quarta-feira, dezembro 17, 2025

Luís André Montenegro Ventura
-- A palavra ao meu marido --

 

O governo do Luís "levou" a semana passada com uma greve geral (que só um rapaz com a argúcia e a agilidade cognitiva do "Lentão" Amaro conseguia considerar "inexpressiva") e ontem "apanhou" com o chumbo da lei da nacionalidade pelo TC. 

Hoje vi o Luís, com a arrogância que o caracteriza, voltar as costas aos jornalistas desvalorizando uma manifestação contra a proposta para uma nova lei do trabalho. Pelo meio, disse à rapaziada do governo para se "borrifar" para a CGTP relativamente à discussão da lei do trabalho; mas, hoje, num acto próprio da quadra que atravessamos, lá se dignou falar com os "gajos" a pedido dos últimos. 

É comum os comentadores encartados dizerem e redizerem que o Luís quer é conquistar votos ao Chega. A minha opinião é diferente. O Luís e o governo que formou são marcadamente de direita e têm, de facto, em muitas matérias, um pensamento semelhante ao do Chega. O que os diferencia é que o Luís e "sus muchachos" -- e "muchachas", já agora -- têm, ainda, pudor em verbalizar tudo o que lhes vai na cabeça e qual é a sua verdadeira agenda. 

Recordo-me de, quando o governo foi formado, o Pacheco Pereira dizer para estarmos atentos porque havia ministros que eram marcadamente da direita bastante conservadora. A prática tem-no demonstrado. E o Luís, que vai derivando cada vez mais para a direita, ainda conseguirá ultrapassar o Andrézito no desprezo pela Constituição, na afronta aos imigrantes, na desconsideração por tudo o que não é de direita conservadora e na arrogância perante a contestação e a comunicação social. O problema para o Luís é que, sendo cada vez mais parecido com o Andrézito, corre um sério risco de ser cilindrado pelo Andrézito. Como diz o povo, uma desgraça nunca vem só.

Nota 1: A ideologia do governo, que, na política que promove, o leva a privilegiar a população com maiores rendimentos está bem expressa nas estúpidas declarações que hoje foram feitas pelo ministro da educação. Afirmar que a degradação das equipamentos usados pelos estudantes resulta de serem utilizados por estudantes pobres, e relacionar a degradação do SNS e dos hospitais com o facto de serem maioritariamente utilizados pela população com menos recursos é digno de um qualquer Trump doméstico. Mas é também revelador dos preconceitos de classe do ministro. Com estas credenciais bem se percebe quais são as opções do ministro em termos de projetos para a educação. Certamente não será privilegiar os alunos com menos recursos. Bem podem o Anselmo Crespo e o Rui Calafate (e provavelmente outros, só ouvi estes dois) tentar "limpar" o ministro afirmando que está a fazer um bom trabalho porque conseguiu acalmar os professores. Pudera, deu aos professores tudo o que queriam -- não haveriam de estar mais calmos...? 

Já agora a FENPROP, sempre tão crítica de outros ministros e tão "defensora" da qualidade da educação, não tem nada a dizer? É por estas e por outras que eu não tenho nenhum tipo de consideração por este governo. 

Nota 2: Face às longas filas de espera no controlo de passaportes no aeroporto, a ministra da Administração Interna saiu-se com uma espectacular, que vão pensar num plano de contingência para o período de Natal. Será que ainda ninguém a informou que no período de Natal já nós estamos...? Agora é que vai pensar num plano de contingência...? Continuamos, nesta área, com ministrinhas que não fazem a mínima de coisa alguma.

Nota 3: O que terá acontecido durante a reunião da ministra Palma Ramalho com a UGT para, depois de uma greve geral, o secretário-geral vir da reunião a cantar hossanas e hinos de amor? Ou a ministra o pôs a ele a fazer o pino num dedo ou ele a pôs a ela a fazer um flic-flac à rectaguarda. É assunto a seguir.

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