cá volto.
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