terça-feira, agosto 27, 2013

Miguel Pais do Amaral, português, conde, rico, e Alicia Koplowitz, espanhola, marquesa, rica, estão de namoro. Um romance luso-ibérico verdadeiramente milionário: dois caçadores muy ilusionados, duas fortunas que se atraem. [E, não resistindo, coisa mesmo de mulher, falo da cara trabalhada de Alicia: muito botox, muito preenchimento e, não tarda, está parecida com a Senhora Dona Lady Betty Grafstein; queria antes referir aquela marquesa espanhola de cento e oitenta anos que dança sevilhanas e que casou com um mais novo que não tem pedalada para tanto salero, mas agora não me estou a lembrar do nome dela]


Este já é o meu terceiro post de hoje - o que é bem capaz de ser uma maçada para vocês. Já fui alertada mais do que uma vez para o facto de que aqui na blogosfera o que é bom são os textos curtos, meia dúzia de linhas, coisa que se possa apreender num relance. Mas não é esse o meu estilo e, por mais que me esforce, nunca lá chegarei. Aliás, deve ser por saber isso que nem me esforço. 

Mas, portanto, dizia eu, este já é o terceiro. Abaixo deste, há um texto com a minha opinião sobre António Borges, o economista que se enganou vezes demais apesar de conservar a fama de expert e, abaixo desse, há um outro sobre as sangrentas tareias literárias entre editores e críticos literários (que, felizmente, pelo menos até aqui, não têm envolvido na refrega os pacientes leitores). 

Mas isso é mais abaixo. Aqui, agora, a conversa é outra. Não gosto de acabar a minha empreitada diária com temas pesados e, por isso, agora é tempo de jet set e conversa fiada.

*

Durante alguns anos usei o cabelo curto, mas mesmo muito curto. Ao contrário do que acontece agora, em que corto o cabelo a mim própria, nessa altura ia ao cabeleireiro. Tendo eu bastante cabelo, cortar a mim própria um cabelo muito curto era manobra arriscada. Uma coisa é ter cabelo comprido, e tal a quantidade que qualquer tesourada mal dada passa despercebida, outra é usar cabelo curto e poder ficar com um penacho em evidência ou uma rapada a meio da nuca.

Nessa altura, eu ia a uma rapariga a quem reconhecia talento e competência. Cortar-me a mim o cabelo era para ela uma festa. Ao contrário da maioria das clientes que aparecem lá com ideias pré-definidas e conservadoras, eu pedia para cortar como lhe parecesse melhor. As minhas especificações limitavam-se a dizer muito, o mais possível, não tanto como da última vez, não me deixe o couro cabeludo à vista, coisas nesta base. Ou seja, dava-lhe liberdade quase total.

Às vezes ela pedia, posso pôr gel nas pontinhas para ficar em pé no alto da cabeça? - Pode, ponha, respondia-lhe eu. Tudo o que ela quisesse, podia fazer. Nessa altura mudava também a cor do cabelo. Percorri várias tonalidades entre o louro muito claro ou o ruivo escaldante - era conforme a disposição dela e minha. Ela deleitava-se: eu era matéria prima para a sua criatividade.

Quando chegava a casa, já ia preparada. Já sabia que, mal cruzasse a porta, a reacção poderia ser traumatizante (se eu fosse de qualidade de me traumatizar): invariavelmente o pessoal dava dois saltos no ar. Ou melhor, a minha filha (conservadora até dizer chega no que ao cabelo diz respeito) dava um grito, estarrecida, o que é isto…!!!????, o meu filho cruzava os braços sobre a barriga, dobrava-se sobre si próprio e desatava-se a rir à gargalhada, voltava a olhar para mim e voltava a desmanchar-se a rir, e o meu marido esboçava um leve sorriso (e eu percebia que ele até que nem desgostava de todo mas que tinha que lhe dar tempo até que se habituasse). Eu via-me ao espelho e achava que umas vezes estava uma autêntica punk, outras estava parecida (no cabelo) com a Jean Seberg.

Vem isto a propósito de que era uma altura em que eu andava ao corrente do que se passava com tudo o que era socialite, não apenas cá pelo burgo mas, sobretudo, por terras de Espanha. A Rosa, que assim se chamava a cabeleireira, tinha sempre lá a ¡Hola! e eu ia acompanhando o que acontecia com a ex do Julio Iglesias, a Isabel Preysler que fazia anúncio a louças de casa de banho e era casada com um banqueiro, ou com a sua filha Chabeli que estava muy ilusionada com um qualquer que vivia nos States, ou com aquela que tinha sido Miss Espanha e era casada com o Thyssen-Bornemisza e que fez um museu (onde, aliás, nunca deixo de ir de cada vez que vou a Madrid) ou com todas aquelas marquesas, apresentadoras de TV, ex-mulheres de toureiros, ou toda essa beautiful people que gira pela sociedade espanhola. 

Lembro-me bem das irmãs Koplowitz, a Esther e a Alicia, uma morena e outra loura, ambas casadas com homens chamados Alberto e que eram primos. 

Esther é a morena; Alicia é a lourinha, bonita, serena.




Ambas puseram os maridos à frente dos negócios da família e eles, depois de anos bem comportados, passaram-lhes a perna, pularam a cerca. Acompanhei esses casinhos. Viram-se aflitas para correrem com eles da vida delas, da vida e dos negócios. Depois lá lhes deram um bolo com uma qualquer cereja em cima (um banco? terá sido? já não me lembro) e a vida continuou.

Deixei crescer o cabelo, ganhei autonomia total a esse nível. Nunca mais soube delas.




