Fogo. Que é como quem diz: gaita. Ou bolas. Por vicissitudes várias cá da minha vida, este ano nem pude degustar com saliva na boca o prazer supremo de percorrer os saldos, tentando descobrir maneira de fazer excelentes negócios, comprando por tuta e meia peças de roupa que, a preços normais, custam fortunas.
Olhar para uma etiqueta e ver marcado o preço de 7.49€ euros numa blusinha magnifique constatando que antes custava 39.99€ é alegria suficiente para preencher um dia. Mas não consegui. Só uma ou outra surtida apressada que mal deu para abrir o apetite.
Pois bem. Hoje tendo almoçado numa catedral de consumo e tendo cinco minutos livres, aventurei-me pelos corredores com a fome de uma perdadora (qual apetite...? fome mesmo!), tentando descobrir os restos de saison, salvados, pechinchas que iria poder ostentar como medalhas de louvor ao meu bom olho para o negócio.
Mas qual quê?
A primeira: nada. A segunda: nada. Espreitei, desolada, uma e outra. Nada. Passei à frente. Outra. Nada.
A primeira: nada. A segunda: nada. Espreitei, desolada, uma e outra. Nada. Passei à frente. Outra. Nada.
Finalmente a Zara. Imaginei mesas, cabides, expositores, amontoados, quelque chose desde que tivesse coisas nunca vistas de tão excelentes oportunidades: blusinhas, vestidinhos, sainhas, peças leves para o verão. Nada. Apenas, num canto envergonhado, lá bem ao fundo, umas indigências sem história nem qualquer préstimo. De resto, aquela big, big loja com tudo, tudo, tudo, já pejado de malhas, casacos, gabardinas, camisolões, saias grossas, abafos, protecções.
Uma pessoa ainda nem de férias foi, está a meio de Agosto, e as lojas -- todas! - estão com a temperatura para o frio e carregadinhas de roupa para a chuva e para o frio.
Bem, Saí de lá capaz de meter um dia de férias para fazer uma exploração a ver se impeço a frustração que cresce dentro de mim. Imaginei-me numa expedição tipo carro-vassoura a ver se, de alguma forma, ainda consiguia satisfazer este meu lado irracional. Mas onde? Por ali, por onde passei, tudo roupa para inclemências invernais e nada para os desfrutes estivais.
Portanto, como forma de protesto, aqui deixo uma amostra da fashion outono/inverno, homem/mulher 2016 mas à moda do Um Jeito Manso. Ora escolham a toilette que melhor se vos adapta.
Para um que seja entre o formal e o alternativo, quiçá advogado new wave |
Para uma versátil e descontraída, talvez Bloco de Esquerda linha caviar |
Para uma moderna, prática e elegante |
Para um vaidosão a fazer de conta que não |
Para uma que goste de andar confortável mas que ande sempre triste e com dores de stress nas cervicais |
Para uma executiva e convencida |
Para um designer ou publicitário |
Para uma que seja prática e sem grande graça |
Para um que seja elegante e discreto |
Para uma maldisposta armada em boa (tipo Raquel Varela) |
Para um investigador, informático de tipo nerd ou eterno teenager |
E esta última toilette é para ensimesmados, talvez estudiosos de línguas antigas
[Era para ficar ao pé da mademoiselle coruja mas, naba como sou, não o consegui lá encaixar.
Um linguista caprichoso, este, que exigiu ficar aqui em destaque)
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[Era para ficar ao pé da mademoiselle coruja mas, naba como sou, não o consegui lá encaixar.
Um linguista caprichoso, este, que exigiu ficar aqui em destaque)
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O fotógrafo desta minha sessão de moda é Miguel Vallinas Prieto
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E caso vos apeteça conhecer a minha galeria de cromos (masculinos) que se auto-retrataram, desçam, por favor, até ao post que se segue. E adivinhem qual o meu preferido.
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1 comentário:
Caríssima UJM
Desejo-lhe umas óptimas férias. Tudo de bom
Um abraço
HB
PS: sou um " vaidosão a fazer de conta que não " :)
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