domingo, abril 27, 2025

Dia de encontros felizes

 

Já vim do Instagram onde é tudo mais na base do toca e foge. Sendo eu caudalosa como sou, vejo-me e desejo-me para poder encaixar qualquer coisa numa legenda de uma fotografia. Se faço vídeos, a maltinha cá de casa e arredores mói-me a cabeça, que aquilo não tem jeito nenhum, que ninguém faz coisas assim (ora os vídeos são longos demais, ora são malucos para além da conta).

Por isso, aqui estou. 

O dia foi muito bom. Dia de reencontros. Como sempre, mal nos vemos desatamos a falar como se tivéssemos interrompido a conversa no dia anterior. Os abraços que recebo, calorosos, são sempre aconchegantes. Espero que os que dou o sejam também. E constato como a maneira de ser das pessoas, apesar das voltas e reviravoltas da vida, se mantém. E, talvez por isso, a compreensão que havia antes se mantém intacta. As minhas melhores amigas de então continuam a ter a mesma maneira de falar, entendemo-nos como sempre nos entendemos, os gestos, os olhares, os sorrisos são os mesmos.

E depois há os romances que têm surgido. Alguns são surpreendentes, enternecedores, outros por vezes a gente percebe que são inviáveis -- mas não faz mal, o enamoramento é bom mesmo que não possam senão ser uma amizade especial e mesmo que a gente saiba que, mesmo assim, não têm grandes pernas para andar. Mas não faz mal: há coisas que são boas enquanto duram e que, mesmo que não vão acabar em casamento, um dia que acabem deixarão boas memórias. 

Mesmo quando falamos dos ausentes, é com carinho e saudade que o fazemos. Mas seguimos em frente. A vida continua. Há que saber dar valor ao que temos até porque sabemos bem que tudo é efémero, precário. Um dos 'nossos' está internado, ainda sem se saber o que tem. São médicos, sabem do que falam quando dizem que não sabem o que se passa. Ficamos preocupados. Mas o que desejamos é que, um dia destes, esteja de volta. Um outro teve um acidente que poderia ter sido dramático. Teve que ser operado, esteve internado algum tempo, ficou debilitado. Mas já está de volta, a recuperar muito bem. E sorrimos e toda a gente fica contente porque, no meio de tudo, teve muita sorte. E a boa sorte tem que ser festejada.

E, quando nos separamos, já estamos com vontade que o próximo encontro chegue rápido.

E hoje conheci a mulher de um deles, uma simpatia. E conversámos também como se nos conhecêssemos e agora até estivemos a trocar mensagens. 

A vida é muito curiosa, cheia de surpresas. Temos é que estar disponíveis. É que o comodismo tende a deixar-nos no nosso canto, como se fosse preferível estarmos sossegados, sem ondas. Mas, a mim, estas coisas mobilizam-me gostosamente. Preparo vestimentas, maquilho-me, escolho brincos. E, como estamos na onda 25 de Abril e a minha filha me ofereceu um pequeno cravo em crochet (creio que comprou na feirinha do CCB), até o levei posto como pregador (digo pregador para evitar as armadilhas da língua portuguesa).

E é isto. Quando regressei, passei pelo supermercado, depois fiz o jantar (para mim, uma coisa ultraligeira) e, a seguir, fomos fazer uma caminhada nocturna que me soube lindamente. E, entretanto, já estive a ver algumas fotografias que alguns amigos partilharam. 

Quando vinha a sair do lugar onde nos encontrámos, reparei que estavam a escrever a ementa para domingo. Vi que tinham ovas de choco. E fiquei com imensa vontade de as comer. Adoro ovas de choco, adoro, adoro. Até escrevi isso numa coisa que publiquei no Instagram. Não me saem da cabeça. Imagino-as fritas, estaladiças por fora, branquinhas e suculentas por dentro. Juro que salivo só de pensar. Caraças. 

Mas pronto, já escrevi demais. Estou com sono. Por hoje dou o expediente por encerrado.

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Fotografei estes meus hibiscos hoje. São perfeitos, lindos, exuberantes e precários.

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Desejo-vos um belo dia de domingo

3 comentários:

Anónimo disse...

Bom dia. Este comentário não é uma critica pessoal, apenas uma constatação.
A terra possui recursos suficientes para prover às necessidades de todos, mas não à avidez de alguns. GHANDI
Há dias vi uma reportagem no discovery sobre a pesca de bacalhau na Islandia onde uns chicos espertos sabendo onde ficam as zonas de desova, aceleram para ir apanhar femeas pois as ovas valem mais, e depois queixam-se que o peixe está escasso.
Eu adoro ovas de qualquer tipo, mas já deixei de comprar á algum tempo.
Alguns amigos dizem que eu é que vou salvar o mundo, e respondo que o mundo não precisa de ser salvo, a espécie humana sim, se a curto prazo não conseguir curar a ganancia.
Um amigo que foi do Montijo a Lisboa no 25 ABRIL, ao passar o rio, viu vários bidons espalhados no tejo por centenas de metros. São marcadores de redes ou linhas que são largados para apanhar as corvinas que entram no Tejo para desovar. M. LINHO

Um Jeito Manso disse...

Pois... com essa, deixou-me a pensar... Eu, que gosto tanto de ovas, em especial as de choco... Agora já não sei se serei capaz de voltar a comê-las.... Mas, pelo menos mais uma vez terá que ser, nem que seja para me despedir...
Mas muito obrigada pelo alerta. Tem razão, é na tomada de consciência individual, que os passos necessários serão dados.
Uma boa semana!

Anónimo disse...

Esqueci de dizer. Os chocos também entram no tejo por esta altura para desovar, e servem de reforço alimentar para as grandes corvinas, que lhes arrancam a cabeça, ficando o resto a boiar até ser comido por outra bicharada, pois não digerem a SÉPIA que é o osso do choco e que se costuma colocar nas gaiolas dos canários como suplemento alimentar de cálcio.
Amigos que por vezes vão de barco á pesca, disseram que já houve casos de golfinhos morrerem por ficar presos em redes na zona da Trafaria, pois eles começam a estender redes na entrada do estuário, onde também se concentram os pequenos barcos, privados ou de aluguer para apanhar as corvinas taludas, que podem chegar aos 50 kg, como se pode ver em alguns videos no youtube.
Este ano, por causa da chuva, que trouxe muita agua doce ao tejo, parece que as duas pescas estão fracas, comparadas com o ano passado, que no caso dos chocos em Fevereiro-Março já se apanhavam nas redes ás dezenas. Mas olhe uma andorinha não faz a primavera, eu como disse não compro ovas na praça ou nos hipers, mas quando como fora e cada vez menos, se há no menu, ás vezes não resisto a comer umas grelhadas. Bom proveito e CARPE DIEM.