Pois bem, qual o meu espanto quando hoje vejo na capa de uma revista, a Flash salvo erro, que o Miguel Pais do Amaral, 4.º Conde de Alferrarede, ex-cunhado de Marcelo Rebelo de Sousa por parte das respectivas mulheres, está de namoro pegado (certamente também muy ilusionado) com a mana loura, a Alicia, 7ª Marquesa da Bellavista. 


Mas o meu espanto não está nisso. Gostam ambos de caça, têm dinheiro a rodos, são livres, maiores e vacinados, nada de mais. O que me espantou mesmo foi a cara dela. Olhei-a e não a reconheci. Pensei: mas haverá outra com o mesmo nome? 




Bisbilhoteira como sou vim aqui à net e vejo que é, de facto, a mesma pessoa. Mas tal como tantas mulheres que querem contrariar a lei da gravidade, encheu-se de silicone e botox e ficou outra. 



As maçãs do rosto vão-se modificando, umas vezes parece estarem mais insufladas e o lábio de cima também, outras vezes parece que esvazia um bocado. Os olhos parecem mais pequenos, meio perdidos entre a testa e as bochechas, e a boca adquiriu aquele ar balofo e desgovernado das bocas às quais fazem muito preenchimento. Ou seja, tal como se costuma dizer, está toda mexida.



Entre a Alicia original e esta agora já não há muitas parecenças.

Talvez o cabelo ainda seja parecido. Gosto do cabelo dela, tem um ar natural.

Mas, de resto, está parecida com todas as apresentadoras de televisão espanholas, italianas ou brasileiras com mais de quarenta e tal anos: um bocado bolachuda (ou melhor, com maçãs do rosto redondas) e boca toda esbeiçada.




Pode ser que ela se ache mais bonita, mais jovem. A mim não me parece. De qualquer forma, para este efeito, a minha opinião não conta para nada. O Príncipe Miguel Pais do Amaral, o corredor de automóveis que tem o toque de Midas, gosta dela assim e para eles isso é o que conta.

E que sejam felizes. Não lhes desejo que tenham muitos meninos porque imagino que já seja tarde para isso mas desejo que as suas fortunas sejam úteis aos seus países. E, já agora, também sugiro à Alicia que não ponha mais botox para não ficar parecida com o José Castelo Branco - a menos que esse seja o objectivo.

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E por aqui me fico. Já sabem: abaixo desta pérola que acabaram de ler há mais dois textos, um muito a sério e outro a meio caminho.

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E, assim sendo, resta-me desejar-vos, meus Caros Leitores, um dia muito feliz!!!


5 comentários:

Pôr do Sol disse...

Não gosto de Miguel Pais do Amaral!
Com os seus titulos e dinheiro compra tudo e até a Justiça.Sei que não é unico, mas é dele que falamos.
Quase tudo nessas vidas é falso, autenticidade só mesmo a conta bancária.

Helena Sacadura Cabral disse...

Ó UJM confesso que levei uma lição que me vai servir para fazer um brilharete...
Veja que ainda estava na primeira mulher do MPA! Só faltava dizer uma barbaridade destas e a malta amiga desfazia-me.
Na minha Rosa, minha cabeleireira, delicio-me com a Hola quando lá vou. É uma lufada de ar fresco nos amores, nas políticas, nas modas e nos modelos. Conseguem dizer tudo sem dizer mal de ninguém. Uma arte que não conseguimos igualar.
Como é que se explica que a Hola não tenha falado disso? Ou já falou e como a Rosa está fechada para férias, eu não vi?!
Só vejo, nas capas, notícias da Judite. Que inquietação!

Helena Sacadura Cabral disse...

UJM, minha cara
Aqui me tem, de novo, a dizer-lhe que já botei figura, no blogue do Embaixador, com o que aqui aprendi. Mas ele não se deu por achado... e admito que vá, por sua vez, aprimorar-se na novela luso-hispânica.
Daqui a dias seremos nós que estaremos a aprender novas do casal. Na Sic vou tentar saber mais e depois conto!

Um Jeito Manso disse...

Olá Helena,

Fui ao google fazer uma pesquisa e os nuestros hermanos estão em delírio... A bela Alicia (já a corrigi lá na Embaixada... É que o Conde prefere mesmo a mana loura, a Alicia, não a Esther que é morena...) está a deixar os espanhóis num entusiasmo que só visto por ter arranjado um aristocrata milionário, toda a gente quer saber quem é... Sabe como são os espanhóis com estas coisas. Nobre, empresário... Faz o pleno! Faço ideia as revistas do coração, já devem ter mobilizado tudo o que é paparazzi...

Se começa a aparecer nas revistas e a ter muita procura nestes meios ainda ele próprio se deixa tentar e nos aparece aí com a beiçola cheia de botox...

Um abraço!!!!! (estou farta de rir com isto tudo... e também com o que estou a escrever sobre os Cotas)

Anónimo disse...

Quando se entra nessa coisa do botox, acho lamentável. Não saber envelhecer com dignidade e graciosidade é patético. Por mim, que, enfim, o tempo também não perdoa, as rugas (e algumas brancas) que me vão surgindo, são bem vindas. Já fui mais novo, já não sou, vou envelhecer, se tudo correr bem, mais ainda e assim é a vida. Feita do passado jovem, de um presente e de um futuro mais envelhecido. Such is life!
Sinceramente, seria incapaz de me apaixonar por uma mulher que recorresse ao botox. Fraquezas (ou vaidades?) dessas não simpatizo.
P.Rufino