sexta-feira, novembro 22, 2013

Os manifestantes das Polícias invadiram a escadaria da Assembleia da República: estão prestes a ser transpostas as barreiras psicológicas? Foi um aviso? A inércia paralisante começa a dar lugar à revolta? - Enquanto isso, as Esquerdas Unidas pediram a demissão dos incompetentes que tomaram conta do País. (NB: As Esquerdas Unidas com o Tozé de fora, claro, que um pequeno sacristão não se mete em rebaldarias, ora essa...)



A revolta dos polícias - o regime passista a tremer


Quando ontem de manhã cedinho, ao raiar da alba, me desloquei ao meu heaven para instalarem uma central de alarmes ligada a uma empresa de segurança, fui conversando com os dois rapazes que faziam o trabalho. Contavam-me que numa zona industrial, na noite anterior, tinham sido roubadas as tampas metálicas da estrada, todas. E, pensando que eu conhecia bem as localidades do concelho, iam-me contando, sabe da Quinta não-sei-do quê? Entraram e, mesmo com os cães e pessoas lá dentro, roubaram tudo. E na Pedra não-sei-de-que-mais, entraram na outra noite numa moradia, as pessoas estavam no piso de cima e levaram tudo do piso de baixo. A GNR não pode fazer nada, não tem gente nem carros, sabe a gente disso e sabem eles. Não fazemos outra coisa senão andar a acorrer a toda a gente que tem sido assaltada nos últimos dias.

Ouço isto e sei que nada disto é inesperado, mas sinto uma impotência terrível. 

Já de manhã tinha ouvido na TSF que na Judiciária estão em greve às horas extraordinárias para protestarem contra a falta de condições e que já há investigação de crimes entregue a estagiários.


Não lutam apenas pelas suas condições de vida: lutam também pela deficiente segurança que prestam à população. 

E nós devemos apoiá-los.

Mas não é apenas a insegurança que grassa perigosamente. É todo o País que soçobra. Um país paralisado, sem políticas de racionalização e desenvolvimento, um governo que age à margem da lei, entregue a um bando de ignorantes sem princípios, um País em que as Universidades cortam relações com o Governo, em que os professores são tratados como marginais, em que os jovens qualificados o abandonam, um país em que a demografia definha para níveis insustentáveis - isto é o Portugal de hoje agonizando às mãos de Passos Coelho, Paulo Portas e comparsas.

Enquanto isso, para surpresa de todos, o invertebrado Olli Rehn, Comissário Europeu para os Assuntos Económicos, que não tem feito outra coisa que não defender a austeridade cega, apareceu a defender que é altura de pensar no crescimento e no emprego e diz que a Europa já pode “abrandar o ritmo de consolidação”. Nada que faça estremecer o implacável Passos Coelho e os papagaios que o apoiam, nada que os faça vacilar na aprovação do aborto que é o OE 2014 que vai asfixiar ainda mais este pobre Portugal.


Isto no mesmo dia em que se sabe que, hoje, antes da privatização dos CTT, já foi ultrapassado o objectivo fixado pela troika para as privatizações - ou seja, quando ficamos a saber que a injustificável privatização dos CTT e o que mais privatizarem acontecerá por opção política do Governo e não por imposição externa. Inqualificável. Imperdoável.


O tempo passa e não se vê maneira de este pesadelo acabar já que Cavaco Silva parece que está congelado ou a brincar às estátuas. Vê o declínio e a desagregação do País e não age, caraças. Mas pode ser que não seja por muito mais tempo porque um crime destes contra um país não pode continuar impunemente por tempo indeterminado.

Bolas para isto.


PS: Ouvi agora na televisão o Pacheco Pereira a discursar na Aula Magna. Muito bem. Um homem inteiro. Vertical e corajoso. 


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